"Sempre fomos livres nas profundezas de nosso coração, totalmente livres, homens e mulheres.
Fomos escravos no mundo externo, mas homens e mulheres livres em nossa alma e espírito."
Maharal de Praga (1525-1609)

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

ACHE A VERDADE DENTRO DA VERDADE E SEJA LIBERTO



O episódio relatado no capítulo oito do Evangelho de João, onde um grupo de Judeus Religiosos provam a fidelidade de uma mulher prosélita, fazendo-a passar por adultera sexual, revela algumas práticas daquele povo, e em especial uma para mim, fascinantes, os “Acrósticos Sagrados” (...). Tal afirmação pode até parecer tolice, mas ela é um fato. Não pretendo gastar tempo – nem linhas – comprovando tal prática dentro do Livro Santo, pretendo deter-me na Verdade que liberta; já escrevi anteriormente sobre o tema, mas não me custa retomá-lo para alcançar mais pessoas que estejam interessadas nessa Verdade Libertadora que vem do alto.

Contrariando algumas linhas teológicas, Jesus não falava o grego com seus discípulos, conversava com eles em hebraico e aramaico, nenhum deles sabia o grego, ou não sabia-o fluentemente, como muitos pensam, a prova disso pode ser encontrada no capítulo seis do livros dos Atos dos Apóstolos, onde as pessoas que foram escolhidas deveriam saber falar o idioma grego para entender e atender as “viúvas gregas” em suas necessidades (...); é assim que entendo.

No texto do Evangelho de João, capítulo oito, onde há o relato da discussão entre os líderes religiosos – que haviam programado aquele teatro (João 8:6) – e Jesus, o Mestre os provoca academicamente ao dizer que se eles descobrissem suas “Verdades dentro da Verdade” eles seriam libertos da ignorância acadêmica/religiosa (João 8:32); tal ignorância acadêmica era tamanha que culminou com o fato de eles obrigarem aquela mulher que desejava tornar-se judia, admitir publicamente seu adultério, numa referência clara aos relatos Tanakianos (relatos do TaNaK, a Bíblia Hebraica) das práticas politeístas que eram identificadas por Deus como prostituição e adultério espiritual – não físico.
(...)
A provocação acadêmica que Jesus fez aos teólogos que com ele discutiam – achar a Verdade dentro da Verdade – tinha por intenção revelar a ignorância espiritual deles e o profundo conhecimento acadêmico dele. Jesus não poderia julgar aquela mulher, não era juiz, e caso ela tivesse sido realmente pega em uma prática sexual condenável, ela já deveria ter sido morta por apedrejamento, pois, segundo aqueles homens, a “Lei de Moisés” legalizava tal prática (João 8:5).
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Até hoje, aquela provocação Divina ecoa pelo universo religioso: “Achem suas verdades dentro da verdade e sejam livres”. Mas onde está a Verdade que esconde a Verdade que liberta?
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Na ordem literária original do TaNaK, que é formado por três volumes principais: Torah (Ensino), Neviim (Profetas) e Ketuvim (Escrituras) – um deles, possui importância especial no contexto apresentado pelo mestre, precisamos saber disso para que possamos entender o que Jesus queria dizer com “achar a verdade dentro da verdade”, essa volume é o Ketuvim, ocidentalmente, fez-se conhecer como “Escrituras” ou “Escritos”. A primeira parte desse volume literário chama-se: “Os Livros da Verdade”.
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A primeira razão para que esse conjunto de três livros possua esse nome, é por terem em suas primeiras letras hebraicas originais, a formação da palavra “verdade” – em hebraico, אמת – Alef, Mem e Tav, EMeT – postas da direita para a esquerda. A segunda, por esconder dentro de cada um desses livros, uma verdade específica que ao ser descoberta pelo leitor, liberta-o das amarras religiosas, doutrinárias e dogmáticas – esse é o contexto da narrativa do Evangelho de João 8.
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Mas essa, é uma busca solitária. A verdade encontrada pelo leitor é individual, não grupal ou coletiva – como querem muitos. A PRIMEIRA VERDADE DENTRO DA VERDADE É A INDIVIDUALIDADE NA RELAÇÃO COM O DEUS SUPREMO, as demais, também individuais, cada leitor irá descobri-las de acordo com sua percepção de DEUS e suas necessidades próprias.
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Outra verdade que precisa ser revelada aqui é a ordem das leituras.
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As letras que formam a palavra EMeT, verdade em hebraico, na ordenação dos “Livros da Verdade” dentro do TaNaK, estão ordenadas de forma ascendente, ou seja, de baixo para cima; isso por quê, quem procura o ensino da Verdade está em baixo, o indivíduo, o Alef – a primeira letra do alfabeto hebraico, e quem possui a verdade está em cima, o Divino, o Tav – a última letra do alfabeto hebraico. No meio do caminho em busca do conhecimento que liberta, existe a letra Mem – a letra “central” do alfabeto hebraico, que pretende representar a transformação da “pessoa” em “ser humano”; Mem também é a letra que inicia o nome Mashiach – Messias, o Salvador da nossa humanidade. Por isso, é que Jesus, em um dos diálogos com seus alunos responde a Tomé, ser ele, Jesus, era a Verdade (João 14:6); Jesus estava se identificando com o MEM da palavra EMeT – Verdade em hebraico.
(...)
Para conhecermos a Verdade dentro da Verdade precisamos nos reconhecer finitos, necessitados desse conhecimento e sobretudo ter coragem para encontrar as Verdades que nos serão reveladas.
(...)
Então, segundo o que aqui é apresentado, a Verdade que liberta está escondida dentro dos Livros da Verdade, Jó, Provérbios e Salmos – nessa ordem. Para encontrá-la precisamos ler esses livros “meditando de dia e de noite” (Salmos 1:2) assim, seremos alcançados pelas verdades contidas neles (...). Abaixo relaciono uma ordem de leitura que pratico durante os 30 dias do mês, (...).

