"Sempre fomos livres nas profundezas de nosso coração, totalmente livres, homens e mulheres.
Fomos escravos no mundo externo, mas homens e mulheres livres em nossa alma e espírito."
Maharal de Praga (1525-1609)

terça-feira, 25 de abril de 2017

PARABÉNS ITACOATIARENSES!


 Itacoatiara e os itacoatiarenses estão de parabéns. Hoje a Cidade completa mais de um século de existência; no meu entendimento mais de três séculos (...). Mas seja como for, hoje é dia de comemoração. Mas a grave pergunta precisa ser feita: COMEMORAR O QUE?

HONESTAMENTE, não vejo o que comemorar (...), somos o que não deveríamos ser, estamos como não deveríamos estar: atrasados, vivendo no/do passado; buscando no que já está velho inspiração para o novo. Não me refiro exclusivamente à política dos governantes que administraram – e continuam a administrar – o Município; refiro-me também, e principalmente, a como aceitamos ser governados, comandados e legislados (...); estamos aceitando ser menores do que somos. Basta LER a história de Itacoatiara.

Não sou itacoatiarense de nascimento, sou mamauara, nasci e vivi parte de minha vida na cidade de Manaus, lugar que amo; mas o SENHOR decidiu por mim e providenciou que eu viesse, a 10 anos passados, morar aqui na Velha Serpa. Vim e fiquei; não sei se sairei daqui, tornei-me um itacoatiarense de coração, amo esse lugar, gosto de viver aqui, quero contribuir com o que puder para tornar Itacoatiara um lugar melhor.

Quero propor a você, itacoatiarense, que está lendo esse texto, uma reflexão.
Pense, por que a “alegria” das comemorações de “Aniversário da Cidade” estão atreladas a presença ou não dos mandatários que estão no poder? Por que nossas comemorações são sempre ofensivas, contra “esse” ou “aquele” prefeito? Porque os demais poderes – legislativo e judiciário – não se envolvem por conta própria nos festejos promovidos pelo poder executivo? Porque temos que comemorar um aniversário com a cidade carregada de dívidas, problemas estruturais, buracos e desculpas – essas, responsabilizando sempre a gestão anterior pelo caos “deixado”? O QUE HÁ PARA COMEMORARMOS ENTÃO?

Moro aqui desde dezembro de 2007, vim para ficar perto de meus pais, vim de “malas e cuias”; foi aqui que fui ordenado ao Ministério Pastoral – sou e sempre serei pastor, mesmo não estando dirigindo nenhuma congregação –; fui editor do “Itacoatiara Em Tempo”, suplemento do jornal Amazonas Em Tempo até que, por motivos meramente políticos foi extinto; aqui em Itacoatiara, fui feito o primeiro Ouvidor Geral do Município, proporcionando na medida das possibilidades do cargo o “ouvido” para a população, e levando aos meus superiores suas reclamações, e quando possível, atuando na conquista de algumas facilidades para ela, como por exemplo a implantação da 1ª via da carteira de identidade, algo que até o ano de 2010 não havia; aqui em Itacoatiara conquistei um “segundo” Ministério, o de Professor, leciono Ensino Religioso na Escola Estadual Maria Ivone de Araújo Leite; aqui vejo dois dos meus filhos crescerem seguros, mas infelizmente sem nenhuma perspectiva profissional a curto prazo – igual a tantos da geração deles. Com todas essas conquistas pessoais – e familiares – eu afirmo que não há muito para comemorar nesses 10 anos de Itacoatiara.

Porque não? Porque temos um Polo Moveleiro entregue ao descaso com moveleiros abandonados e desamparados pelo Poder Público, por governantes que entram e saem sem realizar absolutamente nada naquele lugar; temos, proporcionalmente, um dos maiores índices de violência infantil em idade escolar do Estado e nenhum dos poderes têm se debruçado sobre o tema, sem querer tirar aproveito dessa desgraça – da mesma forma, com a gravidez infantil; temos um dos piores serviços de internet do mundo e o poder público só reclama e justifica sua incapacidade responsabilizando gestões anteriores; temos um alto índice de desemprego – mas a incompetência culpa a “crise” (...), mas é a crise morar que afeta o País e não a financeira; somos um Município que pratica a política do “pires na mão” pois os gestores que entram e saem periodicamente só “realizam” se tiverem ajuda financeira do Estado ou da União – aí eu pergunto: onde está a de gestão de problemas? Não existe! Não existe porque não são gestores, são políticos, não sabem dar soluções “criativas” para os problemas imediatos e simples? Nossa via de acesso à Capital está toda comida pela erosão e nós aceitamos isso sem nenhuma manifestação – sem falar das vias da própria cidade – , o “asfalto” chega somente ao Município de Rio Preto da Eva, e nunca passa de lá, nunca chega aqui, e “nós batendo em latas”, tentando atrapalhar o trabalho dos governantes, só porque não foram eleitos por nós.

