Deixei para escrever este artigo no
fim da noite porque depois de dois dias carregados de fortíssimas emoções
(...), fiquei meio sem estímulo.
Ontem, depois da entrevista que
os amigos da AIRMA concederam, fui abordado por dois outros amigos que me disseram:
“o Alexandre está batendo muito no prefeito...”. Parei, e pedi para eles
repetirem. Eles repetiram a mesma frase: “o Alexandre está batendo muito no
prefeito...”. Eu disse a eles: Não. Eu AINDA não estou batendo, eu não
tenho coragem para bater como deveria bater. Depois que a raiva passou, os
chamei para conversar – não tinha pra onde ir, com o temporal que caia – e expliquei
uma coisa pra eles. Um pouco do que disse a eles vou escrever aqui para que
todos saibam o real motivo para eu dizer o que digo, e escrever o que escrevo contra
a política local.
O motivo para eu ser tão duro
contra a atual administração, não é político, É BÍBLICO! Na Bíblia, todos os
profetas de verdade levantaram suas vozes contra os desmandos políticos dos
governantes de sua época. Zacarias, Isaías, Jeremias, Daniel (...). E por que
não dizer que o próprio Jesus pregou contra as questões político-sociais de sua
época? É só lermos para encontrar isso. Confesso que gostaria de ter mais
coragem para denunciar de forma Bíblica o que tem acontecido de errado nesse
Município. Um desses profetas citados, já teria invadido o gabinete – ou a casa
– do prefeito Mamoud e teria lhe confrontado com seus desmandos, com suas
mentiras, com seus conchavos, com tudo que nem eu mesmo sei – eles saberiam. Qualquer
um desses profetas já teria ido às praças denunciar em NOME DE DEUS, os
vereadores que não estão interessados no bem do povo. Eu não tenho essa coragem
(...). Mas é assim que deveriam os pastores agir e não ficar orando pelos
ímpios em troca de ar-condicionado, terreno, isenção de impostos, etc., etc.,
etc..
As questões Bíblicas são
completamente populares, todos os profetas, depois os bispos e pastores,
mestres (...), trabalhavam para ensinar as pessoas o que era social e
politicamente correto. Havia um interesse, um comprometimento com o bem
público. Hoje as religiões se laicisaram tanto que parece não viver neste
mundo. Parece que não passam pelos mesmos buracos – acho que flutuam –, parece
que não sofrem da mesma forma que os demais cidadãos – que não frequentam seus
templos – sofrem. Parece que são seres de outro mundo. Na verdade são uns
alienados – desculpem meus amigos religiosos (...). Eu não sou somente o
Alexandre Rocha, que teima em mostrar os erros da atual administração, não só
um cara metido a político que fala pelos cotovelos denunciando a incompetência
administrativa, nem sou um amalucado que tenta aparecer para ser eleito na
próxima eleição. Nada disso. Saibam, sou um pastor, fui escolhido para ser; eu
não queria ser – quem me conhece sabe do que estou falando. Não é meu
bacharelado em teologia que me faz pastor, é minha ordenação ao Ministério,
promovida pela Igreja Batista Emanuel que me faz um pastor.
Muitos pensam que para ser pastor
o cara tem de ser um “Zé Mané”, um “João ninguém”, um nerd-bíblico, um
abestalhado, um alheio aos problemas sociais. Estão errados. Nunca fui assim e
sei que nunca serei. Enquanto viver, sempre irei pentelhar políticos
incompetentes que sequer sabem para onde o nariz aponta. Divido meu tempo com a
família, com as pesquisas sócio-políticas, com as meditações – procuro ser
menos mal (...) a cada dia. Enquanto eu viver vou continuar esclarecendo o povo
dos seus direitos, vou continuar denunciando a incompetência no uso dos
recursos públicos, vou continuar mostrando para quem desejar ver, tudo sobre o
pouco que sei.
Não pensem que sou um defensor do
PT ou do Peixoto. Não sou. Já disse centenas de vezes que o fato de eu ter
trabalhado – e isso me honra – no governo do Peixoto, como secretário de
comunicação e depois como o primeiro Ouvidor Geral do Município, não me fez um
petista – nunca me filiei ao PT. Da mesma forma que me honra ter trabalhado com
o Peixoto, também tenho severas críticas à sua administração, que em minha
opinião também foi incompetente no trato de certos problemas sociais e
estruturais, que poderiam ter sido solucionados. Um deles é a pavimentação dos
bairros que sequer são olhados pelo Poder Público – nessa e em outras
administrações passadas.
Meu nome é Alexandre. Mas pode me
chamar de Pastor Alexandre; e eu vou continuar falando.
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