O RABI IOSHUA, FILHO DO rabi
Hanina, disse:
“Certa vez
uma criança arrebatou o melhor de mim. Eu viajava e me encontrava diante de uma
encruzilhada. Vi então um menino e lhe perguntei qual seria o caminho para a
cidade. Ele respondeu: ‘Este é o caminho curto e longo e este, o longo e
curto.’ Tomei o curto e longo e logo deparei com obstáculos intransponíveis de
jardins e pomares. Ao retornar, reclamei: ‘Meu filho,
você não me disse que era o caminho curto?’ O menino então respondeu: ‘Porém
lhe disse que era longo!’”
Na trilha da sobrevivência, a “mesmice”
muitas vezes é o caminho curto, o mais simples, e que tem os custos mais
elevados (longo). Ir pelo caminho mais simples e mais curto é uma lei
evolucionista. Certamente os corpos se movem na direção mais imediata e curta.
Os galhos buscam a luz e o animal, a água, mas sua inteligência interna, sua
alma, está atenta a longas modificações. A
tentativa de sobrevivência acontece nos campos de batalha do mundo curto e do mundo
longo. As chances de extinção dos que percorrem caminhos curtos que são longos
é muito grande. As espécies sobreviventes são aquelas que souberam fazer opções
pelo longo caminho curto.
Em nosso dia a dia sabemos muito
bem quais são os processos curtos e quais são os longos. Fazemos também nossas
opções por padrões que optam pelo curto. Mas nossos mecanismos de detectar se são
“curtos longos” ou “longos curtos” existem e sempre estão aí para
apontar novos inícios, por exemplo, de relações de trabalho, amor ou amizade.
A coragem está em ouvir o menino
das encruzilhadas.
Ele, com certeza, alerta para
ambas as possibilidades de caminho. Este menino das encruzilhadas é a alma. Não
se assuste com as parábolas que falam de demônios dissimulados nas
encruzilhadas. Os demônios das encruzilhadas querem sempre apontar os caminhos mais
“curtos”. Ninguém que alerte para o fato de que os “curtos podem ser
longos” e os “longos podem ser curtos” é de ordem demoníaca.
Afinal,
as encruzilhadas são de grande importância. Não são meras opções de acesso, mas
de sobrevivência, e o curto caminho longo pode não levar a lugar algum. Se você
estiver diante de uma encruzilhada, lembre-se do menino e preste atenção para não
ser seduzido, pelo corpo, por um caminho curto. Lembre-se de que a paz está
primeiro com quem vem de longe.
(Texto extraído na íntegra do
livro “A Alma Imoral” do Rabino Nilton Bonder.)
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Quantos dos nossos “caminhos
curtos” são tão longos que ainda não chegamos ao nosso destino? E quantos
dos nossos “caminhos longos” se tornaram tão curtos que nem percebemos
que chegaram ao seu fim? A escolha corajosa, como diz o texto do Rabino é não
ter medo dos alertas emitidos pelos “meninos das encruzilhadas”.
No Messias, que nunca impede de
seguirmos os caminhos que escolhemos, sejam “curtos-longos” ou “longos-curtos”
e que sempre estará conosco no caminho, seja ele qual for. Disso eu tenho
certeza, porque “...ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não
temerei mal algum porque TU estás comigo...”.
Boa semana a todos.
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