"Sempre fomos livres nas profundezas de nosso coração, totalmente livres, homens e mulheres.
Fomos escravos no mundo externo, mas homens e mulheres livres em nossa alma e espírito."
Maharal de Praga (1525-1609)

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

MAIS GENTE E MENOS DEUS

Na caminhada para o “outro lado”, não me esquivo de compartilhar meus sentimentos, reações e “outras coisas” com meus amigos, seja por qual meio seja. Já que faço parte de uma “rede social”, de amigos que me leem e se dividem comigo, nada mais natural, se assim não fosse não faria parte de uma (...). Simples assim. Porém não tenho “problemas” com os de minha “lista de amigos” que não se compartilham com os outros por esse meio. Simples assim, também.

Seguindo o veio da prosa (...), postei há uns meses atrás que novos ventos estão sendo soprados sobre mim. Quem me sabe, sabe um pouco pelo que passo, mas somente uns pouquíssimos, pouquíssimos mesmo, sabem um tanto mais (...), porém só eu sei da profundidade das minhas angústias, incertezas e crises existenciais. Só DEUS sabe tudo, até o que nem eu mesmo sei de mim.

Dos pouquíssimos que sabem ou percebem pelo que passo, está minha mana caçula. Querida e silenciosa amiga, que me olha alma e me entende por sermos bastante parecidos. A década que nos separa a existência nada mais representa diante de tudo que passamos, especialmente a morte de mama Ruth. Nossa solidão existencial tão própria e que nos diferencia nos identifica pelo olhar. Aprendemos a ver a alma um do outro pelo olhar o outro; isso papai nos ensinou.

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Hoje eu queria morrer. Queria passar para o outro lado, passar “dessa pra melhor”. Não estou sendo dramático ou “seja lá o que for”, estou apenas abrindo a alma. Não irei tirar-me a vida, nem correrei riscos desnecessários, nem colocarei minha existência em perigo. É apenas um desejo. Dormir e não acordar mais. Posso estar sendo fraco (...), os que professam uma religiosidade cega podem me achar um pastor desqualificado (...), DEUS tenha misericórdia (...). Tânia me disse por meio de um texto, hoje logo cedo que preciso saber distinguir entre desejo e felicidade. Respondi-lhe que não sei o que sinto quanto aos temas propostos, só estou cansado de existir assim como sou.

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A vida é cíclica. Somos seres ternários. Três dias, o processo de fecundação; três meses o coração se forma e bate; seis meses já podemos nascer – se for preciso; nove meses raiamos para iluminar a vida; três anos nossos primeiros passos; (...). Essa semana um ciclo de 30 anos precisa se completar na minha vida, acho que é isso que tem me angustiado a alma por todo esse tempo.

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Durante as duas semanas que me hospedei na casa da mana Tânia, aqui em Manaus, fui presenteado com sua silenciosa compreensão de quase tudo que atravesso (...). “Mano, assiste esse vídeo: ‘Eu Maior’”. Espetacular, elucidativo, instigante, desaquietante para alguém que sempre muda, que sempre busca sua transformação. Que nem eu. Vários depoimentos estão me transformando o entendimento da existência, estão “bagunçando” com minha vida, desestabilizando minha alma, me confrontando com quem eu sou e com quem me tornei, e com quem querem que eu seja.

Não tenho muito a acrescentar...

Mas hoje tenho a plena certeza, estou me tornando mais gente e menos Deus.

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