Muito se fala sobre o amor, esse sentimento que move
montanhas de pessoas na direção de um mar de outras pessoas. Amantes e amados
se misturam em uma confusão de conceitos e sentimentos, que muitas vezes nada
tem a ver com o verdadeiro amor, ou os verdadeiros sentimentos que compõe o
amor descrito pelo apóstolo Paulo, em sua carta aos coríntios. Apresentarei um
particular entendimento sobre o amor, com base no texto referido.
“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.” I Coríntios 13:1 (texto extraído da versão bíblica Almeida Corrigida e Fiel).
A fala é o esforço conjunto e harmônico da emoção e da
inteligência. O ato de falar é um ato físico. Essa fisicalidade humanamente
lúcida, ou sobrenaturalmente inteligente, nada representa diante de atos
físicos de desamor. Toda a inteligência sem amor é somente barulho. Não se ama
falando, se ama fazendo silêncio; Não se ama gritando, se ama falando baixinho;
não se ama xingando quem ameaça nosso sentimento, se ama crendo que se ama, não
importa o que digam. Amor não depende do que falam, muito menos de quem fala.
AMOR NÃO PRECISA DE EXPLICAÇÃO. AMOR AMA.
A fala humana ou a fala angelical nada tem de amor em si,
isso porque o amor não é expressão da inteligência, nem expressão da emoção,
nem expressão do físico. Amor é o sentimento para além do entendimento
emocional e físico que estamos acostumados a receber e dar.
A fisicalidade do sentimento se torna envolvimento sexual –
prazeroso ou não –, só isso. Sua química contagiante e viciante nos faz pensar
que amamos, quando na verdade apenas sentimos falta do outro corpo que nos
falta, que nos completa as lacunas físicas.
A inteligência do sentimento nos faz racionalizar a falta
que o corpo nos faz e acaba nos enganando os sentidos, perturbando nossas
emoções; ficamos frágeis (...), perturbados, confusos. A razão – inteligência –
nos diz que amamos porque sentimos falta do corpo, da presença, do toque, da
química. Nossa emoção se confunde nesse turbilhão de sensações físico-mentais.
Mas o amor só nasce quando a matéria física – a fala – que nasceu
do esforço da emoção e da inteligência, se junta a esses geradores de vida dando
novamente a luz ao ente espiritual que somos – ou que devemos ser – segundo a
determinação do ETERNO.
Amor não é sentimento bilateral, amor é sentimento
unilateral. É via de mão única. Quem ama, ama, não precisa ser amado. Ama e
pronto. Não precisa de companhia, nem de comprovações, nem de falas que atestem
que é amado. Amor simplesmente ama. Simples assim.
Preste atenção: se você precisa que alguém prove que lhe
ama, com palavras, com atos ou com sentimentos – ficando sempre com você, perto
de você (...), saiba que essa pessoa pode até lhe amar, mas você não a ama.
Lembre-se: o amor ao outro, inicia com o amor próprio.
Pense nisso. Não fale, não queira ouvir. Ame.
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