"Sempre fomos livres nas profundezas de nosso coração, totalmente livres, homens e mulheres.
Fomos escravos no mundo externo, mas homens e mulheres livres em nossa alma e espírito."
Maharal de Praga (1525-1609)

sábado, 15 de agosto de 2015

NÃO É SÓ ALEXANDRE; E EU VOU CONTINUAR FALANDO!



Deixei para escrever este artigo no fim da noite porque depois de dois dias carregados de fortíssimas emoções (...), fiquei meio sem estímulo.

Ontem, depois da entrevista que os amigos da AIRMA concederam, fui abordado por dois outros amigos que me disseram: “o Alexandre está batendo muito no prefeito...”. Parei, e pedi para eles repetirem. Eles repetiram a mesma frase: “o Alexandre está batendo muito no prefeito...”. Eu disse a eles: Não. Eu AINDA não estou batendo, eu não tenho coragem para bater como deveria bater. Depois que a raiva passou, os chamei para conversar – não tinha pra onde ir, com o temporal que caia – e expliquei uma coisa pra eles. Um pouco do que disse a eles vou escrever aqui para que todos saibam o real motivo para eu dizer o que digo, e escrever o que escrevo contra a política local.

O motivo para eu ser tão duro contra a atual administração, não é político, É BÍBLICO! Na Bíblia, todos os profetas de verdade levantaram suas vozes contra os desmandos políticos dos governantes de sua época. Zacarias, Isaías, Jeremias, Daniel (...). E por que não dizer que o próprio Jesus pregou contra as questões político-sociais de sua época? É só lermos para encontrar isso. Confesso que gostaria de ter mais coragem para denunciar de forma Bíblica o que tem acontecido de errado nesse Município. Um desses profetas citados, já teria invadido o gabinete – ou a casa – do prefeito Mamoud e teria lhe confrontado com seus desmandos, com suas mentiras, com seus conchavos, com tudo que nem eu mesmo sei – eles saberiam. Qualquer um desses profetas já teria ido às praças denunciar em NOME DE DEUS, os vereadores que não estão interessados no bem do povo. Eu não tenho essa coragem (...). Mas é assim que deveriam os pastores agir e não ficar orando pelos ímpios em troca de ar-condicionado, terreno, isenção de impostos, etc., etc., etc..

As questões Bíblicas são completamente populares, todos os profetas, depois os bispos e pastores, mestres (...), trabalhavam para ensinar as pessoas o que era social e politicamente correto. Havia um interesse, um comprometimento com o bem público. Hoje as religiões se laicisaram tanto que parece não viver neste mundo. Parece que não passam pelos mesmos buracos – acho que flutuam –, parece que não sofrem da mesma forma que os demais cidadãos – que não frequentam seus templos – sofrem. Parece que são seres de outro mundo. Na verdade são uns alienados – desculpem meus amigos religiosos (...). Eu não sou somente o Alexandre Rocha, que teima em mostrar os erros da atual administração, não só um cara metido a político que fala pelos cotovelos denunciando a incompetência administrativa, nem sou um amalucado que tenta aparecer para ser eleito na próxima eleição. Nada disso. Saibam, sou um pastor, fui escolhido para ser; eu não queria ser – quem me conhece sabe do que estou falando. Não é meu bacharelado em teologia que me faz pastor, é minha ordenação ao Ministério, promovida pela Igreja Batista Emanuel que me faz um pastor.

Muitos pensam que para ser pastor o cara tem de ser um “Zé Mané”, um “João ninguém”, um nerd-bíblico, um abestalhado, um alheio aos problemas sociais. Estão errados. Nunca fui assim e sei que nunca serei. Enquanto viver, sempre irei pentelhar políticos incompetentes que sequer sabem para onde o nariz aponta. Divido meu tempo com a família, com as pesquisas sócio-políticas, com as meditações – procuro ser menos mal (...) a cada dia. Enquanto eu viver vou continuar esclarecendo o povo dos seus direitos, vou continuar denunciando a incompetência no uso dos recursos públicos, vou continuar mostrando para quem desejar ver, tudo sobre o pouco que sei.

Não pensem que sou um defensor do PT ou do Peixoto. Não sou. Já disse centenas de vezes que o fato de eu ter trabalhado – e isso me honra – no governo do Peixoto, como secretário de comunicação e depois como o primeiro Ouvidor Geral do Município, não me fez um petista – nunca me filiei ao PT. Da mesma forma que me honra ter trabalhado com o Peixoto, também tenho severas críticas à sua administração, que em minha opinião também foi incompetente no trato de certos problemas sociais e estruturais, que poderiam ter sido solucionados. Um deles é a pavimentação dos bairros que sequer são olhados pelo Poder Público – nessa e em outras administrações passadas.


Meu nome é Alexandre. Mas pode me chamar de Pastor Alexandre; e eu vou continuar falando.

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