Essa foi a pergunta que ouvi em
uma das turmas de 9º ano em que sou professor de ensino religioso aqui em
Itacoatiara, na Escola Estadual Maria Ivone Leite. Minha resposta foi tão
imediata quanto a pergunta.
– ... alguém se torna humano
quando consegue se ver sua humanidade dentro de alguém e a humanidade dela
dentro de si; foi isso que Jesus quis dizer quando afirmou que devemos amar ao
próximo, da mesma forma que nos amamos. (Marcos 12:33).
Confesso que tal revelação sobre
o que é ser humano, trouxe mais clareza sobre o que tem acontecido de ruim na e
para a humanidade moderna; estamos perdendo a capacidade de ver-nos dentro de
outra pessoa, não nos vemos como iguais, nos vemos como seres diferentes – um
tipo de síndrome de Hitler, eu acho – nos vemos melhores ou piores, nunca
iguais.
(...)
Penso que essas diferenças se
potencializam, quando em países como o Brasil existem sistemas racistas como os
desagregantes “sistemas de quotas”, onde seres humanos com epiderme escura são tratados
como seres notadamente inferiores daqueles que possuem uma tez mais clara; da
mesma forma os indígenas (...). Creio com essas políticas estatais racistas passamos
a aceitar que somos diferentes. Mas não somos. Por baixo da pele e dos músculos
existe um esqueleto que depois de descarnado não diferencia uma pessoa de
outra.
(...)
A pergunta daquela aluna me
mostrou o quanto estamos distanciados da mensagem salvadora de Jesus.
Permita-me o neologismo; parece
que estamos mais para “homo-racionalis” que para “homo-humanus”.
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Ps.: A ilustração deste artigo
tem a intenção de mostrar exatamente o que penso sobre ser humano: a árvore da
minha existência só cresce quando têm suas raízes na existência de meu
semelhante, fazendo com que a árvore de sua existência tenha raízes na minha.
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