"Sempre fomos livres nas profundezas de nosso coração, totalmente livres, homens e mulheres.
Fomos escravos no mundo externo, mas homens e mulheres livres em nossa alma e espírito."
Maharal de Praga (1525-1609)

segunda-feira, 7 de julho de 2014

O SOFRIMENTO É PARA OS FILHOS

Continuando o estudo dos versos 27 a 33 do capítulo oito de Marcos, passo a você um resumido entendimento do que entendo sobre o texto em destaque. Devido estar em trânsito entre Itacoatiara/Manaus/Itacoatiara, estou postando esse artigo agora. Deus ilumine seu entendimento.

“Jesus e os alunos – discípulos – continuaram percorrendo as cidades de Cesareia de Filipe. No caminho, ele perguntou a eles: ‘Quem as pessoas dizem que eu sou?’. ‘Alguns dizem que você é João, o Imersor’, eles lhe disseram, ‘outros, que é Elias – Eliyahu –, e há quem afirme: um dos profetas’. ‘E vocês’, ele perguntou, ‘quem dizem que eu sou?’. Kefa respondeu: ‘Você é o Machiach – Messias’. Então Jesus os advertiu de que não dissessem nada, a ninguém, a seu respeito. Ele começou a lhes ensinar que o Filho do Homem deveria suportar muitos sofrimentos, ser rejeitado pelos anciãos, principais Sacerdotes e mestres da Torah. Após isso, seria morto, mas, depois de três dias, ressuscitaria. Ele lhes falou claramente sobre o assunto. Pedro o levou para o lado e começou a repreendê-lo. Entretanto, Jesus se virou e, olhando para os alunos – discípulos – repreendeu Pedro: ‘Afaste-se de mim, Satan! Seu raciocínio procede de uma perspectiva humana, e não do ponto de vista de Deus!’.”.
Marcos 8:27 a 33

Após pedir aos seus alunos que guardassem seu segredo como uma pérola preciosa, afirmando que esse “guardar segredo” lhes diferenciaria das demais pessoas, não, pelo que tinham por fora, mas pelo que eram por dentro, o Mestre passou a ensiná-los que o ser, fruto desse segredo, ao invés de se tornar alguém desejado pelas pessoas que esperam mudanças, passaria a ser rejeitado por todos.

Mas como pode ser isso? Como alguém que se tornaria o Messias esperado por todos, seria rejeitado? A resposta parece estar na maneira em que o ser humano, principalmente os religiosos veem ou esperam seus “escolhidos”. Nessa parte do ensino de Jesus ele se identifica como o “Filho do Homem”, no hebraico, “ben-hadam”, filho da humanidade – em tradução livre. Esse fruto da humanidade, que havia de “ser” o que “era”, o Messias prometido e esperado por todos, o agente de mudança social e religiosa tão desejado por todas as gerações, seria rejeitado e isso lhe traria muito sofrimento.

A teologia moderna é minimalista e orgânica. Ela trabalha para satisfazer as firulas, os hedonismos, os egoísmos, os selfs adoecidos. Essa teologia adoecida e adoecedora, tem a intenção de formar somente pessoas felizes, sem sofrimento, sem rejeição; ela prega e ensina uma prática de vida de aceitação popular pelo que se tem e não pelo que se é. As teologias modernas – todas elas – são contrárias ao ensino de Jesus. Elas não aceitam a rejeição, o sofrimento, a pobreza, a simplicidade, o pouco. Para essa teologia satânica o sofrimento é castigo de Deus, é ação do mal nas vidas dos sofridos. Pobreza então, nem se fala. Os enlouquecidos pela religião, agora dizem que os gordos estão possuídos pelo diabo. Quanta ignorância (...).

Mas o ensino de Jesus é diametralmente oposto a tudo isso. Ele diz que os filhos de Deus PRECISAM passar por sofrimentos. É o sofrimento que lapida o caráter, é o sofrimento que nos põe diante do espelho, é o sofrimento que nos mostra quem somos de verdade, é o sofrimento que nos presenteia com o prazer. Não há prazer sem dor, sem sofrimento. Entender isso faz uma grande diferença na forma com que tocamos nossa vida.

Jesus nos mostra de forma clara que todo filho de Deus – e naquele discurso, ele em primeiro lugar –, somos rejeitados pelos “donos da religião”. Os anciãos, os velhos que carregam em si toda a tradição do “pode/não pode”, rejeitam os filhos de Deus por acharem que são moderninhos demais para “cargo de ‘messias’”; Os “Principais Sacerdotes”, aqueles que detêm o “poder da palavra”, que pensam guardar em si o conhecimento das verdades espirituais, também rejeitam os filhos de Deus, porque possuem uma teologia simplista demais; os “mestres da torá”, ou “escribas”, “escritores”, também não querem nada com os filhos de Deus por entenderem que suas práticas de vida não merecem sequer registro (...).

Particularmente entendo perfeitamente o que é isso. Sei o que é sofrer por ser rejeitado por ser diferente. Não sei se isso me faz um filho de Deus, mas é muito dolorido ser rejeitado pela forma que penso, pelo que acredito, da forma que acredito, como vivo minha relação com o ETERNO. O livro que escrevi com a intenção de tirar o véu dos olhos das pessoas quanto ao dízimo, está sendo “mau visto” por todos que querem manter o povo debaixo do “cabresto das maldições” (...). Acredito que nossas escolhas por aquilo que entendemos ser verdade, e quando passamos a viver essas verdades sem sequer ter a necessidade de provar para ninguém que o que vivemos é verdade, faz a diferença em nossas vidas. Essa verdade que nos alimenta, é assim porque é mantida em segredo. Continuo falando, escrevendo, ensinando sobre a verdade porque fui designado por Deus para fazê-lo. Só isso.

Fico por aqui, pedindo que você tente achar nessas linhas algo que lhe permita entender um pouco mais os motivos dos sofrimentos que está passando.


Deus lhe abençoe.

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