"Sempre fomos livres nas profundezas de nosso coração, totalmente livres, homens e mulheres.
Fomos escravos no mundo externo, mas homens e mulheres livres em nossa alma e espírito."
Maharal de Praga (1525-1609)

terça-feira, 9 de setembro de 2014

REFLEXÕES SOBRE O AMOR – parte I

Muito se fala sobre o amor, esse sentimento que move montanhas de pessoas na direção de um mar de outras pessoas. Amantes e amados se misturam em uma confusão de conceitos e sentimentos, que muitas vezes nada tem a ver com o verdadeiro amor, ou os verdadeiros sentimentos que compõe o amor descrito pelo apóstolo Paulo, em sua carta aos coríntios. Apresentarei um particular entendimento sobre o amor, com base no texto referido.

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.” I Coríntios 13:1 (texto extraído da versão bíblica Almeida Corrigida e Fiel).

A fala é o esforço conjunto e harmônico da emoção e da inteligência. O ato de falar é um ato físico. Essa fisicalidade humanamente lúcida, ou sobrenaturalmente inteligente, nada representa diante de atos físicos de desamor. Toda a inteligência sem amor é somente barulho. Não se ama falando, se ama fazendo silêncio; Não se ama gritando, se ama falando baixinho; não se ama xingando quem ameaça nosso sentimento, se ama crendo que se ama, não importa o que digam. Amor não depende do que falam, muito menos de quem fala. AMOR NÃO PRECISA DE EXPLICAÇÃO. AMOR AMA.

A fala humana ou a fala angelical nada tem de amor em si, isso porque o amor não é expressão da inteligência, nem expressão da emoção, nem expressão do físico. Amor é o sentimento para além do entendimento emocional e físico que estamos acostumados a receber e dar.

A fisicalidade do sentimento se torna envolvimento sexual – prazeroso ou não –, só isso. Sua química contagiante e viciante nos faz pensar que amamos, quando na verdade apenas sentimos falta do outro corpo que nos falta, que nos completa as lacunas físicas.

A inteligência do sentimento nos faz racionalizar a falta que o corpo nos faz e acaba nos enganando os sentidos, perturbando nossas emoções; ficamos frágeis (...), perturbados, confusos. A razão – inteligência – nos diz que amamos porque sentimos falta do corpo, da presença, do toque, da química. Nossa emoção se confunde nesse turbilhão de sensações físico-mentais.

Mas o amor só nasce quando a matéria física – a fala – que nasceu do esforço da emoção e da inteligência, se junta a esses geradores de vida dando novamente a luz ao ente espiritual que somos – ou que devemos ser – segundo a determinação do ETERNO.

Amor não é sentimento bilateral, amor é sentimento unilateral. É via de mão única. Quem ama, ama, não precisa ser amado. Ama e pronto. Não precisa de companhia, nem de comprovações, nem de falas que atestem que é amado. Amor simplesmente ama. Simples assim.

Preste atenção: se você precisa que alguém prove que lhe ama, com palavras, com atos ou com sentimentos – ficando sempre com você, perto de você (...), saiba que essa pessoa pode até lhe amar, mas você não a ama.

Lembre-se: o amor ao outro, inicia com o amor próprio.


Pense nisso. Não fale, não queira ouvir. Ame.

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