“Esta é a
mensagem que ouvimos dele e anunciamos a vocês: Deus é luz, e não há treva nele
– nenhuma!
Se
afirmamos que temos comunhão com ele, mas andamos nas trevas, mentimos e não
vivemos a verdade. Se, porém estivermos andando na luz, como ele está na luz,
temos então, comunhão uns com os outros, e o sangue de seu Filho Yeshua (Jesus)
nos purifica de todo o pecado.” 1ª Carta de João, 1:5 a 7 – Bíblia Judaica Completa.
Começo a meditação deste domingo
instigando – como de costume – você a deixar sua zona de conforto, pelo
menos, inicialmente no campo do raciocínio, na observação não religiosa das
coisas, a tentar criar, construir um NOVO MUNDO. Sei que todos estamos
cansados desse lugar horrível em que vivemos, quase que obrigados a existir
pelo amor que temos aos que sofreriam se tivéssemos a liberdade de partir – morrer
– quando desejássemos; vivemos essa quase obrigação angustiosa por apego ao que
conquistamos com tanto sofrimento ou estamos em vias de conquistar; aí, a fala
de Salomão ecoa em nosso íntimo: “...tudo é vaidade e aflição de espírito.”
Eclesiastes 2:17. Porém, mesmo com tanta vontade e motivos para desistirmos,
quero lhe provocar ao recomeço. CRIARMOS JUNTOS NOVOS CÉUS E NOVA TERRA.
A criação de uma “NOVA
TERRA”, ou melhor, um novo lugar para vivermos, o nosso novo
lugar, passa invariável e inevitavelmente pela construção de “NOVOS
CÉUS”, sendo eles, o tudo que se refere ao DEUS ETERNO. No Escrito
Santo que registra o início de tudo, está gravado em Letras Sagradas que primeiro
foram feitos os CÉUS e depois a TERRA (Genesis 1:1). Não há terra sem céus,
não há terreno sem celeste, não há vida sem eternidade, não há Humanidade sem
Divindade.
Mas a criação – seja a
primordial ou a nova – só acontece com o entendimento da profecia BERESHIT –
COM O PRÍCIPAL NO MADEIRO. Sem esse entendimento/conhecimento,
nada foi ou será criado.
O primeiro texto referência desta
meditação traz o entendimento do Apóstolo João sobre a verdade BERESHIT, em seu
primeiro verso: “A Palavra que dá vida, existia desde o princípio”.
BERESHIT É A PALAVRA, o FILHO está nela e é por Ele, nela, que todas as coisas –
CÉUS E TERRA – foram criados. O texto de João revela claramente que “DEUS
É LUZ”! E que NELE não há nenhum tipo treva – no singular mesmo. LUZ
é conhecimento, sabedoria, revelação; por sua vez, treva é a ausência dessa
LUZ. Está no singular pois só existe uma IGNORÂNCIA, a de não reconhecer JESUS
como FILHO DE DEUS; quando ignoramos algo relativo ao DEUS SUPREMO, ignoramos
TUDO, ignoramos ELE e TUDO que É feito por ELE.
O Apóstolo ainda nos lembra que
sem COMUNHÃO – comum união, união comum, harmonia com ou outros, RESPEITO
PELO OUTRO EM NÓS E POR NÓS NO NOUTRO – não estamos iluminados pelo PAI
DAS LUZES (Tiago 1:17), mas andamos em treva.
É a COMUNHÃO QUE NOS ILUMINA
COM A LUZ DIVINA, é a comunhão com o todo, criado e abençoado diariamente
pelo TUDO (Mateus 5:44 a 48) que nos torna iluminados e iluminantes. É somente
nesse momento, quando essa CONSCIÊNCIA ILUMINADA nasce em nós, é que
passamos, como filhos amados, a ser criadores de NOVOS CÉUS E NOVA TERRA.
Sim, você entendeu corretamente. Eu
disse que PODEMOS SER CRIADORES DE NOVOS CÉUS E NOVA TERRA. Porém não
esqueça o que nos dá tal poder: A COMUNHÃO E O AMOR AO PRÓXIMO! É dessa atitude
que vem o PODER DOS FILHOS DE DEUS, do AMOR INDISTINTO!