Não temos o que comemorar porque somos uma cidade sem bibliotecas, sem bancas de revista – graças a Deus as Lojas Americanas estão com livros para a população, uma luz no fim desse túnel de ignorância – sem jornais.

É atribuída a monteiro Lobato a frase: “um País se faz com homens e livros.” E é verdade! Sem pessoas comprometidas com a educação, com a leitura, teremos sempre uma sociedade feita de analfabetos funcionais, que apenas decodificam os símbolos da escrita mas não sabem ler de fato, não conseguem “interpretar a realidade”. Lembro que certa vez, comentei isso com um prefeito e ele me retrucou de forma grosseira e prepotente (...), aquela forma desrespeitosa com o Saber está atravessada até hoje na “minha goela”. Mas ele foi honesto consigo mesmo pois é um ignorante. Itacoatiara irá começar a mudar de fato, quando possuir uma biblioteca pública onde a pessoas possam gastar seu tempo lendo livros – os mais diversos livros, inclusive os digitais e pela web; Seremos uma cidade centenariamente evoluída quando tivermos uma imprensa séria – jornais, rádios e televisões – descontaminada das políticas-partidárias. LOUVO AS INICIATIVAS ISOLADAS DOS ITACOATIARENSES QUE CRIARAM A ACADEMIA AMAZONENSE DE LETRAS, na tentativa de minimizar o estrago causado pela falta de leitura, PARABÉNS AMIGOS. Mas ainda é pouco, muito pouco. Precisamos de uma Biblioteca Pública, cheia de livros históricos, científicos, jurídicos, eletrônicos, virtuais, jornais, tudo isso, de preferência em vários idiomas. Mas, isso só será possível quando existirem governantes interessados em educar o povo.

Infelizmente AINDA não temos o que comemorar. Perdoem-me a honestidade.

MAS HÁ O QUE PARABENIZAR. Parabenizo aos ITACOARIARENSES que ainda SONHAM e TRABALHAM por um Município desenvolvido; Parabenizo aos ITACOATIARENSES que levantam todos os dias para fazerem da nossa linda cidade um lugar melhor; Parabenizo aos ITACOATIARENSES, que iguais a mim, vieram de longe e aqui fincaram raízes, por amor; Parabenizo a todos os ITACOATIARENSES, que não desistiram e nunca desistirão de transformar essa Cidade na MELHOR CANÇÃO DO MUNDO.

Termino esse desabafo com a poesia/hino da Cidade de Itacoatiara, que representa pra mim, a mais profunda, verdadeira e honesta declaração de amor e confiança que dias – e pessoas – melhores virão.

HINO DE ITACOATIARA
Letra e Música: Madre Rita de Cássia – 1958
Arranjos originais: Maestro Geraldo Dias da Rocha Júnior – 1997.

Vestida bem de verde como a esperança,
Eu vivo, eu sonho, eu sou feliz.
Assim como um celeiro de bonança,
Eu sou querida filha do País.

Riquezas trago muitas em meu seio,
Confiante de meu porvir.
Eu sinto nas veias um devaneio,
De quem vive sempre a sorrir.

Filha de um grande Amazonas,
Menina Itacoatiara vive assim.
Com ares de prima-dona,
Que grande orgulho eu sinto em mim.

Olhando o Rio revolto,
E a serpente raivosa a vibrar,
Eu tenho um presente venturoso.

Crescer, viver, reinar.

domingo, 23 de abril de 2017

IMPORTA É QUE SEJAMOS TODOS SALVOS.



A simplicidade da Salvação perdeu lugar para as filosofias teológicas que tentam explica-la de forma mirabolante; a beleza da Graça deu lugar às guerras religiosas e doutrinárias, que tristemente têm significado pessoas e ajuntamentos. Esse antagonismo religioso e doutrinário transformam amigos em inimigos, separam familiares, motivam a matança generalizada, promovem a destruição e incentivam o genocídio. Ou seja, alimentam o ódio. Mas, tudo em “nome de um deus, aleluia” (...).