LEITURA DOS LIVROS DA VERDADE
Dia 1: Jó 1 e 2; Provérbios 1; Salmos de 1 a 9;
Dia 2: Jó 3; Provérbios 2; Salmos de 10 a 17
Dia 3: Jó 4; Provérbios 3; Salmos de 18 a 22
Dia 4: Jó 5 e 6; Provérbios 4; Salmos de 23 a 28
Dia 5: Jó 7; Provérbios 5; Salmos de 29 a 34
Dia 6: Jó 8; Provérbios 6; Salmos de 35a 38
Dia 7: Jó 9; Provérbios 7; Salmos de 39 a 43
Dia 8: Jó 10 e 11; Provérbios 8; Salmos de 44 a 48
Dia 9: Jó 12; Provérbios 9; Salmos de 49 a 54
Dia 10: Jó 13; Provérbios 10; Salmos de 55 a 59
Dia 11: Jó 14 e 15; Provérbios 11; Salmos de 60 a 65
Dia 12: Jó 16; Provérbios 12; Salmos de 66 a 68
Dia 13: Jó 17 e 18; Provérbios 13; Salmos de 69 a 71
Dia 14: Jó 19; Provérbios 14; Salmos de 72 a 76
Dia 15: Jó 20 e 21; Provérbios 15; Salmos de 77 a 78
Dia 16: Jó 22 e 23; Provérbios 16; Salmos de 79 a 82
Dia 17: Jó 24 e 25; Provérbios 17; Salmos de 83 a 87
Dia 18: Jó 26 e 27; Provérbios 18; Salmos de 88 a 89
Dia 19: Jó 28; Provérbios 19; Salmos de 90 a 98
Dia 20: Jó 29; Provérbios 20; Salmos de 97 a 103
Dia 21: Jó 30 e 31; Provérbios 21; Salmos de 104 a 105
Dia 22: Jó 32; Provérbios 22; Salmos de 106 a 107
Dia 23: Jó 33; Provérbios 23; Salmos de 108 a 112
Dia 24: Jó 34; Provérbios 24; Salmos de 113 a 118
Dia 25: Jó 35; Provérbios 25; Salmos de 119 de 1 a 96
Dia 26: Jó 36; Provérbios 26; Salmos de 119 de 97 a 176
Dia 27: Jó 37; Provérbios 27; Salmos de 120 a 134
Dia 28: Jó 39; Provérbios 28; Salmos de 135 a 139
Dia 29: Jó 40; Provérbios 29; Salmos de 140 a 144
Dia 30: Jó 41 e 42; Provérbios 30 e 31; Salmos de 145 a 150
(Quando no mês houver o dia 31, repetir a mesma leitura do dia 30)

