"Sempre fomos livres nas profundezas de nosso coração, totalmente livres, homens e mulheres.
Fomos escravos no mundo externo, mas homens e mulheres livres em nossa alma e espírito."
Maharal de Praga (1525-1609)

domingo, 1 de dezembro de 2013

QUEM SOMOS NÓS DIANTE DA MORTE?



NADA!! É a resposta mais simples e objetiva. A que existe.

Mas muitos ainda acreditam na mentira que por muito terem serão diferentes de outros que nada tem, quando a Morte nos vier buscar. Quanta tolice. Ninguém por mais poder que tenha é algo diante d’Ela; ninguém por mais dinheiro que possua poderá comprar Sua desistência; nenhum ser humano – ou não – pode desviar a Morte de seu divino objetivo: levar para diante do Eterno os justos e os ímpios, os bons e os maus, os poderosos e os escravos, os ricos e os pobres. A única coisa que possuímos que interessa à Morte é nossa existência terrena e isso Ela virá buscar. Pode ter certeza.

Na “hora da Morte”, todos são iguais, não há diferença, não há crença, não poder, não há dinheiro, não há carpo político, não há nada além da verdade que a Morte chegou e irá nos levar para um lugar que não conhecemos, um lugar que foge aos nossas certezas religiosas.

Na hora da morte não há quem não sinta medo – até porque o medo diz respeito ao dano físico – e nossa existência se prende ao físico. A grande maioria de nós não sabe viver nem no plano intelectual, quanto mais no plano espiritual. Ficamos apavorados diante da morte porque temos medo de perder a única coisa que possuímos: nossa fisicalidade.

A MORTE é mais horrenda e assustadora para aqueles que usaram – e usam – sua existência aqui nesse lugar que chamamos de terra, para se fazer poderosos, desprezando o direito dos mais pobres; A MORTE é mais terrível para os tolos que passaram a vida toda acreditando que mudariam amanhã, que se tornariam pessoas melhores quando um amanhã que não existe chegasse. Grandes tolos. Em sua arrogância cega, em sua efêmera prepotência se perderam no mundo ilusório que eles mesmos criaram e ao se verem diante do fim de seu mundo de mentirinha ficam apavorados proibindo a vida dos outros; A MORTE é mais cruel para quem se acha algo que não é. Aliás não somos nada, nenhum de nós é nada. A dor de barriga que ataca o pobre e o faz chorar de cólicas intestinais e a mesma que ataca o rico, mesmo que esse possa pagar o melhor vermífugo do mundo; vai ter de limpar a bunda depois de ter feito o mesmo cocô fétido e derretido, aguado, que o coitado do pobre e sem poder faz quando sobre da mesma ameba. Se não há diferença entre nós diante da caganeira, imaginem diante da Morte.

A Morte é fria, assustadora, vazia, mas envolvente quando sabemos que iremos deixar esse mundo dominado pelo orgulho dos “cagados” que se acham “incagáveis”, intocáveis, insubstituíveis (...). Grandes todos.

Peço a você que está lendo esse artigo que pense um pouco e viva de forma mais sensível e menos arrogante, mais amável e menos odienta, mais humana e menos desumana. Afinal, a única coisa que somos é um saco de fezes que precisa ser esvaziado pelo menos duas vezes por dia. E você ainda “se acha” algo de bom??


Com diz a letra da canção “...somos todos iguais nesse noite...”. Na noite da nossa morte.