"Sempre fomos livres nas profundezas de nosso coração, totalmente livres, homens e mulheres.
Fomos escravos no mundo externo, mas homens e mulheres livres em nossa alma e espírito."
Maharal de Praga (1525-1609)

quinta-feira, 26 de maio de 2016

ONDE A PAZ SE ACOMODA?


Viver em paz ou desfrutar dela é o objetivo de quase todos. Às vezes eu me pergunto – como hoje – onde a paz se acomoda em mim?

Onde a paz se esconde dentro de mim? Como ela consegue passar despercebida e surgir de repente como se nunca houvera desaparecido? Como ela pode se confundir com os momentos de angustia? Estranho esse questionamento.

Talvez a explicação esteja na escrita da palavra paz – SHALOM, em hebraico – Shalom inicia com a letra SHIM, a letra da tribulação, da tragédia, da angustia, da provação. Talvez por isso não perceba quando a paz se inicia; o momento de angustia se mistura com o início da Paz. Porém não há nenhuma possibilidade de percebermos a paz que chega se não aprendermos o que essa transição quer nos ensinar; esse aprendizado requer esforço, dedicação, confiança que “isso vai passar”. “Vai passar”, não porque “tudo passa”, mas porque a tribulação sempre é o início da Paz.

Esse aprendizado nos salva da frustração que inevitavelmente nos leva para um estado de depressão. Essa salvação nos puxa para cima na direção da última letra da palavra SHALOM, o MEM; estando no final da palavra é reconhecido como “mem fechado”, que representa o ensino oculto, ou a benção oculta no aprendizado de conviver com a tribulação. Mem também é a representação da água, o útero da vida, o início de uma nova jornada.

Acho que nesse momento, quando nos percebemos dentro d’água, é que encontramos, ou percebemos com mais clareza, a paz que tanto buscamos.

Seja como for, não é nada fácil acalmar a turbulência emocional causada pela percepção da tragédia nem aprender com ela, mergulhando na salvação que as águas do reconhecimento da soberania de DEUS proporcionam.


Acho que já sei onde a paz se esconde dentro de mim: em um cantinho cheio de água.

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