Para não escrever um “post
gigante”, no dia 31 de dezembro de 2014, resolvi fragmentar o tema em
alguns posts “menores” (risos). O primeiro dia de cada ano, a partir de
2011, nunca mais será um dia de expectativas, mas de reflexões. Isso por que
foi nesta data, dia 1º., que Mama Ruth partiu. Então fica difícil para mim não
refletir no “para que?” ela morreu no primeiro dia do ano – para o resto
da minha vida. A resposta mais óbvia é: “para que eu reflita sobre o que há
de vir após o dia 1º...”.
Então vamos lá.
Mesmo sabendo com certeza que o
ano de 2014 inda não acabou – mesmo que passássemos o restante dos dias
dormindo – pois faltam seis dias para seu fim. E que nesses dias que restam
milhares pessoas irão nascer ainda em 2014 até as 23h59m do dia 31 de dezembro
e outros milhares irão deixar esse plano existencial (...), resolvi escrever
sobre essa transição.
O ano de 2014 foi um ano surpreendente
para mim. Em todos os aspectos. Iniciei de fato o ministério da “Beit-Alef
– Casa de Ensino”; lancei um livro que tenta desmitificar a questão do
dizimo; voltei ao mercado de trabalho depois de anos sem atuar na área da
comunicação e da propaganda; retomei as atividades políticas como agente político;
tive as emoções abaladas por diversos acontecimentos. Reencontrei amigos que a
tempos não via e fui reencontrado por outros. Emoções antigas afloraram (...).
Foi um ano cheio de questionamentos, cheio de aprendizados, cheio de dúvidas e
poucas certezas – GRAÇAS A DEUS. As dúvidas pedem respostas e não certezas; as
respostas certas devem gerar outras dúvidas (...) e assim é, e assim é estou
terminando o ano de 2014. COM PERGUNTAS, COM DÚVIDAS, SEGURO
DE QUEM SOU.
Nesse caminhar – pelo menos
até agora – causei muitas dores a pessoas que se preocupam comigo, a
pessoas que me amam, que se envolvem com a minha vida, mesmo que eu diga: “não”.
Não tem jeito (...). Tenho apenas que administrar o ímpeto de “correr” e
a realidade de que nem todos têm “pernas para me acompanhar” como eu
gostaria.
Nesse caminhar – pelo menos
até agora – fiz uma releitura do valor familiar, de como os filhos são
importantes na vida da gente. Pude perceber a diferença de cada um e o lugar
que cada um deles ocupa eternamente dentro de mim. Pude ver o quanto sou falho
como pai, e o quanto preciso melhorar, aprender (...), mas a presente/constante
impossibilidade de exercer tais predicados não me “neura” mais. Pude ver
a importância de se ter um cônjuge que não lhe julgue, que não lhe imponha
regras, nem lhe cobre comportamentos. Pude perceber a importância de ser
cônjuge assim. Nesse processo de percepções das presenças também
houve a presença da ausência (...); Nesses emaranhados de
sentimentos e percepções íntimas e intimistas não saber o que é amar, me arrasa,
põe por terra os conceitos pré-definidos pelas convenções sócio-cultural-religiosas.
NÃO SEI NADA SOBRE O AMOR.
Nesse caminhar – pelo menos
até agora – fui acusado, atacado, chamado de doido, esquizofrênico, irresponsável,
mentiroso, tolo e sonhador (...). Mas também fui reconhecido como gente; como
ser humano que deixou de ser “super-herói”, que largou a fantasia de “deus-gente”,
de “inerrável”, de exemplo de sucesso, de “o cara”. Passei a ser
visto como um simples e reles mortal; sujeito a todos os tipos de tropeços,
quedas, devaneios, sandices, tolices, traições – as mais tolas; uma
pessoa sujeita a momentos de depressão, de vontade de morrer, de vontade de
sumir; passei a ser entendido como um homem que tem limites, um sonhador
inveterado sim. E ISSO É MUITO BOM! Deixar os estereótipos que maximizam
o ser é abençoante.
Esse turbilhão de coisas que me
aconteceram quebraram os meus “gessos”, que definitivamente a PAZ
vem da obediência aos comandos do ETERNO: aos “sim”, aos “não”,
aos “espere”. Aprendi que DEUS não é “preto” ou “branco”,
ele é Infinitos tons de cinza. Entendi que o SENHOR
prefere a sombra que a luz ou a escuridão. Percebi que muitas vezes o “correto”
está errado e o “errado” pode estar certo. Pude ver que não sou um “cocô”
boiando nas águas da vida, estou mais para um aprendiz de marinheiro que passa
por tempestades e acorda o MESTRE dos mares para que socorra
devido a minha falta de confiança. Tenho visto que muitas vezes os “caminhos
curtos” podem ser os mais longos, desgastantes e cansativos, e que os “caminhos
longos” podem ser os mais curtos e menos turbulentos.
2014, - pelo menos até agora
–, tem me ensinado a “contar meus dias”. Estou envelhecendo e isso é
bom. Só preciso achar na velhice a sabedoria que preciso para terminar meus
dias em paz, comigo e com os que estão no caminho comigo – os de perto e os de
longe, como diz o Carlos Bregatin. Mas não pense que por saber-me chegando ao “velhismo”,
que me acho um inútil, um inerte, um velho. Não sou e nunca serei um velho.
Como diz meu amigo Sanlai Trindade, sempre serei um adolescente. Minha alma é
jovial – sem ser hilário ou gargalhante –, meu ímpeto é rompante, não me
dou por vencido – só demoro um pouco mais para desatar os nós –, nunca
me dou por vencido. SOU UM SONHADOR INVETERADO.
OBRIGADO A TODOS que:
duvidaram de mim, que questionaram minha sanidade, minha integridade, meus
compromissos com DEUS, meu ministério, minha capacidade profissional,
meus valores, meus temores, meus medos (...). OBRIGADO aos que fizeram o
contrário de tudo isso: crendo, aceitando, observando, deixando o tempo
trabalhar, apostando em minha capacidade profissional e ministerial (...). OBRIGADO
POR ME FAZEREM QUEM SOU HOJE.
Quem sou? SOU GENTE, FILHO
DO ETERNO.
Feliz 2015.
NELE, que É para
sempre.
(...)
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