O patrocínio cultural, ou o ato
de custear pessoas ou eventos, tem crescido no Brasil nas três últimas décadas.
Na década de 80, eram poucas e raras as empresas que patrocinavam com grandes
importâncias eventos culturais, shows, eventos esportivos, programas de
televisão e programas de rádio. Nos anos 90, o merchandising como
categoria de patrocínio ganhou força e se tornou uma das principais armas de
propaganda. Na virada do século a internet, tornou-se sem dúvida nenhuma, uma
das maiores mídias para esse fim.
O patrocínio nada mais é que uma
forma de fazer propaganda de um produto, bem ou serviço, mas escolher um BOM
produto para “carregar” o nome de sua empresa é primordial para o
sucesso. Vários autores do estudo da comunicação apresentam e discutem os
objetivos corporativos que conduzem as empresas à utilização de patrocínios
dentro de suas estratégias de comunicação. Um dos objetivos mais importantes da
comunicação na utilização de ações de patrocínio é fixar a marca
institucional da empresa e/ou produto junto aos clientes. Isso porque, o
volume de exposição da marca/produto aumenta a possibilidade de consumo junto
ao público-alvo. Quanto mais um produto é falado e/ou visto, mais ele é
lembrado.
Mas com todas essas vantagens em
patrocinar algo ou alguém para alavancar as vendas, mais cuidado deve
haver, porque a “imagem” do patrocinado está ligada a quem lhe
patrocina. Só para exemplificar o cuidado que empresas sérias tem com
seu nome, relato alguns casos: A cantora Joelma – da banda Calypso –
perdeu o patrocínio do Governo do Pará, por ofensas aos homossexuais. Rita Lee
perdeu o patrocínio por baixar as calças em um show. A linha de cosméticos “Niely”
não patrocina mais o BBB da Rede Globo, por entender que o programa não se
enquadra mais no perfil da empresa. Isso sem contar com os times e atletas que
perdem seus patrocinadores por comportamentos – dentro e fora do campo –
que não condizem com a imagem do patrocinador.
Nenhuma empresa comprometida com seu
nome e com seus clientes, permitiria que seu patrocinado, seja pessoa, programa
ou evento, comprometa seu investimento com comportamentos, imagens ou palavras
contrários a política da empresa. Se esses cuidados não forem tomados,
patrocinar sem nenhum critério, pode ser o início do fim.
Em nossa cidade de Itacoatiara,
esses cuidados ainda não são levados a sério. Há poucos programas da televisão
local, menos ainda mídias impressas, só a rádio tem força e por isso carrega o
maior número de patrocinadores. Por não haver essa preocupação por parte de
quem patrocina, muitos locutores não têm respeitado o nome de seus
patrocinadores, quando emitem suas opiniões agressivas e desrespeitosas. Na
prática da ciência da Comunicação Comercial, a empresa ou a pessoa que tem seu
nome atrelado ao um produto, bem ou serviço, que possui em si, uma mensagem
agressiva, racista ou preconceituosa, mostra aos seus clientes, que aquela
também é a sua mensagem. Esse é um dos motivos para a perda de clientes. Atrelar
o nome da empresa a um programa ou pessoa que emite mensagens desrespeitosas contra
seus clientes.
Espero nessas poucas linhas,
alertar aos empresários de nossa cidade, do cuidado em patrocinar sem nenhum
critério, só porque é amigo. Só você sabe o quanto custa manter o bom nome de
sua empresa. Uma maneira muito fácil de saber se sua empresa está só gastando
dinheiro patrocinando esse ou aquele locutor, programa ou evento, é perguntar
aos seus clientes. Afinal, “O CLIENTE SEMPRE TEM RAZÃO!”
No mais, se você não tem certeza
de que patrocinar esse ou aquele, tem sido um bom negócio para a imagem de sua
empresa, não patrocine mais. Essa é minha opinião.
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