No dia 20 de abril, o amigo e irmão João Alexandre postou um texto que me fez refletir sobre um silêncio auto imposto (...), reproduzo-o abaixo:

“Me perdoem os que pensam diferente de mim, mas não tenho coragem de fazer Música que subjugue a inteligência das pessoas!
Se o principal objetivo da Música, enquanto forma de Arte criada por Deus, seja ela popular ou cristã, não for o ensino e o amadurecimento intelectual e espiritual das pessoas, na minha humilde opinião, ela serve pra nada ou quase nada!!!
Música como entretenimento puro e simples, pode até tirar os pés do chão mas nunca há de colocá-los no chão de volta!”

Esse é o discernimento tácito dos Salvos. Aqueles quem não conhecem o “silêncio da Salvação” a harmonia promovida pela Graça acolhedora do DEUS ETERNO não sabem do que meu amigo fala; porque Salvação não é “toque do boi”, Salvação não é alarde e gritaria, Salvação não vem por meio de “obras superfaturadas” de “dízimos e ofertas”, Salvação é nada disso!!! Salvação é Música de DEUS para a execução humana. Ele é o autor, nós os executores.

Na Música, cada executor, por sentir, perceber, degustar de forma individual e fazer de sua execução algo único e diferenciado – falo da Música que vem do Alto. Da mesma forma a Salvação, cada execução é única e diferenciada. Algo distante do que fazem as doutrinas e credos religiosos, que a todo custo tentam regrar a GRAÇA e aprisionar a VIDA.

Particularmente, como publicitário e conhecedor de alguns dos signos da comunicação de massa, não acredito que o logotipo formado pelas hastes cruzadas seja a real representação do “lugar da morte” do Messias Jesus (até porque o termo hebraico do lugar do Sacrifício Salvador é “IaTeD”, madeiro, conforme proferido de forma contraída na sílaba “IT” de Bereshit, a primeira profecia de Salvação), acho que a “cruz” é a maior contribuição de marketing publicitário deixada por Constantino para os profissionais da área (risos), mas não o “lugar da morte”. Porém esse meu entendimento, não me torna inimigo dos que acreditam na “cruz” como marca salvífica. O lugar da morte, honestamente não me interessa, sim a morte. Sem ela a Salvação não existe.

Sem morte não há ressurreição, sem ressurreição não há vida, sem vida não há existência, sem a existência DEUS é facilmente improvável, sem DEUS não há Salvação. A Morte do Primogênito é a prova cabal da existência da Salvação; não há como dissociarmos a Salvação da Morte. Se “somos entregues à morte todo dia” (Romanos 8:36), também SOMOS SALVOS TODO DIA!

Importa que é sejamos Salvos, pois essa é a ordem do Salvador e o Desejo do PAI do Salvador; não importam o que as teologias, as filosofias, as doutrinas, os dogmas, os credos dizem, nada disso importa. SÓ IMPORTA É VIVERMOS ESSA TÃO GRANDE SALVAÇÃO.

Importa porque “DEUS ama o mundo de uma maneira tão grande, que é capaz de entregar seu primeiro único filho para morrer por todos aqueles que acreditam, que por meio da morte desse filho, não permanecerão mortos, mas existirão para sempre.” (João 3:16 – em tradução livre).


DEUS seja com cada um de nós.

domingo, 16 de abril de 2017

JESUS JÁ RESSUSCITOU. VOCÊ JÁ NASCEU DE NOVO HOJE?



A maior de todas a vitórias, o fato histórico que nos garante a esperança contra toda e qualquer morte é sem dúvida nenhuma a crença na ressurreição de JESUS. Quem não acredita nela, creio que tem dificuldades de ter esperança, pode ter dificuldades para ancorar suas expectativas de vencer alguns difíceis desafios que a vida apresenta.

A ressurreição de JESUS é a prova cabal que ele cumpriu a primeira profecia Bíblica; Sua ressurreição evidencia sua obediência às ordens DIVINAS, escritas – e escondidas – no primeiro Livro Bíblico – BERESHIT. Não há outra palavra, não há outro termo, não há outra ordem, não há outra profecia, aos seres humanos, antes de BERESHIT; Ela é primeira de todas!