A TECNOLOGIA E A VERDADE
Com o advento da tecnologia, ouvir os Livros da Verdade tornou-se uma opção interessante, para quem possui áudios dos livros de Jó, Provérbios e Salmos, pois pode ordená-los da mesma forma proposta aqui e ouvi-los. Se desejar, pode também criar um play list no aparelho celular e aproveitar o tempo para ouvir a Verdade dentro da Verdade.


Deus seja com todos.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

NO CAMINHO, LEVE APENAS VOCÊ.


O título pode até parecer egoísta, mas não o é; é apenas a observação honesta de quem já perdeu muito – do tempo, das forças e do próprio caminho – tentando levar no caminhar da existência outras pessoas – e coisas – além de si mesmo.

O poeta espanhol Antônio Machado (1875 – 1939), diz ao “Caminhante”:
“Caminhante, são teus passos o caminho e nada mais;
Caminhante, não há caminho, faz-se caminho ao caminhar.
Ao andar se faz caminho, e ao voltar a vista atrás se vê a senda que nunca se voltará a pisar.
Caminhante, não há caminho, mas sulcos de escuma ao mar.”

Jesus, o Messias do Eterno Deus, afirma que o caminho que leva a Deus existe, sendo Ele, Jesus, esse caminho para a existência humana chegar-se ao Divino (Evangelho de João 14:6).

Aparentemente as afirmações poéticas se contradizem, mas apenas na aparência. Elas se completam perfeitamente, pois o “caminho” que Machado diz existir somente “ao caminhar” foi caminhado por Jesus, por isso existia nele. Da mesma forma, o “caminho” que Jesus afirma ser só existe pois foi “caminhado” por ele. Ambas as afirmações poéticas-proféticas são perfeitas e verdadeiras.

O “caminhante” de Machado leva somente a si no caminho que caminha; Jesus é esse caminhante que se faz caminho solitário para quem ousa caminhar o caminho solidário caminhado por ele. Porém, para quem não caminha seu próprio caminho, eles não existem: nem o caminho, nem Jesus, nem o caminhante. O motivo dessa “não existência” é que, sem a experiência do caminhar não pode haver caminhante (...) e não há caminhante acompanhante, mochilado, “de carona”, (...). Todo caminhante é por essência, solitariamente solícito.

Todo caminhante faz seu próprio caminho, segue sempre em frente, leva consigo o nada, a folha em branco, o horizonte por desvendar (...).

Se até hoje você carregou no seu caminho “as coisas” e/ou “as pessoas” do “passado”, abandone-as, largue-as, deixe-as. Elas não podem caminhar com você os caminhos que são só seus; elas não podem fazer “o caminho” que só se faz ao caminhar; e esse caminho é seu, responsabilidade exclusivamente sua e você prestará conta a Alguém pelo caminho que caminhou.

Caminhe, caminhe.
Faça caminhos, crie veredas, abra picadas. Mas saiba que ninguém além de você andará por eles.

Caminhe, caminhe. Seja você o seu caminho na direção do Deus Eterno.
Seja você o caminho de si mesmo.
Seja você o caminhante e o caminho que só se faz ao caminhar.

