Resolvi aceitar o desafio de trazer ao blog uma longa reflexão sobre o momento homo que estamos vivendo. Muitas pessoas têm me perguntado se não iria expressar minha opinião sobre o tema. Alguns pastores têm me provocado a resposta. Precisei entender, ler, pesquisar e acima de tudo ORAR ao meu DEUS para poder expor minimamente o que penso. Então vamos lá.
Honestamente, acho que se está fazendo uma tempestade em um cálice de água. Perdoem-me os desapontados com esta afirmação. Tenho visto e ouvido a preocupação gritante de grande parte dos evangélicos quanto às relações homoafetivas.
Quero iniciar esta reflexão perguntando a você:
-Você tem um amigo homossexual? Como é sua relação com ele?
- Em sua escola, havia algum homossexual? Se havia como era seu relacionamento com ele?
- Você trabalha com algum homossexual? Como é sua relação com ele?
- Na igreja que você freqüenta existe algum homossexual? (...) tem certeza?
- Você tem algum parente, próximo ou distante que assumiu-se homossexual?
Respondo por mim.
- Eu tenho muitos amigos que são homossexuais e me relaciono muito bem com eles. Nunca tive vontade de ter relação sexual com nenhum deles.
- Na época de ginásio, no Instituto Batista do Amazonas, em Manaus, havia vários homossexuais. Um deles, um negão chamado Antônio, protegia a mim e a meu mano dos espertinhos mais velhos. Antônio estudava na 5ª. Série com o mano. Nunca tentou nenhuma intimidade conosco.
- Eu trabalho indiretamente com alguns homossexuais, e nunca houve nenhum tipo de atração nem desrespeito.
- Na igreja na qual sou pastor ainda não se manifestou tal comportamento. Porém já fomos visitados por alguns homossexuais, tanto homens quanto mulheres. Um dos casos mais interessantes foi o da filha de uma irmã de nossa igreja, que ao entrar no templo, todos pensaram que era um homem, mas eu sabia que não era. E ela sabia que eu sabia que ela era homossexual.
- Eu tenho homossexuais na família e nem por isso o respeito diminuiu, o amor diminuiu, e a admiração cessou.
Acho que a grande maioria de nós evangélicos é homofóbica sim.
Diante do Projeto de Lei 122, parece que todos os nossos temores vieram à tona. Somos intolerantes com os homossexuais, mas toleramos os adúlteros. Não nos sentimos bem só de pensar em ter freqüentando nossos cultos um casal assumido de homossexuais, mas não vemos muito problema se algumas jovens de nossas congregações se prostituem – algumas declaradamente. Sentimos uma profunda repulsa em ter de dividir a leitura bíblica com alguma pessoa homossexual, mas podemos conviver muito bem com algum estelionatário, ou ladrão, ou corrupto.
Estamos apavorados porque não sabemos como lidar com a possibilidade de uma pessoa que precisa verdadeiramente da transformação advinda do Espírito Santo chegar em nossas congregações e usar a LEI para freqüentar.
Pergunto: NÃO FOI PARA ELES QUE O MESSIAS VEIO? Ou os doentes e pecadores somos nós?
Creio que precisamos repensar nossas crenças.
Lembro-me de um verso do Salmo 51, onde o ASSASSINO e ADULTERO rei David declara ao seu Deus ADONAI: “Devolve-me a alegria de tua salvação e dá-me um espírito pronto a obedecer. Então ensinarei aos ímpios teus caminhos e os pecadores se voltarão a ti.” David não quer ter de volta sua alegria salvadora para falar de Deus aos justos, ele quer falar aos ÍMPIOS, aos PECADORES, aos DOENTES, aos que são banidos das boas relações com Deus.
Agindo desta forma homofóbica, impedimos o executar de Atos 2:47 - ... louvando a Deus e tendo o respeito de todas as pessoas. E dia após dia, o Senhor lhes acrescentava os que eram salvos. É assim que Deus faz, Ele acrescenta aqueles que ele quer que sejam salvos, e não importa nossa cara feia, nosso desgosto, nossas fobias.
PRECISAMOS AMAR ESSAS PESSOAS COMO JESUS AS AMOU E MORREU POR ELAS!!
Elas estão condenadas por causa de sua mente endurecida, por causa de seu coração obtuso. Por acharem-se mais inteligentes ou sábias, como diz Paulo. Tornaram-se tolas, descuidadas, desiludidas, confusas (...). Por isso Deus as entregou ao desejo homossexual. Eles já estão condenadas a uma vida triste e vazia. Nós temos a VIDA verdadeira que nos traz alegria advinda da consciência que vivemos somente pela misericórdia de ADONAI, pela sua GRAÇA salvadora que nos esclarece a alma e nos fortalece o espírito.
Tentando impedir que um ou mais homossexuais entrem em nossas congregações, estamos afirmando para o mundo que não cremos no poder transformador do Espírito Santo - que tanto pregamos. Estamos dizendo para todos que nossa crença não é verdadeira. Não confiamos no que pregamos.
Diga-me o que é mais fácil, ANDAR SOBRE ÁGUAS OU VER UM HOMOSSEXUAL TRANSFORMADO?
JESUS fez a mesma pergunta aos religiosos de sua época – o que é mais fácil, perdoar pecados ou curar um paralítico? PARA QUE TODOS SAIBAM QUE O FILHO DO HOMEM TEM PODER PARA PERDOAR PECADOS – disse Jesus ao paralítico – TE DIGO: PEGA TEU LEITO E ANDA.
Uau!! Simples demais.
Deus está nos dando a oportunidade de ver milagres de verdade em nossas congregações, testemunharmos a transformação de vidas enfermas – MESMO QUE ELES PENSEM QUE SÃO NORMAIS. E nós estamos brigando para que isso não ocorra. Não obedecemos a ordem de Deus: AMA AO TEU PRÓXIMO COMO A TI MESMO!.
Quero terminar essa primeira reflexão contanto um episódio. Certa vez no jornal Amazonas em Tempo, surgiu na hora do cafezinho, o papo sobre "mudança de vida", etc. A conversa se baseava no fato de que uma mulher do bairro do São Jorge, sabidamente prostituta e traficante, havia se convertido e mudado completamente sua forma de viver. Um jornalista me perguntou se eu acreditava em mudança assim. Eu disse que sim, afirmei que Deus pode mudar qualquer pessoa, inclusive homossexuais. Nesse momento a manifestação foi unânime. Nunca!, jamais! Viado não muda de vida! Uma vez gay, sempre gay (...). O cafezinho terminou com zombarias. Todos me chamaram de louco, leso e outros adjetivos (...). Mas eu continuo acreditando da mesma maneira. DEUS PODE MUDAR QUALQUER PESSOA!
Quando negamos essa mudança, negamos na verdade o poder de Deus.
Na igreja na qual pastoreio, todas as pessoas são bem-vindas. TODAS.
Pense nisso.
Na minha segunda reflexão sobre o assunto, tentarei mostrar que a mesma lei que garante aos homossexuais entrarem em nossas congregações e demonstrarem afeto um pelo outro não nos proíbe de proibir os excessos, caso venham a existir.
Em JESUS, o MESSIAS, que me amou mesmo eu sendo um miserável pecador.
Alexandre Rocha.
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