"Sempre fomos livres nas profundezas de nosso coração, totalmente livres, homens e mulheres.
Fomos escravos no mundo externo, mas homens e mulheres livres em nossa alma e espírito."
Maharal de Praga (1525-1609)

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Um energúmeno e inculto deputado estadual do Amazonas.



Já estou cansado de ficar assustado, pasmo, embasbacado com tanta babaquice dos políticos brasileiros, principalmente dos que se dizem: evangélicos, cristãos, protestantes, coisa que os valha.

Hoje, 22 de abril, ao abrir o jornal A Crítica, na página 3, encontrei uma verdadeira parvoíce – para não dizer coisa pior – de um Deputado Estadual, cujo mandato pertence ao PMDB, e ainda por cima faz parte da igreja Assembleia de Deus, o excelentíssimo senhor Wanderley Dallas – adjetivo usado por força de tratamento respeitoso que o cargo do referido senhor impõe.

Tal senhor, desprovido de total conhecimento do que é cultura, apresentou um projeto de Lei que torna PATRIMÔNIO CULTURAL, palavras e expressões chulas. Ora vejam só, quanta falta do que fazer, “No projeto (nº 341/2012), Dallas quer reconhecer como patrimônio cultural de natureza imaterial para o Amazonas palavras, segundo ele, comuns no vocabulário regional local, como: “cabaçuda”, “cabaço”, “dedada”, “gala”, “pimba”, “pinguelo”, “piroca”, “pomba”, “xibiu”, entre outras (Veja mais palavras na lista abaixo).” – trecho da reportagem do jornal, extraído do site: http://acritica.uol.com.br/noticias/Manaus-Amazonas-Amazonia-Projeto-Lei-Wanderley-Dallas-ALE-AM_0_1343865601.html.

Será que o eminente deputado que foi eleito com mais de 28 mil votos dos fieis e correligionários, sabe o que é cultura? Tenho certeza que não sabe. Por isso vou dar-me ao trabalho de explicar o que é cultura. Quem desejar que entregue a ele, não perderei o meu tempo.

CUTURA é termo que define o ato de cultivar algo; usualmente presa aos procedimentos agrícolas, temos a palavra AGRI+CULTURA, ou seja: o cultivo agrícola. Porém existe também, uma aplicação do termo para a quantidade de saber de uma pessoa; assim, as pessoas CULTAS, são pessoas reconhecidamente com muita CULTURA. Porém, como PASTOR, penso que a mais importante definição do termo cultura é sua raiz latina, sagrada: CULTO.

Sendo a CULTURA derivada do CULTO, ela é a parte mais sagrada de um povo, de uma nação. Como pode então, o nobre parlamentar dizer que “gala”, “pimba”, “pinguelo”, “piroca”, “pomba”, “xibiu”, seriam palavras sagradas do nosso vernáculo? Ridícula a presunção do inculto e despreparado representante do povo; sem contar que a relação das palavras “cultas”, propostas pelo senhor Dallas, segundo Sigmund Freud, mostra onde ele está com a cabeça: NA PUTARIA.

Este parece ser o naipe dos políticos religiosos, gente sem nenhum preparo, sem nenhuma interação com a realidade. Tive o cuidado de buscar referências sobre os projetos do senhor deputado Dallas e vi em sua página que ele apresentou desde 2003 até atora, 242 (a contar com esse insano); em sua maioria estranhos, como por exemplo, o que propõe a instituição do “Dia do Levita” (...), ou ainda o “Dia dos Missionários”, entre outros, que podem ser encontrados no site do deputado.

Penso que o senhor parlamentar, deveria, ao invés de propor uma lei estapafúrdia como essa, tentar escrever um segundo dicionário de palavrões, já que um dos pioneiros é Mário Souto Maior, com seu “Dicionário do Palavrão e Termos Afins”, que pode ser encontrado nas melhores livrarias do País.

Termino este rápido desabafo (pensei que seria maior) dizendo que o ilustre deputado deve estar energuminado – como se tratam pessoas com a cabeça vazia – ou seja possuído por algum espírito maligno; um espírito de porco talvez; como diz o Apóstolo Pedro “.... que volta à lama”, ou nunca saiu dela.

Como seria se em meio a uma pregação em sua congregação uma criança, ao reclamar do conteúdo da prédica dissesse culturalmente: “...mamãe, esse pastor com cara de pinguelo só fala merda...” (...).

Parece que o senhor Dallas não sabe mais por onde andam os ensinamentos contidos na Bíblia, mais especificamente no livro de provérbios, capítulo 22, verso seis que diz: "Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele.". Palavrões e termos chulos, mesmo que comuns, não são cultos, sagrados. Tenho dito.

Volta Jesus!!

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Notas e Referências:

http://origemdapalavra.com.br/site/palavras/cultura/
Do Latim cultura, “ato de plantar e desenvolver plantas, atividades agrícolas”, de COLERE, “cuidar de plantas”. Mais tarde desenvolveu-se o sentido de “cultivar a mente, os conhecimentos, a educação”.

Aurélio digital:
1. Ato, efeito ou modo de cultivar.
2. O complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições, das manifestações artísticas, intelectuais, etc., transmitidos coletivamente, e típicos de uma sociedade.
3. O conjunto dos conhecimentos adquiridos em determinado campo.
4. Criação de certos animais, esp. microscópicos: cultura de germes.

http://origemdapalavra.com.br/site/pergunta/pergunta-6585/
Culto, cultivo e cultura. Parece óbvio que têm a mesma origem, latinas as três palavras, porém:
- Kultur (alemão); do Latim cultura, bate no significado “acúmulo de conhecimento”.
- Culto tem mediunidade, bate com religião, ritual, do Latim cultus.
- Cultura remete ao cultivo agrícola, também, do Latim cultus.

Aurélio:
Energúmeno: Endemoninhado; possesso.

http://acritica.uol.com.br/noticias/Manaus-Amazonas-Amazonia-Projeto-Lei-Wanderley-Dallas-ALE-AM_0_1343865601.html


http://www.wanderleydallas.com.br/projetos-de-lei.html

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