Não sei se esse título seria o
melhor. Mas é por aqui, e antes de entrar no ensino do texto, propriamente
dito, preciso fazer algumas considerações sobre alguns termos que estão
contidos nele.
“REVELADOS POR DEUS”. A
intenção é dizer que muitas pessoas tem recebido revelações vindas da
parte do ETERNO. O termo ‘revelar’ significa, tirar o véu, ‘desvelar’,
mostrar o que é. Em meu entendimento, muitos tem sido ‘revelados’ por
Deus. Ou seja, o ETERNO, lhes tem mostrado alguns direcionamentos, situações
(...), algo de novo, de desconhecido. Lhes tirou o véu dos olhos e eles
passaram a ver o que antes lhes era ‘impossível’.
“INSPIRADOS POR SATANÁS”.
O termo ‘inspirar’, significa: ‘Infundir sentimento, emoção, estado
de espírito; Impressionar muito, despertando em alguém vontade de criar ou
realizar algo; Sofrer influência ou seguir o exemplo de alguém, para realizar
algo’. É neste sentido que o título desse artigo foi construído.
Revelada minha intenção, vamos ao
texto e ao estudo de hoje.
“Jesus e os
alunos – discípulos – continuaram percorrendo as cidades de Cesareia de Filipe.
No caminho, ele perguntou a eles: ‘Quem as pessoas dizem que eu sou?’. ‘Alguns
dizem que você é João, o Imersor’, eles lhe disseram, ‘outros, que é Elias –
Eliyahu –, e há quem afirme: um dos profetas’. ‘E vocês’, ele perguntou, ‘quem
dizem que eu sou?’. Kefa respondeu: ‘Você é o Machiach – Messias’. Então Jesus
os advertiu de que não dissessem nada, a ninguém, a seu respeito. Ele começou a
lhes ensinar que o Filho do Homem deveria suportar muitos sofrimentos, ser
rejeitado pelos anciãos, principais Sacerdotes e mestres da Torah. Após isso,
seria morto, mas, depois de três dias, ressuscitaria. Ele lhes falou claramente
sobre o assunto. Pedro o levou para o lado e começou a repreendê-lo.
Entretanto, Jesus se virou e, olhando para os alunos – discípulos – repreendeu
Pedro: ‘Afaste-se de mim, Satan! Seu raciocínio procede de uma perspectiva
humana, e não do ponto de vista de Deus!’.”. Marcos 8:27 a 33.
Ao deparar-se com a explicação da
revelação recebida, Pedro parece não ter entendido absolutamente nada. No
evangelho de Mateus capítulo 16, verso 17, Jesus diz a Pedro e aos outros
alunos que sua afirmação, era na verdade uma revelação, pois não era
produto de nada humano, mas sim, de uma intervenção Divina em sua cognição.
A afirmação de que Jesus era o Messias, o filho vivo de Deus, não foi entendida
por Pedro.
Como já disse em artigo anterior,
no jogo da colocação das palavras, o sentido é torcido e distorcido ao bel
prazer do tradutor, e eu me incluo entre esses prováveis “distorcedores”.
Isso por que minhas livres traduções de alguns textos da Bíblia, não seguem
padrões preestabelecidos, seguem meu entendimento espiritual do que leio. Além disso,
em meu coração se estabelece a certeza proveniente de uma relação totalmente
desprovida de “prés”. Minha relação com o ETERNO não está baseada em
liturgias, nem em dogmas, nem doutrinas, nem em religiões, nem em estereótipos quaisquer.
Minha relação com o ETERNO, bendito seja ELE, se estabelece dentro de mim, não
mais com certezas, mas com verdades. Sei quem sou e estabeleci como meta de
Louvor ao Criador, ser o que serei.
Mesmo ao receber a revelação
por parte de ADONAY, que Jesus era o que seria: o FILHO
VIVO DE ELOHIM, Pedro não entendeu isso, mesmo depois do possível
exaustivo ensino do que significava se um “FILHO VIVO” – como já
expliquei minimamente em artigo anterior.
Nesse assustador momento na vida
daquele aluno impetuoso e sincero, agir era imprescindível: “... de modo
nenhum isso te acontecerá!”. A força do texto em hebraico deixa clara a
intenção daquele aluno de impedir a todo custo que seu mestre morresse. Para que
você possa entender a força da revolta do aluno, se o episódio tivesse
acontecido em nossos dias, o gesto retrucante de Pedro seria acompanhado
pela enfática frase: “... nem pelo c%$#@&*, você vai morrer. Eu não vou
deixar...”. A repreensão de Pedro a Jesus foi completamente natural, não há
nada de diferente, nem nada de estranho, muito menos de demoníaco. O gesto de
Pedro foi completamente natural, totalmente humano, movido pela mesma pureza que
o capacitou ser o receptor da revelação Divina.
Porém, o efeito do seu ato/gesto,
registrado em palavras escritas durante dois mil anos, foi da mesma forma
divina, repelido pelo santo professor. “Afaste-se de mim, satan!”
Quanta dureza, quanta força, quanta frieza vinda da parte de um bondoso
professor. Bondoso sim, mas uma pessoa direta e objetiva, sabia o que queria,
sabia para onde ia, sabia onde queria chegar.
A religião ocidental, desestudada
e desentendida das verdades bíblicas, sobretudo daquelas oriundas da verdades sócio/religiosa/cultural
do judaísmo, transformou o adjetivo “satan” em um ente “Satan”. Isso
tem feito uma grande confusão, no mundo inteiro. O mundo religioso criou o ser
mas o que existe é o termo, que define uma função. “Satan”, entre outras
coisas, significa “aquele que impede”. Naquele momento a emoção de Pedro
estava tentando impedir que Jesus cumprisse seu objetivo que era morrer para se
tornar o FILHO VIVO. Sem morte não poderia haver Messias; sem morte não
poderia haver salvador; sem morte não poderia haver salvação. Jesus não chama
Pedro de Satan, chama de satan o que produziu nele um sentimento
melancólico e inseguro.
Uma última explicação é
necessária. O sentimento apaixonado de Pedro por Jesus, só foi repreendido pelo
Mestre, porque o afetou, porque mexeu com ele, porque fez com que questionasse
a possibilidade de amar mais que morrer.
Aplicando para nossa vida diária.
Muitas vezes o ETERNO nos revela um lindo futuro de vida, de bênção, de paz,
amor e tranquilidade. Porém, invariavelmente para que essa nova vida
eterna venha a existir, morrer é necessário. Porém não queremos que essa
“morte” ocorra, nos tornamos Pedro e deixamos que nossos sentimentos de “vida”
nos tire a visão de eternidade, e dizemos em nossas preces que não queremos passar
pela morte. Mas não existe outra forma de viver eternamente, se não houver uma
morte. Pense nisso.
Qual vida lhe foi revelada? Qual vida
o ETERNO lhe mostrou que existe depois da curva? Qual vida você viu diante dos
seus olhos em um lampejo instantâneo? Linda, né? Se você acredita que essa vida
pode existir para você, saiba que antes dela uma morte é necessária. Isso é irremediável.
Viver para sempre é
totalmente diferente de viver eternamente. O para sempre tem a
ver com estar vivo; por sua vez, viver eternamente tem a ver com
os valores íntimos que nos perpetuam a existência, mesmo depois de nossa vida
se for. Se pensarmos assim, morreremos mas continuaremos eternos na vida
daquele a quem tocamos com nossa vida. Se não for assim, esse “...
raciocínio procede de uma perspectiva humana, e não do ponto de vista de Deus!’.”.
Deus lhe abençoe.