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O dilema do sofrimento humano tem
levado muitas pessoas aos extremos. Umas revoltam-se contra DEUS por não
aceitarem que ELE, sendo bom, permita que “coisas ruins aflijam pessoas boas”
se posicionam-se num extremo de desilusão e de revolta; manifestam esses
sentimentos entregando-se ao estado de degradação; muitas vezes violentos ou
extremamente debochados, distanciam-se da Paz. Outras, pelo mesmo motivo, enterram-se
em afazeres religiosos penitentes como se soubessem que a “coisa ruim”
que lhes causa o sofrimento é merecida; passam a viver uma vida sôfrega e
desgostosa, insípida, insignificante, (...), distanciam-se também da Paz.
(...)
A Paz está no meio do caminho,
longe dos extremos, pois neles, estão as multidões de revoltados certinhos e de
devotos erradinhos. A Paz é o ponto de equilíbrio entre esses
sentimentos/comportamentos extremos. É o que nos ensina o Livro Eclesiastes
(7:16 a 18).
(...)
JESUS, no capítulo 6 do Evangelho
de Mateus, nos versos 5 a 7 diz que a prece, a reza, a oração, a conversa com o
PAI deve ser solitária, quieta, sem alardes, sem plateia; uma prática “mano-a-mano”
com DEUS; você e ELE somente. Mas qual o motivo?
Acho que a razão para o MESTRE
ter aplicado esse ensinamento está intimamente relacionada com os Livros da VERDADE
– EMeT – , Jó, Provérbios e Salmos (nessa ordem de leitura, como já expliquei
em publicação anterior), mais precisamente relacionada com o Livro do Jó. O início
da caminhada/leitura em busca da VERDADE.
“1 HAVIA um
homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e
temente a Deus e desviava-se do mal.
2 E
nasceram-lhe sete filhos e três filhas.
3 E o seu
gado era de sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e
quinhentas jumentas; eram também muitíssimos os servos a seu serviço, de maneira
que este homem era maior do que todos os do oriente.
4 E iam
seus filhos à casa uns dos outros e faziam banquetes cada um por sua vez; e
mandavam convidar as suas três irmãs a comerem e beberem com eles.
5 Sucedia,
pois, que, decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó, e os
santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o
número de todos eles; porque dizia Jó: Talvez pecaram meus filhos, e
amaldiçoaram a Deus no seu coração. Assim fazia Jó continuamente.”
Jó 1:1 a 5
A firmeza sutil da afirmação
encontrada nesse texto me assusta: JÓ NÃO PERMITIA QUE SEUS FILHOS PEDISSEM
PERDÃO POR POSSÍVEIS PECADOS CONTRA O TODO PODEROSO. Ele fazia sacrifícios em
lugar dos filhos, como se num ato de superproteção, JÓ ORAVA AO DEUS SUPREMO EM
LUGAR DOS FILHOS.
Nos diálogos entre DEUS e Satan,
esse fato fica aparentemente escondido dos olhos desatentos das teologias e
religiões (...), mas, parece ser o centro da conversa entre PAI e filho (Jó
1:6). Outro fato que confunde e torna ignorante o entendimento sobre as
tragédias ocorridas com Jó e seu sequente sofrimento é a falta de conhecimento
do termo “justo” – Tzadik – , na afirmação DIVINA:
“Não há ninguém
na terra é semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se
desvia do mal.”,
Parece-me estar declarada a falha
de Jó. Apesar de ser reconhecidamente um homem “integro porque temia a DEUS”
e “reto por desviar-se do mal”, Jó não era justo. Não deixava as coisas
seguirem seu curso natural.
Mas se Jó era um homem íntegro, temente
a DEUS e reto, desviava-se do mal, porque sofreu tanto? A resposta é óbvia –
aos que encontram a verdade: ELE COLOCOU-SE EM LUGAR DOS FILHOS. ELE OROU EM
LUGAR DOS FILHOS, ELE SACRIFICOU EM LUGAR DOS FILHOS, ELE TORNOU-SE PECADOR EM
LUGAR DOS FILHOS. Sofreu por não ter sido vocacionado para MESSIAS, sofreu
tanto por não ter permitido que seus filhos pagassem pelos erros possivelmente
cometidos (Jó 1:5). Ninguém, senão o ESCOLHIDO DE DEUS poderia ser o Salvador
de outros semelhantes.
