"Sempre fomos livres nas profundezas de nosso coração, totalmente livres, homens e mulheres.
Fomos escravos no mundo externo, mas homens e mulheres livres em nossa alma e espírito."
Maharal de Praga (1525-1609)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

O LONGO CAMINHO CURTO X O CURTO CAMINHO LONGO



O RABI IOSHUA, FILHO DO rabi Hanina, disse:

“Certa vez uma criança arrebatou o melhor de mim. Eu viajava e me encontrava diante de uma encruzilhada. Vi então um menino e lhe perguntei qual seria o caminho para a cidade. Ele respondeu: ‘Este é o caminho curto e longo e este, o longo e curto.’ Tomei o curto e longo e logo deparei com obstáculos intransponíveis de jardins e pomares. Ao retornar, reclamei: ‘Meu filho, você não me disse que era o caminho curto?’ O menino então respondeu: ‘Porém lhe disse que era longo!’”

Na trilha da sobrevivência, a “mesmice” muitas vezes é o caminho curto, o mais simples, e que tem os custos mais elevados (longo). Ir pelo caminho mais simples e mais curto é uma lei evolucionista. Certamente os corpos se movem na direção mais imediata e curta. Os galhos buscam a luz e o animal, a água, mas sua inteligência interna, sua alma, está atenta a longas modificações. A tentativa de sobrevivência acontece nos campos de batalha do mundo curto e do mundo longo. As chances de extinção dos que percorrem caminhos curtos que são longos é muito grande. As espécies sobreviventes são aquelas que souberam fazer opções pelo longo caminho curto.

Em nosso dia a dia sabemos muito bem quais são os processos curtos e quais são os longos. Fazemos também nossas opções por padrões que optam pelo curto. Mas nossos mecanismos de detectar se são “curtos longos” ou “longos curtos” existem e sempre estão aí para apontar novos inícios, por exemplo, de relações de trabalho, amor ou amizade.

A coragem está em ouvir o menino das encruzilhadas.

Ele, com certeza, alerta para ambas as possibilidades de caminho. Este menino das encruzilhadas é a alma. Não se assuste com as parábolas que falam de demônios dissimulados nas encruzilhadas. Os demônios das encruzilhadas querem sempre apontar os caminhos mais “curtos”. Ninguém que alerte para o fato de que os “curtos podem ser longos” e os “longos podem ser curtos” é de ordem demoníaca.

Afinal, as encruzilhadas são de grande importância. Não são meras opções de acesso, mas de sobrevivência, e o curto caminho longo pode não levar a lugar algum. Se você estiver diante de uma encruzilhada, lembre-se do menino e preste atenção para não ser seduzido, pelo corpo, por um caminho curto. Lembre-se de que a paz está primeiro com quem vem de longe.

(Texto extraído na íntegra do livro “A Alma Imoral” do Rabino Nilton Bonder.)
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Quantos dos nossos “caminhos curtos” são tão longos que ainda não chegamos ao nosso destino? E quantos dos nossos “caminhos longos” se tornaram tão curtos que nem percebemos que chegaram ao seu fim? A escolha corajosa, como diz o texto do Rabino é não ter medo dos alertas emitidos pelos “meninos das encruzilhadas”.

No Messias, que nunca impede de seguirmos os caminhos que escolhemos, sejam “curtos-longos” ou “longos-curtos” e que sempre estará conosco no caminho, seja ele qual for. Disso eu tenho certeza, porque “...ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum porque TU estás comigo...”.

Boa semana a todos.


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