Complementando o ensino de João,
outro aluno do Messias Jesus, Pedro, é quem nos revela essa realidade Divina – sermos
criadores de novos céus e nova terra. Leia o texto abaixo com atenção:
“Além do
mais, queridos amigos, não ignorem isto: para o Senhor, um dia é como mil anos,
e mil anos, como um dia. O Senhor não é vagaroso no cumprimento da promessa,
como algumas pessoas pensam; ao contrário, ele é paciente com vocês. Não é seu
propósito que alguém seja destruído, mas que todos deem as costas ao pecado. Entretanto,
o Dia do Senhor virá “como um ladrão”. Naquele Dia, os céus desaparecerão
com um grande estrondo, os elementos serão derretidos e desfeitos, e a terra e
tudo o que nela há, será queimada.
Visto que
tudo será destruído dessa forma, que tipo de pessoas vocês deverão ser? Vivam
de maneira santa e piedosa, enquanto esperam pelo Dia de Deus e trabalham para
apressar sua vinda. Aquele Dia trará a destruição dos céus pelo fogo e os elementos
se derreterão com o calor. Nós, porém, de acordo com a sua promessa,
esperamos novos céus e nova terra, nos quais a justiça se sentirá
em casa. Portanto queridos amigos, enquanto esperam essas coisas, façam tudo
que puderem para ser encontrados por ele, sem mancha ou defeito e em paz.” 2ª Carta
de Pedro 3:8 a 14 – BJC (grifos nossos)
Esse texto está imerso nas
metáforas e simbologias do mundo antigo, principalmente do judaísmo primordial.
Mas a decodificação dessas metáforas e simbologias pode ser encontrada dentro
da VERDADE – A.M.T., Jó, Provérbios e Salmos – como está dito: “Para se
conhecer a sabedoria e a instrução; para se entenderem, as palavras da
prudência; Para se receber a instrução do entendimento, a justiça, o juízo e a
equidade; Para dar aos simples, prudência, e aos moços, conhecimento e bom
siso; O sábio ouvirá e crescerá em conhecimento, e o entendido adquirirá sábios
conselhos; Para entender os provérbios e sua interpretação; as palavras dos
sábios e as suas proposições. O temor do SENHOR é o princípio do conhecimento;
os loucos desprezam a sabedoria e a instrução.” Provérbios 1:2 a 7. Dentro
desse contexto de revelação sapiencial que me atrevo “revelar” ou “desvendar”
alguns desses símbolos e metáforas do texto da carta de Pedro.
“CÉUS” é tudo que
diz respeito ao DIVINO; seja o que pensamos conhecer sobre ELE, seja o
que formamos como base teológica, sejam ditames sociais, religiosos e
comportamentais; enfim, tudo que diz respeito a DEUS e que parte da
intenção humana o texto Santo chama de “CÉUS”. Indo por esse
caminho, Pedro afirma classicamente que no DIA DE DEUS, ou seja, quando
ELE bem entender, tudo que conhecemos sobre ELE será derretido; nossas imagens
mentais e emocionais sobre ele serão derretidas, nossas crenças construídas com
base nas teologias humanas serão desfeitas; toda religiosidade que construímos
e que viermos a construir como se fossem “CÉUS”, será confrontada
com a LUZ DA VERDADE e essa VERDADE como um SOL, com seu CALOR SANTO
derreterá toda a construção humana sobre QUEM É DEUS. Percebam que no texto
referência que uso (Bíblia Judaica Completa), “céus” e “terra” derretidos e
queimados pelo calor do SOL DA VERDADE; significando que TUDO QUE
PENSAMOS SABER SOBRE DEUS E SOBRE NÓS DEIXARÁ DE SER! Mas precisamos saber
um pouco do que é “TERRA”, no Texto Sagrado.
“TERRA” É NOSSO
LUGAR DE CONVÍVIO; é onde vivemos todos, e o ideal seria quem a terra –
nosso lugar de convívio – fosse o lugar da comunhão, da NOSSA COMUNHÃO.
Mas não tem sido assim. Não tem sido nosso lugar de comunhão porque “OS
CÉUS” têm nos separado, o que pensamos sobre DEUS e seus valores nos
separam e impedem nossa comunhão por séculos; as guerras que matam milhares e milhares
de pessoas são religiosas, são “guerras celestes”, conhecidas como “guerras
santas”. Nosso lugar de convívio está rapidamente se transformando em lugar
de desolação, dor, angustia, sofrimento e solidão. Temos de mudar nosso lugar
de convívio, temos de mudar nossa “TERRA”. Mas ela só muda se os “CÉUS” mudarem.
