"Sempre fomos livres nas profundezas de nosso coração, totalmente livres, homens e mulheres.
Fomos escravos no mundo externo, mas homens e mulheres livres em nossa alma e espírito."
Maharal de Praga (1525-1609)

terça-feira, 27 de setembro de 2011

O SUICÍDIO DA ESPERANÇA

Semana passada mais uma tragédia envolvendo criança chocou muitos pelo País. Um garoto de 9 anos atirou em sua professora e depois atirou na própria cabeça, morrendo enquanto era socorrido.

Nosso olhar estarrecido pelo que aconteceu, deixa que existe um problema bem mais sério que a mera violência apresentada. Creio que esta violência apresentada, principalmente por crianças, dentro das escolas ou fora delas, é provocada por outra violência, só que mais silenciosa, porém não menos destrutiva que um tiro. A VIOLÊNCIA CONTRA OS SENTIMENTOS.

Pais e professores não aprenderam a respeitar os sentimentos das crianças. Para os adultos, os sentimentos das crianças, não tem muito valor, os pequenos parecem que não sentem nada, e o que falam, é quase sempre ouvido com desdém e com uma grande falta de respeito. Não adianta dizer que não. É assim que acontece.

Precisamos rever nossas relação com estes pequenos cidadãos. Precisamos aprender a respeitar suas opiniões, temos que saber que eles também têm sentimentos e que estes sentimentos precisam ser observados, identificados e acima de tudo resspeitados.

“... é só de brincadeira...”

Essa é a desculpa dada por todos – adultos e crianças – quando acontece uma “brincadeira” de mau gosto. Os politicamente corretos – mas emocionalmente incompetentes – chamaram esses atos desrespeitosos de Bullyng. Nome chic para um ato horrendo. VIONLÊNCIA CONTRA OS SENTIMENTOS.

Os “tratamentos” comuns, tipo: “burro”, “preguiçoso”, “abestado”, “falador”, e tantos outros mostram o total descuido – para não dizer desrespeito – com os pequenos. Quando tratamos crianças desta forma estamos mostrando a elas que seus sentimentos não nos interessam. Ai é o problema, sabem por quê?

Porque em tempos de globalização, em dias de censura zero, em momentos de redes de relacionamentos quase todas as crianças – pelo menos as que têm acesso a esses meios de comunicação – buscam se livrar da violência sofrida, eliminando o objeto da violência contra suas emoções. Como não atem experiência cognitiva para trabalhar o que acontece com suas emoções, buscam a única solução que conhecem – aprenderam nos vídeos games jogados em lan-houses, nos desenhos animados, nas novelas – matam.

Eles não sabem o que é morte, não têm cognição pra isso, viveram muito pouco para saberem o que é viver. Se não sabem o que é viver, não podem saber o que é morrer ou matar. Eles apenas querem se livrar se sua fonte de sofrimento emocional. Eles estão eliminando esse inimigo, da mesma forma que fazem em seus joguinhos de violência.

Não sabem a amar

Ensinar é uma tarefa difícil porém prazerosa. Os sábios judeus dizem que só tem competência para ensinar, quem teve capacidade para apreender. Dizem também que só ensinamos o que aprendemos.

Nossas crianças não sabem amar, não sabem resolver problemas conversando, não sabem pensar, não sabem argumentar e a culpa é nossa.

Não sabem amar porque não aprenderam a amar. Só ensinamos aquilo que aprendemos. Aprendemos a amar?

Não sabem resolver problemas conversando. Nem nós, diante de um problema, punimos – quase sempre – com violência. Ou usamos palavras violentas, palavrões etc.

Não sabem pensar. Porque não deixamos, queremos resolver tudo, entregamos tudo pronto. Isso projudica.

Não sabem argumentar. Quem não sabe pensar não sabe se expressar.

Aí resolvemos tudo na base da bala.

Entendem a origem da violência?

Pense nisso.

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