Me parece que essa teria sido a
razão ou uma das razões, para que JESUS, milhares de anos depois de Jó
ensinasse aos seus alunos que NINGUÉM DEVE ORAR EM LUGAR DE ALGUÉM, NEM EM
LUGAR PÚBLICO. Não devemos porque não podemos, somos únicos, somos individuais,
nosso coração é nosso, nossa alma é nossa, nosso espírito é nosso, simples
assim. Não posso orar em lugar de quem quer que seja pois o PAI estará julgado
a mim e não meus familiares, meus amigos, (...).
Minha oração é minha autenticação,
minha impressão digital diante do DIVINO.
Mas história de Jó que se inicia
com um erro: ORAR EM LUGAR DE..., termina com a orientação DIVINA para o
acerto: ORAR POR... (Jó. 42:8). Assim devemos fazer, Orar pelas pessoas, nunca
em lugar delas.
O sofrimento de Jó se encerra
quando ele entende, em seu íntimo essa questão e diz ao TODO PODEROSO: “Agora
meu testemunho está no céu; meu advogado está lá no alto.” (Jó 16:19). A
afirmação de Jó é clara “MEU” testemunho, “MEU” advogado. Um individualismo
grave e poderoso; agride os que estão as superficialidade da vida – não importando
o tempo e a idade que possuam, envolvidos com a religião e/ou práticas religiosas.
Então não posso orar por meus
filhos? Não posso interceder pelos enfermos? Não posso orar por ninguém? NÃO SÓ
POSSO, COMO DEVO. Mas, orar “POR” e não “EM LUGAR DE”. Gostaria
que você refletisse sobre isso.
Quando oramos “em lugar de”,
estamos retirando a pessoa do alvo de nossa prece, estamos retirando da própria
pessoa a responsabilidade de nutrir uma relação viva com o TODO PODEROSO; Quando
ficamos “em lugar de” seria como se DEUS olhasse para ela através de
nós. Isso está errado, não pode ser, somente JESUS tem esse poder de “servir
de identidade” perante o PAI, só ele pode realizar esse papel, só JESUS
pode “emprestar” sua “impressão digital” para que as “portas
dos ouvidos” do PAI se abram para nós. Por isso, entramos na presença de
DEUS “em nome de Jesus”; Ele é nosso “avalista”. Nossa relação com
aqueles a quem amamos deve ser a de ensino, a de instrução, devemos deixar que
construam seus relacionamentos com o DEUS SUPREMO sozinhos, mesmo que sofram,
mesmo que chorem, mesmo que adoeçam, mesmo que percam (...), devemos pedir por
eles mas nunca em lugar deles. Não sei se me faço entender...
Devemos orar em praça pública? Nunca!
Devemos orar nas congregações em voz alta? Nunca! Devemos mostrar aos outros que
oramos? Nunca! Isso, para que ninguém jogue sobre nós a própria responsabilidade
de construir sua própria relacionamento com o PAI.
Devemos nos fechar, nos trancar,
fugir das multidões, fugir das câmeras, rejeitar o exibicionismo, abandonar os
ritos de popularidade e buscar ao SENHOR no silêncio da solidão. Uma solidão
íntima, tranquila, quieta; indolor. Não dói, pois é o lugar onde DEUS está, o
que dói é o sentimento; e se estiver doendo, chore sozinho diante DELE, para
que sua relação com ELE se construa de forma sincera, honesta e inabalável, sem
nenhuma interferência externa. Só você e seu DEUS, mano-a mano.
Estou aberto aos questionamentos,
por meio dos “comentários”, no privado e por e-mail: pr.alexandrerocha@outlook.com.
Deus seja conosco.
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