"Sempre fomos livres nas profundezas de nosso coração, totalmente livres, homens e mulheres.
Fomos escravos no mundo externo, mas homens e mulheres livres em nossa alma e espírito."
Maharal de Praga (1525-1609)

sábado, 22 de fevereiro de 2014

OS PREJUÍZOS EM PATROCINAR SEM CRITÉRIOS



O patrocínio cultural, ou o ato de custear pessoas ou eventos, tem crescido no Brasil nas três últimas décadas. Na década de 80, eram poucas e raras as empresas que patrocinavam com grandes importâncias eventos culturais, shows, eventos esportivos, programas de televisão e programas de rádio. Nos anos 90, o merchandising como categoria de patrocínio ganhou força e se tornou uma das principais armas de propaganda. Na virada do século a internet, tornou-se sem dúvida nenhuma, uma das maiores mídias para esse fim.

O patrocínio nada mais é que uma forma de fazer propaganda de um produto, bem ou serviço, mas escolher um BOM produto para “carregar” o nome de sua empresa é primordial para o sucesso. Vários autores do estudo da comunicação apresentam e discutem os objetivos corporativos que conduzem as empresas à utilização de patrocínios dentro de suas estratégias de comunicação. Um dos objetivos mais importantes da comunicação na utilização de ações de patrocínio é fixar a marca institucional da empresa e/ou produto junto aos clientes. Isso porque, o volume de exposição da marca/produto aumenta a possibilidade de consumo junto ao público-alvo. Quanto mais um produto é falado e/ou visto, mais ele é lembrado.

Mas com todas essas vantagens em patrocinar algo ou alguém para alavancar as vendas, mais cuidado deve haver, porque a “imagem” do patrocinado está ligada a quem lhe patrocina. Só para exemplificar o cuidado que empresas sérias tem com seu nome, relato alguns casos: A cantora Joelma – da banda Calypso – perdeu o patrocínio do Governo do Pará, por ofensas aos homossexuais. Rita Lee perdeu o patrocínio por baixar as calças em um show. A linha de cosméticos “Niely” não patrocina mais o BBB da Rede Globo, por entender que o programa não se enquadra mais no perfil da empresa. Isso sem contar com os times e atletas que perdem seus patrocinadores por comportamentos – dentro e fora do campo – que não condizem com a imagem do patrocinador.

Nenhuma empresa comprometida com seu nome e com seus clientes, permitiria que seu patrocinado, seja pessoa, programa ou evento, comprometa seu investimento com comportamentos, imagens ou palavras contrários a política da empresa. Se esses cuidados não forem tomados, patrocinar sem nenhum critério, pode ser o início do fim.

Em nossa cidade de Itacoatiara, esses cuidados ainda não são levados a sério. Há poucos programas da televisão local, menos ainda mídias impressas, só a rádio tem força e por isso carrega o maior número de patrocinadores. Por não haver essa preocupação por parte de quem patrocina, muitos locutores não têm respeitado o nome de seus patrocinadores, quando emitem suas opiniões agressivas e desrespeitosas. Na prática da ciência da Comunicação Comercial, a empresa ou a pessoa que tem seu nome atrelado ao um produto, bem ou serviço, que possui em si, uma mensagem agressiva, racista ou preconceituosa, mostra aos seus clientes, que aquela também é a sua mensagem. Esse é um dos motivos para a perda de clientes. Atrelar o nome da empresa a um programa ou pessoa que emite mensagens desrespeitosas contra seus clientes.

Espero nessas poucas linhas, alertar aos empresários de nossa cidade, do cuidado em patrocinar sem nenhum critério, só porque é amigo. Só você sabe o quanto custa manter o bom nome de sua empresa. Uma maneira muito fácil de saber se sua empresa está só gastando dinheiro patrocinando esse ou aquele locutor, programa ou evento, é perguntar aos seus clientes. Afinal, “O CLIENTE SEMPRE TEM RAZÃO!

No mais, se você não tem certeza de que patrocinar esse ou aquele, tem sido um bom negócio para a imagem de sua empresa, não patrocine mais. Essa é minha opinião.

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Artigo publicado no semanário "O Candiru", em Itacoatiara, no dia 22 de fevereiro de 2014


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