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O estudo das religiões diz que o
tempo sagrado é aquele em que ocorrem datas e festejos religiosos. Só que não! Tempo
Sagrado é o tempo que segue em frente, que se move, que anda, que não
espera por ninguém, que não para por nada, que avança sempre adiante; esse é o
Tempo Sagrado. Quando vivemos esse Tempo, Sagrados somos com ele. Por consequência
óbvia, o Tempo Profano é o tempo que para, que estanca, que estagna, que
empaca, que finca raízes, que se amarra, que nunca segue em frente, que nunca
muda por nada nem pra nada; quem está nesse Tempo, Profano é com ele.
As definições de Sagrado e de
Profano, são em minha opinião muito simples: SAGRADO é tudo aquilo que é
intocável, inviolável e imensamente respeitável; PROFANO é o contrário
disso.
Em primeira impressão, poderíamos
entender que Tempo Sagrado seria exatamente o tempo que não pode ser
mexido, não deve ser tocado, não pode ser violado com o “seguir em frente”
e o Tempo Profano seria o bulível, o mexível, o tocável, o
profanamente movível. Percepções erradas essas, tão erradas que têm provocado
grande desconforto à existência das pessoas, imensa dor e profundo desgaste por
tentarem “parar o tempo”; por não saberem – porque não lhes foi ensinada
a verdade – sofrem por não conseguirem viver no verdadeiro Tempo Sagrado;
teimam em parar aquilo que inexoravelmente segue em frente – sem dar ouvidos
aos nossos rogos de “estabilidade”. O Tempo Sagrado é o tempo que
prossegue.
Quero propor algumas questões: Como
você vivido sua existência? Em qual dos Tempos você tem vivido? Desse desentendimento
vem a dor de viver, o desconforto com os acontecimentos da vida, as angustias
com o dia-a-dia, as frustrações pelos desejos não realizados, a vontade
de morrer por não conseguir viver a vida desejada. Se você está passando
por momentos assim, pode ser que seja devido ao mal-entendido quanto aos
Tempos da Existência.
Os ensinamentos de Jesus, Messias,
convergem para o exercício de viver dentro do Tempo Sagrado; vivermos a onda
que nunca para, a onda do Tempo Sagrado que sempre segue em frente,
perceba o que diz o Messias:
“O pão
nosso de cada dia nos dá hoje e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós
perdoamos aos nossos devedores; não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos
do mal; (...). Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso
Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens as suas
ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas. (Mateus 6:11 a
15)
Perceba que a primeira ORDEM de
Jesus é DEIXEM O TEMPO SEGUIR EM FRENTE: PERDOEM!!! Perdoar é o
principal exercício de soltar as amarras do Tempo, deixando-O ser o que ele
realmente é: TEMPO SAGRADO; o Tempo que segue em frente, que permite o
Novo Nascimento, que garante o fluxo livre da/para a vida, dentro da existência.
PERDOAR A QUEM NOS TEM OFENDIDO É DEIXAR O TEMPO SEGUIR EM FRENTE, É
TORNAR-SE SAGRADO COM ELE!
Quando não perdoamos, amarramos o
tempo e o “culpado” a nós, carregamos nos ombros da vida, existência à
fora, o peso de uma vida alheia à nossa; não deixamos que aquele a quem
culpamos por algo – normalmente por nossas dores, infortúnios, decepções, insucessos
– sigam suas vidas livres de nós. Quando não deixamos que as pessoas sigam suas
vidas livre – de nós e em nós – cometemos o pecado de “parar” o
tempo; cometemos o pecado hediondo de transformar o Tempo Sagrado em Tempo
Profano.
O pior de tudo é que ao pararmos
o Tempo, transformando o Sagrado em Profano, sofremos o pior de todos os
sofrimentos: NÃO SOMOS PERDOADOS POR DEUS!!
Quando aprisionamos alguém dentro
do Tempo Profano, nos trancamos dentro desse Tempo com esse alguém. Nosso
tempo não segue, nossa vida não anda, ficamos, paramos, adoecemos; Quando prendemos
alguém – por falta de perdão – dentro do nosso tempo, deixamos de
conjugar o verbo Viver e iniciamos a terrível conjugação do verbo Morrer. Pior,
é que essa conjugação fora de tempo, não irá produzir um novo nascimento – não haverá
“nascer”, depois de “morrer”.
