Nenhum Estado pode. Mas a Igreja
de Jesus poderia – se soubesse quem é, evitar os massacres nas penitenciárias.
Ainda me lembro quando entrei no pavilhão
da Penitenciária Vidal Pessoa, na Sete de Setembro em Manaus, com mamãe Ruth
Rocha, na década de 1980. Ela era a única mulher autorizada pela direção do
presídio a entrar no pavilhão masculino; vazia isso todo domingo para pregar o
Evangelho de Jesus às pessoas que estavam lá. Fui algumas vezes com ela e me
assustei com o que vi – a maldade estava estampada nos rostos, nos gestos, nos
olhares que congelavam o sangue (...); me surpreendi com a coragem de Mamãe,
aquela mulher pequena e franzina, mas de uma coragem descomunal. Algumas vezes
ela peitou alguns dos chefes da cadeia pública em nome de Jesus. Ela era uma
mulher respeitada naquele ambiente. Seu trabalho de evangelização, no presídio
feminino rendeu-lhe a condição de evangelizar também entre os homens daquele
lugar. Assustador e Maravilhoso lembrar disso agora.
Fui umas poucas vezes com ela; certa
vez eu perguntei porque teimava em fazer o trabalho de evangelização na
penitenciária, custeando tudo do próprio bolso, sem o apoio da Igreja Batista
de Constantinópolis – onde éramos membros – ? Ela me disse de forma categórica:
“eu não preciso da congregação pra fazer nada, eu sou a Igreja de Jesus,
faço porque esse é o meu ministério. Alguém tem que fazer, meu filho, então eu
faço...”. E fez até não poder mais.
Sua ação evangelizadora dentro
daquele presídio, extrapolou as celas e os muros, os que se convertiam ao
Senhor – mudavam de comportamento e ganhavam a condicional – iam trabalhar na
casa da Dona Ruth. É, algumas das senhoras que cuidavam de nós, faziam nossa
comida, lavavam e passavam nossas roupas eram presidiárias – assassinas
violentas (...); trabalhavam em nossa casa com carteira assinada e carta de recomendação
(...), entre os homens, somente um, Jackson – mas não ficou no Caminho muito
tempo, tinha sérios problemas familiares e não conseguiu sobreviver fora da
marginalidade (...). Mas mamãe nunca desistiu dele.
Quase a uma semana dos massacres
nas penitenciárias de Manaus, estou lembrando das experiências que tive com
mamãe naquela unidade prisional.
O Estado – seja qual for o
governador – não tem capacidade de mudar aquelas pessoas que estão lá dentro,
não tem capacidade de torna-los seres humanos novamente, não tem. Só um milagre
pode fazer isso e a Detentora dos Milagres de Jesus é Sua Igreja – com maiúsculas
mesmo. Porém o que vemos, infelizmente, é uma organização de homens que
entregou-se ao fascínio do dinheiro, aos cultos de poder e muito pouco, a um
hedonismo satânico e diabólico, nada tem de milagrosa. Não representa mais a
Senhor que Salva nossa humanidade.
Hoje consigo ver o problema e a
solução para evitar outras atrocidades iguais – O EVANGELHO DE JESUS, mas não sei
por onde começar (...).
Deus tenha misericórdia dos
inocentes.
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