“Procurem a verdade e a conheçam. Quando vocês conhecerem a
verdade, terão o caráter lapidado por ela.” (João 8.32 – Tradução Livre)
Verdade nada tem haver com certeza. Verdade liberta, certeza
aprisiona. Verdade tem haver com espiritualidade; certeza com materialidade.
Verdade é portas e janelas abertas; certeza é portas, janelas, grades e
cadeados trancados. Quando Jesus afirmou que a liberdade é proveniente de se
conhecer a verdade e não a certeza, fez um convite aos corajosos, não aos
covardes.
Alguns anos atrás uns vereadores que precisam ser salvos de
si mesmos, propagaram em mídia – televisão e rádio – uma ofensa contra mim e
contra minha família na tentativa de depreciar o ministério para o qual fui
chamado. Esses tais vereadores, que no momento não valem nem ter seus nomes
citados, me intitularam de “pastor do diabo” (risos). A alcunha pegou. Hoje com
os cabelos compridos, desalinhados e esbranquiçados, ela se fortaleceu como
mito. O que pra mim é bom, (...); porém não acredito que mesmo que rapasse a
cabeça e a barba o apelido descolaria (...). Mas não são choramingos que trago
nesse artigo, quero apresentar uma breve reflexão sobre a verdade que liberta,
que lapida o caráter e que desaprisiona.
Verdade em hebraico é EMeT (Emet), EMeT é acróstico de três
livros do TaNaK (Tanak) – versão original do Antigo Testamento Gentílico. No
original, esses livros que trazem a verdade em si, estão ordenados de baixo
para cima, pois a busca da verdade é do homem – o ser “de baixo”. Os livros
são: Jó (Eyob/Iyob), Provérbios (Mishlei) e Salmos (Tehillim). EMeT – Emet,
Verdade.
Serei breve, tratando somente da “primeira” verdade que traz
liberdade. No livro de Jó (Eyob/Iyob), encontramos um homem atormentado por
Satã, perdendo tudo que possuía. Possuir tem haver com a materialidade, com o
físico, com o ter. Em Jó, a verdade começa a se revelar quando descobrimos que
o autor da desgraça física de Jó é o próprio Deus; é Ele quem ordena ao Satã de
Jó executar o flagelo. Mas nem todos conseguem passar por essa porta estreita
que tem a imagem de um deus bonzinho, amiguinho, que só balança a cabeça em
obediência às preces mais estapafúrdias. (...) Deus é bom e é mau. Ele é Deus,
o Eterno, o Superior, o Senhor de tudo, o Criador – até da evolução.
Ser liberto da fisicalidade tem haver com dar de cara com
nosso diabo interno, com nosso satã de estimação. Ser liberto pela verdade é
resistir à tentação de controlar tudo e todos. Se você não tem coragem de
encarar o seu diabo, o seu satã, o seu mau latente, nunca será liberto desse
comodismo. Continuará obeso de si mesmo, vendo pessoas e sistemas sociais serem
destruídos pelos “diabos” e “satãs” alheios. Continuará se indignando diante
dos noticiários que mostram sem pena, a morosidade cúmplice da justiça em
manter sem punição, pedófilos, tarados, traficantes, corruptos e toda sorte de
seres humanos que matam as famílias a cada dia que passa (...). Sem a coragem
de enfrentar seus demônios você continuará preso aos rótulos, aos títulos, às
marcas, às honrarias. Continuará se prostituindo na tentativa de se eternizar
pelo prazer – seja sexual ou não – que imagina proporcionar a alguém, que sequer
lembrará de você horas depois de ter “lhe usado”.
Sem coragem de olhar e enfrentar seus diabos, você nunca
poderá mudar de nome, nunca deixará de ser um Jacozinho, medroso e covarde,
enganador de famílias – iniciando pela sua própria. Sem coragem de romper com
os laços malignos que lhe dizem que tudo o que acontece na sua vida é culpa dos
outros, você nunca será ninguém.
O supremo Pastor dos “diabos” é Deus. É pastor porque todos
nós somos diabos de nós mesmos – acusadores de nós mesmos; somos nossos próprios
satãs – nos sabotamos, nos negando conquistar os objetivos propostos (...). O
Supremo Salvador dos diabos é Jesus, que elimina todos os diabos com Sua morte,
transformando diabos humanos em seres humanos (...). Somente seres humanos
podem se tornar filhos de Deus.
Quando iniciei o trabalho no “Beit-Alef – Casa de Ensino”, fiz
com o objetivo de ensinar sobre a vida e como viver melhor. Nada haver com
religião – deixei de ser religioso faz tempo. No início somente os amigos mais
chegados vieram, depois outros que tiveram notícia que na minha garagem não se
discutia nem religião, nem política e nem nada que não fosse viver bem e em paz
consigo mesmo e com DEUS, vieram assistir. Hoje somos mais de uma dezena de
pessoas com fome e sede da Justiça Divina. Mas a informalidade das reuniões não
quer dizer que tudo é “água com açúcar”, não estimulo ninguém morrer escorado
feito “bêbo em poste”. Tenho procurado estimular a todos enfrentarem seus
demônios e endorcizá-los – trazê-los pra dentro de si – ao invés de
exorcizá-los – pô-los pra fora. O proveitoso disso, é que quando “engolimos”
nossos demônios ao invés de “vomitá-los”, nós os “defecamos” e eles deixam de
nos “atormentar”.
Se você procura por liberdade, e quer ter seu caráter
lapidado, lhe convido a fazer parte do “Beit-Alef – Casa de Ensino”. Se você
sabe quem você é, não tenha medo de conversar comigo; eu sei quem sou e não
tenho medo de conversar com você.
Nos planos físico e intelectual, possuo alguns títulos; no
campo emocional, tenho amantes e também odiantes; mas é no campo da
espiritualidade que prefiro ser reconhecido. Nele, sou Alexandre de Oliveira
Rocha, filho de Deus e pastor; pastoreio – ensino e cuido – de pessoas que tem
a coragem de endorcizar seus diabos, (...) da mesma forma que eu.
A Graça de Deus sobre você.