A RESSURREIÇÃO DE JESUS MOSTRA QUE OS OBEDIENTES, MESMO QUE MORRAM POR CUMPRIR AS ORDENS DE DEUS, SEMPRE NASCERÃO DE NOVO POR TÊ-LAS CUMPRIDO.

É interessante como nossos sentidos completam o que está incompleto, como mostra a ilustração dessa matéria. Nela não está escrita o nome “JESUS”, estão escritos pedaços desalinhados das letras desse nome, mas nosso cérebro preenche as lacunas e “escreve” diante de nossos olhos o nome completo. Essa capacidade pode ser uma virtude ou um defeito, dependendo de como e quando a usamos. No exemplo acima, não existe nome escrito, mas nossa mente, movida por diversos fatores QUER que ler o nome “JESUS”, ENTÃO ELA VAI LÊ-LO MESMO QUE NÃO ESTEJA ESCRITO. O contrário também acontece.

Muitas vezes lemos o Texto Sagrado dessa forma, completando “lacunas” produzidas por fatos não entendidos com fatos imaginários que entendemos. O mesmo ocorre no episódio da ressurreição de JESUS. Aquele homem com pouco mais de 30 anos, nasceu e morreu como homem mas ressuscitou feito – transformado – em Filho de Deus, o escrito do primeiro capítulo da carta aos Romanos mostra claramente isso.

“Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para apóstolo, separado para o evangelho de Deus. Que antes prometeu pelos seus profetas nas santas escrituras, acerca de seu Filho, que nasceu da descendência de Davi segundo a carne, declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, PELA RESSURREIÇÃO DOS MORTOS, Jesus Cristo, nosso Senhor...” Romanos 1:1 a 4

O que está escrito mas ninguém lê, é o que propositalmente destaquei: “PELA RESSURREIÇÃO DOS MORTOS”. Sem ressurreição JESUS não seria Filho de Deus; sem ser Filho de Deus, não poderia ser o Salvador da humanidade em nós; sem ser o Salvador não, sua vida não teria sentido algum. É a ressurreição do homem JESUS que faz nascer o FILHO de DEUS. Esse é um mistério maravilhoso que não ouso revelar sem Ordem.

Porém, antes da ressurreição a morte é necessária. NÃO HÁ RESSURREIÇÃO SEM MORTE! Nos dias pós-ressurreição, não há mais a necessidade de morrermos fisicamente para ressuscitarmos também fisicamente, essa etapa é vencida pela eternidade, pois crendo na ressurreição de JESUS como Filho de Deus, nos tornamos eternos – como Ele é eterno – e, mesmo que deixemos de viver – morrendo – continuaremos sendo eternos. Isso implica entender que “vida” é uma coisa e “eternidade” é outra. Muitos de nós viveram eternamente, JESUS está eternamente vivo. Mas esse filosofismo espiritual para nada nos adianta se não cumprirmos um ritual determinado exclusivamente a nós, seres – ainda – humanos: NASCER DE NOVO.

Nascer de Novo não é uma ação ou uma atitude, um comportamento celeste ou divino é algo meramente humano, terrestre, e é JESUS quem afirma isso:

“Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?” João 3:12

O trecho acima é parte do diálogo entre JESUS e o velho e sábio Rabino Nicodemos; o sábio perdeu-se entre o céu e a terra na conversa com JESUS, Ele mostrou-lhe que antes do Céu está a Terra “...ninguém sobe ao céu, senão da terra...”.

Como já escrevi antes, Nascer de Novo é sair do lugar estreito, deixar velhos costumes, abandonar antigos comportamentos, viver uma nova vida dentro da existência que se tem.

JESUS realizou o trabalho mais difícil, cumpriu a ordem de BERESHIT, inocentando, salvando da punição pela desobediência de Adão e Eva, até o último ser humano que nascer no planeta terra; a ordem de BERESHIT é MORRER PARA SER FILHO DE DEUS E FAZER OUTROS FILHOS DE DEUS. A nós, caba somente NASCER DE NOVO A CADA DIA, EM CADA SITUAÇÃO, EM TODOS OS MOMENTOS.

Nasça de novo, e de novo, e de novo, e de novo, e de novo ... quantas vezes forem necessárias, porque enquanto estivermos vivos, NASCER DE NOVO É A NOSSA RESSURREIÇÃO.

DEUS seja conosco.

FELIZ NOVO NASCIMENTO.