Leia com atenção a crônica dos
Tempos Sagrados que Salomão revela:
“TUDO tem o
seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há
tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que
se plantou; Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de
edificar; Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de
dançar; Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar,
e tempo de afastar-se de abraçar; Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de
guardar, e tempo de lançar fora; Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de
estar calado, e tempo de falar; Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de
guerra, e tempo de paz.”
Tentem encontrar o “tempo de
perdoar”. NÃO HÁ!! Não existe o tempo de perdoar porque PERDOAR É
O PRÓPRIO TEMPO!!
Quando não perdoamos o Tempo não
anda, o Tempo não Sagra-se. Esse, me parece ser o motivo da gravidade da afirmação
Messiânica: “DEUS SÓ PERDOA QUANDO PERDOAMOS”. Perceba a seriedade dessa
afirmação; perceba que nós, criaturas de vida finita, limitadas, conseguimos
com o simples ato de NÃO PERDOAR deter o CRIADOR em sua eterna vocação de
PERDOAR. Que poder é esse que pode parar o Todo Poderoso? Vejo como “uma
formiga parando um elefante”; Um poder tão autodestrutivo capaz destruir em
nós tudo que pode nos salvar.
(...)
PERDOAR é deixar livre, livra-se;
PERDOAR é permitir um novo erro mas também um novo acerto; PERDOAR é torcer
acreditando – sem ironias ou hipocrisias – na mudança de vida daquele a quem
perdoamos; PERDOAR é admitir que não queremos ver aquele a quem não perdoamos
mudar de vida, queremos que sempre seja alguém imperdoável; PEDOAR é deixar o Tempo
seguir livre; PERDOAR é seguir com o Tempo em suas mudanças; PERDOAR É PERMITIR
QUE O OUTRO MUDE DENTRO DE NÓS.
PERDOAR É TRANSFORMAR O TEMPO DE
VIDA EM TEMPO SAGRADO DE EXISTIR.
Quando ficamos lembrando de
pessoas, fatos ou até mesmo organizações, ou lugares, situações passadas e as
projetamos em nosso hoje ou um pretenso amanhã, com dor ou com raiva, estamos
parados no Tempo Profano. Sei que há pessoas que gostam desse sentimento de “poder
odiar”, de poder deter o Divino em seu curso. Também sei que todas essas estão
doentes; estão obesas de rancor, de raiva, de ódio, não perceberam que o cardápio
mudou; não perceberam que o tempo do rancor passa, que o tempo da raiva, passa,
que o tempo do ódio passa; essas pessoas não perceberam que vivem fora do Tempo
Divino, estão adoecidas e adoecendo, se isolando, se entranhando na escuridão
da vida só por se sentirem bem em ter raiva de alguém. Pararam no tempo,
pararam no tempo.
Sua raiva se transforma e
amargura, tornam-se pessoas amargas, polidas por fora mas grosseiras por
dentro; situações e palavras inesperadas provocam nessas pessoas as mais
brutais reações contra as pessoas próximas – incrível esse comportamento. Toda
a polidez se desmancha diante do calor das provas da vida. Essas pessoas
amargas, são assim por que não perdoam ninguém; nem a si mesmas e nem a Deus. Sempre
reclamam; reclamam de tudo e de todos; toldam todos os ambientes por onde
passam; escurecem todos os lugares por onde andam. Jesus fala desse estado:
“A candeia
do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu
corpo terá luz; Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será
tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais
trevas!” (Mateus 6:22 e 23)
Quando não tempos luz nos olhos,
não vemos o Tempo Sagrado, não vemos o bom nas pessoas, não permitimos que
mudem, preferimos exercer o poder mortal de não perdoar.
Meu desafio diário é viver o
Tempo Sagrado; vivendo e deixando viver, perdoando sempre que possível, e quando
não for possível, clamar desesperadamente por aquele que é ETERNAMENTE O TEMPO
DO PERDÃO, para que me ajude a perdoar quem me tem ofendido.
Meu desfio diário é viver sempre
o Tempo Sagrado da Vida que Segue.
Deus seja conosco.
Shalon!
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