Caminhão é incendiado durante ato na Fernão Dias. (Foto: Mario Ângelo/Sigmapress/Estadão Conteúdo) |
“NÃO ESTAMOS PREPARADOS PARA A DEMOCRACIA”. Ouvi essa frase
de um político amigo, faz uns 20 anos. Na época, meio abestado com a “nova
liberdade”, fiquei “de mal” com esse amigo político por achar sua profética
manifestação, uma leseira. Não era.
“Hoje”, estamos todos assistindo esse fato, insofismável – “NÃO
ESTAMOS PREPARADOS PARA A DEMOCRACIA”. As ruas mostram isso, os “gabinetes do
poder” também.
DEMOCRACIA, se define como sendo: o “Governo do povo;
soberania popular. Uma doutrina ou regime político baseado nos princípios da
soberania popular e da distribuição equitativa de poder.” (Mini Aurélio
digital). Isso não existe no País, somos sim uma democracia em construção, isso
é o que deveria ser falado e ensinado nas escolas, nos cantos, nas praças. O
povo os agentes principais da democracia deveriam ser informados disso. “SOMOS
UMA DEMOCRACIA EM CONSTRUÇÃO”.
Com base na definição acadêmica de democracia – o que para
mim já é o bastante para esse início de manhã – posso perceber que os “gabinetes
do poder” não estavam, e não estão preparados para o “PODER QUE EMANA DO POVO”.
Isso se torna claro diante dos constantes e crescentes atos de anarquia
organizada do povo – seja ele marginal organizado ou não – . Os “gabinetes do
poder” acostumados com o sistema “neoditatorial”, onde usam sistema “democrático”
somente para conseguirem votos, e ao conseguirem os votos que lhes carrega ao
poder, ditatorializam-se, encastelados distantes da origem da democracia: o
povo.
Os últimos acontecimentos no Rio e em São Paulo, mostram que
o “poder de polícia”, o poder de ter uma arma na mão e sair matando quem “eu
desejo porque tenho o poder”, está recebendo uma resposta das ruas. ISSO É
SÉRIO E GRAVE.
Um poder desgovernado e em menor número, contra um povo organizado
e em número infinitamente maior. Quem leva a melhor?
Os governos não estão preparados para o PODER DO POVO. Esse
poder pode ser definido como: Poder de não aceitar; poder de reclamar, poder de
quebrar, poder de se ajuntar e tocar fogo, poder de tornar a calma mórbida em
caos vivo e rejeitante. Mas claro que esse “poder de” fazer tudo isso, também
se contrapõe ao “poder de” não aceitarmos tais comportamentos abusivos. Ai
entram as regras, as leis, os combates aos abusos desse “poder destrutivo” dos
naturalmente democratas, que TAMBÉM NÃO APRENDERAM A USAR SUA “DEMOCRACIA”.
Estamos acostumados a ver o “quebra-quebra”, os atos de
vandalismo, os comportamentos anárquicos, partir da classe política em primeiro
lugar, que quebram tudo de honesto e honrado que encontram pela frente, rouba o
que lhes cabe nos bolsos e nas contas – diversas espalhadas por paraísos
fiscais – relegam a saúde e a educação do povo aos programas “mais isso, mais
aquilo...” criados por governos – de orientação política duvidosa –
despreparados para uma democracia de fato (...). Diante desses atos de
vandalismo com nosso dinheiro – A CARGA TRIBUTÁRIA MAIS CARA DO MUNDO – ,
diante de atos de anarquismo como a obrigação de votar do povo, contra os votos
ocultos e facultativos do Congresso – quando lhes convém os conchavos palacianos.
Mas quando as respostas saturada de raiva e ódio arrebenta os diques frágeis da
tolerância, todos ficam assustados (...)
(...)
AINDA não estamos preparados para a verdadeira democracia.
MAS ESTAMOS NO ÚNICO CAMINHO POSSÍVEL PARA CHEGAR A ELA: O CAMINHO QUE PASSA
PELAS ZONAS DA ANARQUIA ORGANIZADA DO INCONFORMISMO.
Termino afirmando: ESTAMOS A BEIRA DE UMA GUERRA CIVIL. O
POVO, verdadeira fonte e razão da existência da DEMOCRACIA, está se
manifestando contra a anarquia e o despreparo dos “gabinetes de poder”.
Bom dia.