LOUVADO SEJA DEUS POR SUA MISERICÓRDIA EM TER RESSUSCITADO JESUS, SEU FILHO.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

OS PILARES DA SOCIEDADE (Aula de Ensino Religioso) Parte I


Estamos vivendo um momento histórico no qual é difícil ser laico. Não dá para separar o Estado da Igreja; o partido político, da religião; o cidadão, do religioso. Tudo e todos foram misturados pelas águas impetuosas da “Lava Jato”. Parafraseando Ivan Lins: “...somos todos iguais nessa noite...”. Diante de tantos – e sabidos – escândalos, creio que nesta sexta-feira-santa, cabe uma aula de Ensino Religioso, uma bem básica que terminei de ministrar aos alunos de 6º ano do Ensino Fundamental, na escola em que trabalho: OS PILARES DA SOCIEDADE.

RELIGIOSIDADE, CULTURA, MORAL E ÉTICA. Esses são os pilares de qualquer sociedade, não há como inventar terminologias, acrescentar conceitos, tentar reinventar a roda, não tem jeito, sem RELIGIOSIDADE, sem CULTURA, sem MORAL e sem ÉTICA, NENHUMA SOCIEDADE SOBREVIVE. Sem esses suportes, toda e qualquer sociedade, das menores, como sociedades eclesiásticas, partidárias, acadêmicas, (...), até as maiores, como grandes empresas, indústrias, (...), todas desmoronam sem essas colunas de sustentação. Essas micro sociedades formam o corpo da GRANDE SOCIEDADE BRASILEIRO – trazendo a prosa pro nosso colo.

Vou apresentar um resumo das aulas que ministrei no 1º bimestre para as cinco turmas de 6º ano do Ensino Fundamental, na Escola Estadual Maria Ivone de Araújo Leite em Itacoatiara, mas claro, sem a dinâmica de estar em classe. Fica óbvia, também, a mudança de linguagem; aqui não é uma sala de aula e você não está no 6º ano. Então vamos lá.

RELIGIOSIDADE – Etimologicamente, o termo quer dizer: QUALIDADE DO RELIGIOSO OU DA RELIGIÃO que se professa, só isso! Mas essa definição aparentemente pobre, carrega uma profundidade estupenda quando buscamos por essa “qualidade”. Mesmo com o rogo constitucional de que em seu texto no “art. 19, inciso I, preconiza que é vedado ao Poder Público estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público.” Ou seja “Por força desses dispositivos constitucionais, diz-se que o Brasil é um Estado laico, onde há liberdade religiosa.”.

E é dentro desse ditame constitucional que a RELIGIOSIDADE se torna um dos PILARES SOCIAIS. Segundo o Censo de 2010, no Brasil, existem 98% de religiosos. Trazendo isso pra números atuais, segundo o IBGE, o País possui atualmente, 207.345,295 – duzentos e sete milhões, trezentos e quarenta e cinco mil e duzentos e noventa e cinco brasileiros (dados de quando escrevi o texto). Projetando o mesmo percentual de religiosos (90,50%) existentes do País, teríamos um número superior aos 187 milhões de brasileiros que declaram-se religiosos. Mas ai vem a pergunta do pastor: QUAL A QUALIDADE DESSES RELIGIOSOS? SERÁ QUE SABEM REALMENTE O QUE PRETENDE UMA RELIGIÃO? SERÁ QUE ENTENDEM O QUE É SER UM RELIGIOSOS? Acho que não sabem.

Na contra mão desse “País” religioso, encontramos a lamentável informação que o Brasil está em 76º (septuagésimo sexto) lugar no ranking dos países mais corruptos do mundo. Essa informação, postada dessa maneira, tem a intenção de afastar você da verdadeira posição do Brasil na lista negra dos países mais corruptos do mundo. Afirmo isso, porque a lista é veiculada de maneira a confundir a real situação do País. Observem a informação encontrada no site da transparency.org; segundo a entidade, o País mais corrupto do mundo é a Somália com apenas 8 (oito) pontos no ranking dos “menos corruptos”, na escala do Transparency: 1º – Somália – 8pts; Já o Brasil, estaria, segundo a mesma agência, em 76º lugar; porém na pontuação estabelecida nosso País tem apenas 38 pontos no ranking dos “menos corruptos”, 30 pontos menos que a Somália. Então, no meu entendimento, não estamos 76º lugar entre os menos corruptos, mas sim, entre os 30 mais corruptos, apenas 30 pontos abaixo da Somália. Porém, com as últimas revelações da “Lista do Fachin”, devemos chegar pertos dos “brous”.