Não há “TERRA” SAUDÁVEL SEM “CÉUS”
SAUDÁVEIS; NÃO HÁ “TERRA” DIVINA SEM “CÉUS” DIVINOS; NÃO COMUNHÃO ENTRE OS
TERRÁQUEOS SEM COMUNHÃO DELES COM O DIVINO, e João diz isso claramente: “SE,
PORÉM ESTIVERMOS ANDANDO NA LUZ, COMO ELE ESTÁ NA LUZ, TEMOS ENTÃO, COMUNHÃO
UNS COM OS OUTROS” Mais claro que isso, impossível.
Há também outra revelação que não
posso deixar fora desse esclarecimento. No texto hebraico, no Genesis, onde
surge pela primeira vez o termo “CÉUS”; a palavra é “SHAMAIM (שָּׁמַיִם)”; Se traduzida ao pé
da letra não seria “céus” seria “filhos”, isso porque a primeira
parte da palavra “SHEM (שׁמ)” quer dizer “filho”, “descendente”,
“semente” e o sufixo “IM (ים)” é uma terminação plural, dando o sentido
de “filhos”.
Nessa vertente, “OS CÉUS”
do Gênesis seria a COMUNHÃO dos FILHOS. Mas quem seriam esses FILHOS
CELESTES? Aqueles SALVOS PELO FILHO PRIMOGÊNITO, JESUS! Louvado seja
ELE.
Esse FILHO terrestre, PRIMOGÊNITO
CELESTE, deixou gravada, em seus ensinos, a VERDADE LUMINOSA que: SEM COMUNHÃO,
SEM AMOR AO PRÓXIMO, NÃO HÁ TERRA. Sem essa prática, não há lugar bom para
vivermos. SIMPLES ASSIM.
A droga é que “os céus”
humanos, as religiões criadas pelo entendimento raso de mentes individualistas
pregam até hoje que NOSSA COMUNHÃO SÓ PODE SER COM IGUAIS A NÓS. Tais líderes
religiosos sofrem da “síndrome do avestruz” – vivem com a cabeça enfiada no
chão e não na PALAVRA DE DEUS. Esse ensino ridículo, oriundo de um “céu”
infernal é o responsável pelo caos social no qual estamos hoje; uma sociedade
completamente partida, dissolvida, desprovida de empatia, sem nenhuma ética,
cada um lutando para provar aos outros que seu “céu” é o verdadeiro ou o
mais perfeito. Não sei se me faço entender, espero que sim.
O Ensino de JESUS vai na contramão
dessa “celestialidade” doentia, Ele humaniza “OS CÉUS” e
diviniza a “TERRA”. Ele faz isso, porque foi ele quem fez isso – “Todas
as coisas foram feitas por Ele e sem Ele nada do que foi feito se fez”
(João 1:3). Se Ele, o FILHO, o CABEÇA, o PRIMOGÊNITO, está comprovadamente em
BERESHIT, Criando todas as coisas, ELE SABE DO QUE ESTÁ FALANDO QUANDO NOS
ORDENA:
“Eu, porém,
vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos
que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem; para que sejais
filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ELE faz que o seu sol se levante
sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os
que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? E,
se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os
publicanos também assim? Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai
que está nos céus.” (Mateus 5:44 a 48)
Para construirmos a NOVA
TERRA, temos de antes construir NOVOS CÉUS. Ou seja, para termos
um NOVO LUGAR DE CONVÍVIO, temos de RECONSTRUIR NOSSA VISÃO DE DEUS.
Não é difícil se tivermos O FILHO JESUS como reflexo DELE.
Quando fizermos isso, seremos
capazes de nos ver no outro e ver o outro em nós. Quando agirmos dessa forma Celeste
e Divina, deixaremos de julgar pessoas, seus atos e comportamentos, passaremos
a aceita-las como elas são ou estão – afinal, tudo e todos mudam aqui na
terra.
Quando criarmos nossos “NOVOS
CÉUS”, NÃO VEREMOS MAIS AS PESSOAS EM CORES – BRANCAS, NEGRAS, AMARELAS
OU ARCO-IRIS; quando criarmos “NOVOS CÉUS”, saberemos viver em
harmonia, sem as sandices religiosas.
QUANDO EXISTIREM NOVOS CÉUS EM
NOSSA VIDA, HAVERÁ UMA NOVA TERRA PARA VIVERMOS JUNTOS, SEM DEFEITOS – INIMIZADES
– E EM PAZ; ASSIM, TEREMOS UM LUGAR DE CONVÍVIO, “ONDE A JUSTIÇA SE SENTIRÁ
EM CASA”.
Pense nisto.
Deus seja conosco.
BOA SEMANA E MÃOS À OBRA.