"Sempre fomos livres nas profundezas de nosso coração, totalmente livres, homens e mulheres.
Fomos escravos no mundo externo, mas homens e mulheres livres em nossa alma e espírito."
Maharal de Praga (1525-1609)

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

BEIJO


Em horas de morte, a gente não lembra de muita coisa. Ligamos o “automático” e botamos pra fazer, não temos muito tempo para sentir o que esta acontecendo.

Foi assim no dia da partida de mamãe. Quando eu e papai a colocamos na ambulância, ela já estava desfalecida. Papai pegou em meu braço e disse “acho que vamos perder mamãe...”. Naquele momento milhares de coisas passaram pela minha cabeça. Lembre de todas as vezes que meu pai disse que algo aconteceria – ou não – e assim foi. Naquela hora ele disse que “perderíamos” nossa mãe.

Que angustia, que dor. Um sentimento de desespero invadiu minha alma (...) inexplicável!

Nos menos de 3 minutos até o hospital, eu orei, pedi mãezinha de volta (...) agradeci por sua vida (...) chorei.

Minutos depois a palavra de papai se cumpria mais uma vez. O médico saiu da sala de reanimação e falou:

- o que o senhor é para ela?
- filho ...
- pastor, infelizmente sua mãe já chegou em óbito.

Eu já sabia. Papai já tinha falado (...).

Uma mistura de tudo se instalou dentro de mim. Ainda não saiu.
Até engolir dói.
(...)
Depois que todos foram devidamente avisados “... mamãe está com o Senhor”, foi o que eu disse o tempo todo, pra todos.

Depois de tudo e de todos.
(...)
Eu entrei na sala onde seu corpo estava.
(...)
Peguei na sua mãe direita e dei um beijo em sua testa ...
... um beijo que eu nunca queria ter dado ... nunca pensei em beijar minha mãe morta.
Um beijo que nunca deixarei de beijar.

Que beijo.
Que dor.
(...)
Que saudade.

Obrigado DEUS, pela mãe que recebi do SENHOR.

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