Esse é o panorama da RELIGIOSIDADE brasileira, infelizmente, extremamente corroída pela ganância financeira. Tal ganância não poupou nenhuma credo religioso. Alguns líderes religiosos sucumbiram aos encantos de Mamon. Torno a perguntar: QUAL A QUALIDADE DOS RELIGIOSOS BRASILEIROS? Não é boa, em sua maioria.

A RELIGIOSIDADE determina o fim da corrupção em um país; um bom religioso não aceita nenhum tipo de suborno, sua religião não permite. Essa negação ao mal e aos atos maus, que faze a diferença entre um religioso e outro.

Usar o nome Deus como amuleto para livrar-se ou esconder-se da justiça não funciona. Não funciona porque quem pratica o mau, quem é mal, não conhece a DEUS, nem sabe seu nome. Não mesmo.

Mas você pode nesse momento estar tentando justificar sua qualidade como religioso, dizendo que nada tem a ver com “essa roubalheira praticada pelos políticos brasileiros”, engano seu. Nós todos temos, porque os elegemos, todos nós brasileiros, não importando o credo que professamos, somos responsáveis pelo estado lastimável do País, pois nós elegemos aqueles ladrões, nós os mantivemos e ainda mantemos no poder durante todos esses anos, nós fizemos campanha, fomos às ruas, pedimos votos, muitos até compraram votos... todos somos péssimos religiosos. Nossa religiosidade é de má qualidade.

Diante da ferida exposta pela Operação Lava Jato, posso afirmar que precisamos rever nossos valores religiosos, o brasileiro precisa rever qual é realmente sua religião, precisa saber o que o está religando com o Divino.

Reflita sobre isso: QUAL SUA QUALIDADE ENQUANTO RELIGIOSO?


Fim da primeira aula.

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Abaixo dados mais atuais do quadro de corrupção mundial.

domingo, 2 de abril de 2017

DEPOIS DO VALE DA SOBRA DA MORTE, NOS TORNAMOS PROVEDORES DA BONDADE E DA MISERICÓRDIA DO SENHOR.



“Ainda que ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda. Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do SENHOR por longos dias.” (Salmo 23:4-6)

Depois dos momentos de “sombra e água fresca”, o vale da sobra da morte é passagem obrigatória para chegarmos à casa do PAI ETERNO. Porém, essa passagem conta com a presença objetiva d’Ele, “tu estás comigo”, afirma o Texto Santo. A “vara” e o “cajado”, não castigam, consolam; não açoitam, consolam; não batem, consolam. Esse consolo é protetor e acolhedor; penso que a figura da “vara” mostra que “ninguém toca nos meus” e a figura do “cajado” mostra que ELE traz, de qualquer distância, para perto de SI, seus protegidos.

Depois dessa proteção presencial e íntima, a mesa e servida. Quem prepara essa mesa é o próprio PROTETOR; prepara a mesa, nos faz sentar e nos obriga a convidar aqueles que estão diante dela: “meus inimigos”. Mas quem são esses “inimigos”? Tudo e todos que não são reconhecidos como amigos; da dor causada pela morte até a presença irritante de um ser que nos enfrenta (...); TODOS DEVEM SER CHAMADOS À COMER CONOSCO. Sei que em muitos casos, a literalidade de “chamar o inimigo para comer” não é possível, “eles” não viriam comer conosco as diferenças para deixarmos de ser “inimigos”, então comamos nós as nossas diferenças com eles, comamos nós as nossas inimizades com eles, comamos nós as nossas desavenças com quem quer que seja. Quanto a dor causada pela morte, da mesma forma. DEVEMOS JUNTOS COMER A DOR DA MORTE, JUNTO COM O SENHOR – PORQUE ELE ESTÁ CONOSCO – PARA FAZE-LA DESAPARECER DE DIANTE DE NÓS.

Ao agirmos com tamanha humildade, nosso “cálice transborda”. Transborda de que? DE BONDADE E DE MISERICÓRDIA e esse transbordo irá nos seguir “todos os dias da vida”, esse transbordo deixará seu rastro avisando que passamos por “ali” ungindo com bondade e com misericórdia, com misericórdia e com bondade. A prática diária dessas ações divinas nos curam a alma, nos saram as feridas causadas pela passagem no “vale da sombra da morte”. Habitaremos na casa do BOM e MISERICORDIOSO DEUS, vestidos de Bondade e Misericórdia; ficaremos nesse ESTADO DE GRAÇA, por muitos e muitos dias, até que chegue o dia de nascermos para a Eternidade. Aí, os que ficarem, enfrentarão mais uma vez o “vale da sombra da morte” e o ciclo de crescimento da Bondade e da Misericórdia se reiniciará para eles.

