É mesmo estranho, ver como a
maioria das pessoas – principalmente as religiosas – não sabem viver em
liberdade; precisam de uma prisão, um cabresto para poderem andar na linha. Não
estou falando de deslizes naturais ao ser humano, estou falando do descontrole
de algumas pessoas – religiosas – quando se sentem livres “para”, isso ou “para”
aquilo. Seria cômico, se não fosse ridículo.
A liberdade que a maioria de nós
conhece é extremista; ou é libertina ou é repressiva. Liberdade sem
responsabilidade vira libertinagem; liberdade sem liberalidade vira comportamento
repressivo – crítico ao extremo. Nenhum dos dois comportamentos está correto;
Nenhum dos dois comportamento mostra realmente que seu autor está
verdadeiramente livre.
Senso de liberdade só vem com a
maturidade, com o amadurecimento das virtudes que compões o ato de ser e estar
livre.
Quando estamos livres dentro de
uma moral frouxa e de uma espiritualidade vazia, as sensualidades são comuns,
as conversas picantes são naturais, as sacanagens são permissivas, e – perdoem os puristas – as putarias,
inevitáveis. O crítico disso tudo é quando não nos percebemos libertinos (...).
Por outro lado, o covarde, aquele que tem medo que sua liberdade – ou a
liberdade dos outros – se transforme em libertinagem, acaba se tornando um
repressivo, um neurótico, uma pessoa que – talvez – por ser potencialmente
libertino tem a necessidade de rotular a todos como depravados. Crítica também
a situação desses, quando não se percebem repressivos – justicistas, como diria Caio Fábio.
Particularmente, acredito que as
pessoas à direita da verdadeira
liberdade precisam ter a coragem de olhar para si mesmas no espelho dos seus
instintos e assumir que precisam ser mais equilibradas e tolerantes e acima de
tudo, não julgarem seus semelhantes. E aos à esquerda da verdadeira liberdade, da mesma forma, olhando, ouvindo,
relendo seus “atos”, percebam que estão no limiar do ridículo e distantes de
uma nova vida (...).
O ser humano verdadeiramente
livre, pode dizer como o Apóstolo Paulo: “sou
livre para fazer tudo o que desejar, mas também sou livre para não fazer tudo
que desejo, quando não me convém...” (I Coríntios 6:12).
Termino essa rápida reflexão
pedindo que você, conservador, livre ou libertino: perca o medo de si mesmo e
admita que todos somos iguais, apenas estamos em estágios diferentes do
caminho.
Lembre-se: há uma diferença muito
grande entre conhecer o caminho e andar no caminho.
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