Tenha a coragem de caminhar como Jesus caminhou, e ao final do seu caminho teve a autoridade para dizer: EU SOU O CAMINHO! NINGUÉM CHEGARÁ AO CONHECIMENTO DE – SER E QUEM É – DEUS, SE NÃO CAMINHAR CADA UM O CAMINHO QUE EU CAMINHO ATÉ AGORA.

Qual é esse caminho?
O caminho da humanidade.

Ninguém chega a Deus – conhecer e ser – se não tornar-se um humano perfeito. Jesus é o exemplo.


Por isso, no caminho, leve apenas você, para que haja forças e tempo para dedicar-se ao aperfeiçoamento de sua humanidade.

sábado, 7 de janeiro de 2017

IGREJA DE JESUS – A PORTADORA DOS MILAGRES



Nenhum Estado pode. Mas a Igreja de Jesus poderia – se soubesse quem é, evitar os massacres nas penitenciárias.
Ainda me lembro quando entrei no pavilhão da Penitenciária Vidal Pessoa, na Sete de Setembro em Manaus, com mamãe Ruth Rocha, na década de 1980. Ela era a única mulher autorizada pela direção do presídio a entrar no pavilhão masculino; vazia isso todo domingo para pregar o Evangelho de Jesus às pessoas que estavam lá. Fui algumas vezes com ela e me assustei com o que vi – a maldade estava estampada nos rostos, nos gestos, nos olhares que congelavam o sangue (...); me surpreendi com a coragem de Mamãe, aquela mulher pequena e franzina, mas de uma coragem descomunal. Algumas vezes ela peitou alguns dos chefes da cadeia pública em nome de Jesus. Ela era uma mulher respeitada naquele ambiente. Seu trabalho de evangelização, no presídio feminino rendeu-lhe a condição de evangelizar também entre os homens daquele lugar. Assustador e Maravilhoso lembrar disso agora.

Fui umas poucas vezes com ela; certa vez eu perguntei porque teimava em fazer o trabalho de evangelização na penitenciária, custeando tudo do próprio bolso, sem o apoio da Igreja Batista de Constantinópolis – onde éramos membros – ? Ela me disse de forma categórica: “eu não preciso da congregação pra fazer nada, eu sou a Igreja de Jesus, faço porque esse é o meu ministério. Alguém tem que fazer, meu filho, então eu faço...”. E fez até não poder mais.

Sua ação evangelizadora dentro daquele presídio, extrapolou as celas e os muros, os que se convertiam ao Senhor – mudavam de comportamento e ganhavam a condicional – iam trabalhar na casa da Dona Ruth. É, algumas das senhoras que cuidavam de nós, faziam nossa comida, lavavam e passavam nossas roupas eram presidiárias – assassinas violentas (...); trabalhavam em nossa casa com carteira assinada e carta de recomendação (...), entre os homens, somente um, Jackson – mas não ficou no Caminho muito tempo, tinha sérios problemas familiares e não conseguiu sobreviver fora da marginalidade (...). Mas mamãe nunca desistiu dele.

Quase a uma semana dos massacres nas penitenciárias de Manaus, estou lembrando das experiências que tive com mamãe naquela unidade prisional.

O Estado – seja qual for o governador – não tem capacidade de mudar aquelas pessoas que estão lá dentro, não tem capacidade de torna-los seres humanos novamente, não tem. Só um milagre pode fazer isso e a Detentora dos Milagres de Jesus é Sua Igreja – com maiúsculas mesmo. Porém o que vemos, infelizmente, é uma organização de homens que entregou-se ao fascínio do dinheiro, aos cultos de poder e muito pouco, a um hedonismo satânico e diabólico, nada tem de milagrosa. Não representa mais a Senhor que Salva nossa humanidade.

Hoje consigo ver o problema e a solução para evitar outras atrocidades iguais – O EVANGELHO DE JESUS, mas não sei por onde começar (...).


Deus tenha misericórdia dos inocentes.