Medite sobre isso. Seja lá qual for seu “vale da sombra da morte”, no tempo certo, deixe de ser agente passivo das agruras causadas pelo “vale” e torne-se um provedor de Bondade e Misericórdia; atitude própria daqueles que PASSARAM o “vale”.


Louvado seja O BONDOSO E MISERICORDIOSO SENHOR DA VIDA E DA ETERNIDADE.

sábado, 1 de abril de 2017

TEMPO SAGRADO E TEMPO PROFANO

Imagem Ilustrativa - WEB

 Estranhamente, determinamos o andamento da vida pela definição gramatical de tempo: passado, presente e futuro; tentamos a todo custo fazer valer essa configuração de tempo em nosso dia-a-dia: passado, presente e futuro. Mas penso que essa amarração gramatical não é a melhor definição para o caminhar da vida dentro da existência; creio que existam somente “dois tempos”, o Tempo Sagrado e o Tempo Profano, e é sobre eles que pretendo tratar neste texto.

O estudo das religiões diz que o tempo sagrado é aquele em que ocorrem datas e festejos religiosos. Só que não! Tempo Sagrado é o tempo que segue em frente, que se move, que anda, que não espera por ninguém, que não para por nada, que avança sempre adiante; esse é o Tempo Sagrado. Quando vivemos esse Tempo, Sagrados somos com ele. Por consequência óbvia, o Tempo Profano é o tempo que para, que estanca, que estagna, que empaca, que finca raízes, que se amarra, que nunca segue em frente, que nunca muda por nada nem pra nada; quem está nesse Tempo, Profano é com ele.

As definições de Sagrado e de Profano, são em minha opinião muito simples: SAGRADO é tudo aquilo que é intocável, inviolável e imensamente respeitável; PROFANO é o contrário disso.

Em primeira impressão, poderíamos entender que Tempo Sagrado seria exatamente o tempo que não pode ser mexido, não deve ser tocado, não pode ser violado com o “seguir em frente” e o Tempo Profano seria o bulível, o mexível, o tocável, o profanamente movível. Percepções erradas essas, tão erradas que têm provocado grande desconforto à existência das pessoas, imensa dor e profundo desgaste por tentarem “parar o tempo”; por não saberem – porque não lhes foi ensinada a verdade – sofrem por não conseguirem viver no verdadeiro Tempo Sagrado; teimam em parar aquilo que inexoravelmente segue em frente – sem dar ouvidos aos nossos rogos de “estabilidade”. O Tempo Sagrado é o tempo que prossegue.

Quero propor algumas questões: Como você vivido sua existência? Em qual dos Tempos você tem vivido? Desse desentendimento vem a dor de viver, o desconforto com os acontecimentos da vida, as angustias com o dia-a-dia, as frustrações pelos desejos não realizados, a vontade de morrer por não conseguir viver a vida desejada. Se você está passando por momentos assim, pode ser que seja devido ao mal-entendido quanto aos Tempos da Existência.

Os ensinamentos de Jesus, Messias, convergem para o exercício de viver dentro do Tempo Sagrado; vivermos a onda que nunca para, a onda do Tempo Sagrado que sempre segue em frente, perceba o que diz o Messias:

“O pão nosso de cada dia nos dá hoje e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal; (...). Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas. (Mateus 6:11 a 15)

Perceba que a primeira ORDEM de Jesus é DEIXEM O TEMPO SEGUIR EM FRENTE: PERDOEM!!! Perdoar é o principal exercício de soltar as amarras do Tempo, deixando-O ser o que ele realmente é: TEMPO SAGRADO; o Tempo que segue em frente, que permite o Novo Nascimento, que garante o fluxo livre da/para a vida, dentro da existência. PERDOAR A QUEM NOS TEM OFENDIDO É DEIXAR O TEMPO SEGUIR EM FRENTE, É TORNAR-SE SAGRADO COM ELE!

