"Sempre fomos livres nas profundezas de nosso coração, totalmente livres, homens e mulheres.
Fomos escravos no mundo externo, mas homens e mulheres livres em nossa alma e espírito."
Maharal de Praga (1525-1609)

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

PASTOR DOS “DIABOS”

“Procurem a verdade e a conheçam. Quando vocês conhecerem a verdade, terão o caráter lapidado por ela.” (João 8.32 – Tradução Livre)

Verdade nada tem haver com certeza. Verdade liberta, certeza aprisiona. Verdade tem haver com espiritualidade; certeza com materialidade. Verdade é portas e janelas abertas; certeza é portas, janelas, grades e cadeados trancados. Quando Jesus afirmou que a liberdade é proveniente de se conhecer a verdade e não a certeza, fez um convite aos corajosos, não aos covardes.

Alguns anos atrás uns vereadores que precisam ser salvos de si mesmos, propagaram em mídia – televisão e rádio – uma ofensa contra mim e contra minha família na tentativa de depreciar o ministério para o qual fui chamado. Esses tais vereadores, que no momento não valem nem ter seus nomes citados, me intitularam de “pastor do diabo” (risos). A alcunha pegou. Hoje com os cabelos compridos, desalinhados e esbranquiçados, ela se fortaleceu como mito. O que pra mim é bom, (...); porém não acredito que mesmo que rapasse a cabeça e a barba o apelido descolaria (...). Mas não são choramingos que trago nesse artigo, quero apresentar uma breve reflexão sobre a verdade que liberta, que lapida o caráter e que desaprisiona.

Verdade em hebraico é EMeT (Emet), EMeT é acróstico de três livros do TaNaK (Tanak) – versão original do Antigo Testamento Gentílico. No original, esses livros que trazem a verdade em si, estão ordenados de baixo para cima, pois a busca da verdade é do homem – o ser “de baixo”. Os livros são: (Eyob/Iyob), Provérbios (Mishlei) e Salmos (Tehillim). EMeTEmet, Verdade.

Serei breve, tratando somente da “primeira” verdade que traz liberdade. No livro de (Eyob/Iyob), encontramos um homem atormentado por Satã, perdendo tudo que possuía. Possuir tem haver com a materialidade, com o físico, com o ter. Em Jó, a verdade começa a se revelar quando descobrimos que o autor da desgraça física de Jó é o próprio Deus; é Ele quem ordena ao Satã de Jó executar o flagelo. Mas nem todos conseguem passar por essa porta estreita que tem a imagem de um deus bonzinho, amiguinho, que só balança a cabeça em obediência às preces mais estapafúrdias. (...) Deus é bom e é mau. Ele é Deus, o Eterno, o Superior, o Senhor de tudo, o Criador – até da evolução.

Ser liberto da fisicalidade tem haver com dar de cara com nosso diabo interno, com nosso satã de estimação. Ser liberto pela verdade é resistir à tentação de controlar tudo e todos. Se você não tem coragem de encarar o seu diabo, o seu satã, o seu mau latente, nunca será liberto desse comodismo. Continuará obeso de si mesmo, vendo pessoas e sistemas sociais serem destruídos pelos “diabos” e “satãs” alheios. Continuará se indignando diante dos noticiários que mostram sem pena, a morosidade cúmplice da justiça em manter sem punição, pedófilos, tarados, traficantes, corruptos e toda sorte de seres humanos que matam as famílias a cada dia que passa (...). Sem a coragem de enfrentar seus demônios você continuará preso aos rótulos, aos títulos, às marcas, às honrarias. Continuará se prostituindo na tentativa de se eternizar pelo prazer – seja sexual ou não – que imagina proporcionar a alguém, que sequer lembrará de você horas depois de ter “lhe usado”.

Sem coragem de olhar e enfrentar seus diabos, você nunca poderá mudar de nome, nunca deixará de ser um Jacozinho, medroso e covarde, enganador de famílias – iniciando pela sua própria. Sem coragem de romper com os laços malignos que lhe dizem que tudo o que acontece na sua vida é culpa dos outros, você nunca será ninguém.

O supremo Pastor dos “diabos” é Deus. É pastor porque todos nós somos diabos de nós mesmos – acusadores de nós mesmos; somos nossos próprios satãs – nos sabotamos, nos negando conquistar os objetivos propostos (...). O Supremo Salvador dos diabos é Jesus, que elimina todos os diabos com Sua morte, transformando diabos humanos em seres humanos (...). Somente seres humanos podem se tornar filhos de Deus.

Quando iniciei o trabalho no “Beit-Alef – Casa de Ensino”, fiz com o objetivo de ensinar sobre a vida e como viver melhor. Nada haver com religião – deixei de ser religioso faz tempo. No início somente os amigos mais chegados vieram, depois outros que tiveram notícia que na minha garagem não se discutia nem religião, nem política e nem nada que não fosse viver bem e em paz consigo mesmo e com DEUS, vieram assistir. Hoje somos mais de uma dezena de pessoas com fome e sede da Justiça Divina. Mas a informalidade das reuniões não quer dizer que tudo é “água com açúcar”, não estimulo ninguém morrer escorado feito “bêbo em poste”. Tenho procurado estimular a todos enfrentarem seus demônios e endorcizá-los – trazê-los pra dentro de si – ao invés de exorcizá-los – pô-los pra fora. O proveitoso disso, é que quando “engolimos” nossos demônios ao invés de “vomitá-los”, nós os “defecamos” e eles deixam de nos “atormentar”.

Se você procura por liberdade, e quer ter seu caráter lapidado, lhe convido a fazer parte do “Beit-Alef – Casa de Ensino”. Se você sabe quem você é, não tenha medo de conversar comigo; eu sei quem sou e não tenho medo de conversar com você.

Nos planos físico e intelectual, possuo alguns títulos; no campo emocional, tenho amantes e também odiantes; mas é no campo da espiritualidade que prefiro ser reconhecido. Nele, sou Alexandre de Oliveira Rocha, filho de Deus e pastor; pastoreio – ensino e cuido – de pessoas que tem a coragem de endorcizar seus diabos, (...) da mesma forma que eu.


A Graça de Deus sobre você.