"Sempre fomos livres nas profundezas de nosso coração, totalmente livres, homens e mulheres.
Fomos escravos no mundo externo, mas homens e mulheres livres em nossa alma e espírito."
Maharal de Praga (1525-1609)

domingo, 22 de junho de 2014

O SEGREDO PARA UMA VIDA ESPIRITUAL É GUARDAR SEGREDO.



Continuando o estudo dos versos 27 a 33 do capítulo oito de Marcos, ficaremos no trecho em que Jesus pede segredo aos seus alunos.

“Jesus e os alunos – discípulos – continuaram percorrendo as cidades de Cesareia de Filipe. No caminho, ele perguntou a eles: ‘Quem as pessoas dizem que eu sou?’. ‘Alguns dizem que você é João, o Imersor’, eles lhe disseram, ‘outros, que é Elias – Eliyahu –, e há quem afirme: um dos profetas’. ‘E vocês’, ele perguntou, ‘quem dizem que eu sou?’. Kefa respondeu: ‘Você é o Machiach – Messias’. Então Jesus os advertiu de que não dissessem nada, a ninguém, a seu respeito. Ele começou a lhes ensinar que o Filho do Homem deveria suportar muitos sofrimentos, ser rejeitado pelos anciãos, principais Sacerdotes e mestres da Torah. Após isso, seria morto, mas, depois de três dias, ressuscitaria. Ele lhes falou claramente sobre o assunto. Pedro o levou para o lado e começou a repreendê-lo. Entretanto, Jesus se virou e, olhando para os alunos – discípulos – repreendeu Pedro: ‘Afaste-se de mim, Satan! Seu raciocínio procede de uma perspectiva humana, e não do ponto de vista de Deus!’.”.
Marcos 8:27 a 33

É no mínimo estranho aos nossos dias, que alguém tão importante, com uma missão não menos primordial para humanidade, pudesse pedir segredo de quem era. Essa atitude vem na contra mão do que temos visto e até aprendido em séculos de cristianismo. Mas qual seria o motivo que levou Jesus, o filho de Deus, advertir, chamar a atenção ao fato de que seus alunos deveriam, ao invés de alardear que ele, Jesus, seria o Messias que era, teriam de guardar esse fato como um segredo absoluto, pelo menos até sua ressurreição? Para mim, o fato parece simples.

Antes de expor meu entendimento quanto a isso, preciso apresentar outro algo que julgo ser importante a quem está ligado aos estudos que temos feito.

Enquanto estava distribuindo o original do livro “Minha Verdade Sobre o Dízimo”, para que alguns amigos queridos contribuíssem com uma revisão, um acréscimo, (...), algo que pudesse enriquecer o texto, fui abordado por um deles – que por ética não terá seu nome citado – que externou sua preocupação quanto a parte do título do livro. Ele preocupava-se com o termo “verdade”. Sua preocupação é completamente pertinente, até porque o que aprendemos nas escolas religiosas que frequentamos, tanto para aprender quanto para ensinar, nos dá conta de que a “verdade” é Jesus. Em sendo assim, eu, Alexandre Rocha, não “poderia” ter “a minha verdade...”. É realmente pertinente essa preocupação. Porém nesses poucos anos de ministério, e outros mais, numa relação intensa, intima e absoluta com o ETERNO, cheguei a uma conclusão que em nada se difere da afirmação de Jesus encontrada no evangelho de João, capítulo 14, verso seis: “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.”.

Jesus É realmente a verdade da raça humana na relação com Deus, Ele é nossa dízima, nosso maasser; é ele quem dizima, acaba, extermina toda animosidade, toda inimizade, todo estado de guerra entre Deus e nós. É ele com seu sacrifício voluntário e pacífico quem nos devolve o estado de Paz. Sem isso não podemos chegar a Deus, não podemos chegar a ser filhos de Deus.

Esse é o segredo que Jesus pede que seja guardado: SER FILHO DE DEUS. Esse é o segredo.

Quando o Mestre confrontou seus alunos com a questão sobre o que eles pensavam a seu respeito e obtém as mais diversas respostas, entre elas a revelada pelo Espírito Santo ao impetuoso Kefa – Pedro –, e pediu que a resposta verdadeira de Pedro fosse mantida em segredo, ele estava dizendo que todo segredo é sagrado. É sagrado porque é precioso e tudo que é precioso é um tesouro e onde está nosso tesouro, lá está nosso coração.

Porém o mais importante no ensino de Jesus é que quando um segredo é guardado em nós, nos tornamos o que guardamos. Era esse o segredo. GUARDAR O SEGREDO DE QUE JESUS ERA O MESSIAS QUE SERIA, LHES TORNARIA TAMBÉM MESSIAS. OU SEJA, FILHOS DE DEUS.

Esse é o segredo. Quando guardamos para nós, em nossa vida, em nosso coração a verdade de que Jesus é o Filho de Deus, passamos a também ser filhos de Deus. E a mecânica é simples: aquilo que guardamos como algo precioso, gera em nós a vontade de externar o que está escondido em nós, porque temos uma necessidade intrínseca de mostrar para os outros, o que temos. Quando guardamos o segredo sobre o filho de Deus em nós, para externar esse segredo, acabamos por nos transformar nesse filho escondido em nós.

É interessante esse mecanismo usado por Jesus para nos transformar em Filhos de Deus. GUARDANDO O SEGREDO SOBRE ELE, NOS TORNAMOS AQUILO QUE ELE É.

Para saber se o que afirmo é verdade, você tem de fazer a experiência.

Essa é uma das razões que o Mestre adverte seus alunos para não darem suas pérolas aos porcos. Pérola é tesouro, é algo precioso, e o relacionamento íntimo com Deus, é SUA VERDADE e não a minha ou de quem quer que seja.

Nossas verdades são nossas, são individuais, não são coletivas.

Nenhuma verdade coletiva é verdadeira; nenhuma verdade coletiva liberta; nenhuma verdade coletiva se torna instrumento de salvação; nenhuma verdade coletiva se torna pérola; nenhuma verdade coletiva vira tesouro; nenhuma verdade coletiva é segredo. Nenhuma verdade coletiva é sagrada.

Somente as verdades individuais, secretas, íntimas são sagradas. Somente o segredo é sagrado.

São seus segredos com o Senhor que lhe tornam sagrado, santo, diferente das demais pessoas, dos demais filhos. Somente seus segredos é que fazem a diferença na sua vida.

Pense nisso. Guarde segredo disso.


Deus lhe abençoe.

Nenhum comentário:

Postar um comentário