Quando não perdoamos, amarramos o tempo e o “culpado” a nós, carregamos nos ombros da vida, existência à fora, o peso de uma vida alheia à nossa; não deixamos que aquele a quem culpamos por algo – normalmente por nossas dores, infortúnios, decepções, insucessos – sigam suas vidas livres de nós. Quando não deixamos que as pessoas sigam suas vidas livre – de nós e em nós – cometemos o pecado de “parar” o tempo; cometemos o pecado hediondo de transformar o Tempo Sagrado em Tempo Profano.

O pior de tudo é que ao pararmos o Tempo, transformando o Sagrado em Profano, sofremos o pior de todos os sofrimentos: NÃO SOMOS PERDOADOS POR DEUS!!

Quando aprisionamos alguém dentro do Tempo Profano, nos trancamos dentro desse Tempo com esse alguém. Nosso tempo não segue, nossa vida não anda, ficamos, paramos, adoecemos; Quando prendemos alguém – por falta de perdão – dentro do nosso tempo, deixamos de conjugar o verbo Viver e iniciamos a terrível conjugação do verbo Morrer. Pior, é que essa conjugação fora de tempo, não irá produzir um novo nascimento – não haverá “nascer”, depois de “morrer”.

Leia com atenção a crônica dos Tempos Sagrados que Salomão revela:

“TUDO tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar; Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora; Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.”

Tentem encontrar o “tempo de perdoar”. NÃO HÁ!! Não existe o tempo de perdoar porque PERDOAR É O PRÓPRIO TEMPO!!

Quando não perdoamos o Tempo não anda, o Tempo não Sagra-se. Esse, me parece ser o motivo da gravidade da afirmação Messiânica: “DEUS SÓ PERDOA QUANDO PERDOAMOS”. Perceba a seriedade dessa afirmação; perceba que nós, criaturas de vida finita, limitadas, conseguimos com o simples ato de NÃO PERDOAR deter o CRIADOR em sua eterna vocação de PERDOAR. Que poder é esse que pode parar o Todo Poderoso? Vejo como “uma formiga parando um elefante”; Um poder tão autodestrutivo capaz destruir em nós tudo que pode nos salvar.
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PERDOAR é deixar livre, livra-se; PERDOAR é permitir um novo erro mas também um novo acerto; PERDOAR é torcer acreditando – sem ironias ou hipocrisias – na mudança de vida daquele a quem perdoamos; PERDOAR é admitir que não queremos ver aquele a quem não perdoamos mudar de vida, queremos que sempre seja alguém imperdoável; PEDOAR é deixar o Tempo seguir livre; PERDOAR é seguir com o Tempo em suas mudanças; PERDOAR É PERMITIR QUE O OUTRO MUDE DENTRO DE NÓS.

PERDOAR É TRANSFORMAR O TEMPO DE VIDA EM TEMPO SAGRADO DE EXISTIR.

Quando ficamos lembrando de pessoas, fatos ou até mesmo organizações, ou lugares, situações passadas e as projetamos em nosso hoje ou um pretenso amanhã, com dor ou com raiva, estamos parados no Tempo Profano. Sei que há pessoas que gostam desse sentimento de “poder odiar”, de poder deter o Divino em seu curso. Também sei que todas essas estão doentes; estão obesas de rancor, de raiva, de ódio, não perceberam que o cardápio mudou; não perceberam que o tempo do rancor passa, que o tempo da raiva, passa, que o tempo do ódio passa; essas pessoas não perceberam que vivem fora do Tempo Divino, estão adoecidas e adoecendo, se isolando, se entranhando na escuridão da vida só por se sentirem bem em ter raiva de alguém. Pararam no tempo, pararam no tempo.

Sua raiva se transforma e amargura, tornam-se pessoas amargas, polidas por fora mas grosseiras por dentro; situações e palavras inesperadas provocam nessas pessoas as mais brutais reações contra as pessoas próximas – incrível esse comportamento. Toda a polidez se desmancha diante do calor das provas da vida. Essas pessoas amargas, são assim por que não perdoam ninguém; nem a si mesmas e nem a Deus. Sempre reclamam; reclamam de tudo e de todos; toldam todos os ambientes por onde passam; escurecem todos os lugares por onde andam. Jesus fala desse estado:

“A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” (Mateus 6:22 e 23)

Quando não tempos luz nos olhos, não vemos o Tempo Sagrado, não vemos o bom nas pessoas, não permitimos que mudem, preferimos exercer o poder mortal de não perdoar.

Meu desafio diário é viver o Tempo Sagrado; vivendo e deixando viver, perdoando sempre que possível, e quando não for possível, clamar desesperadamente por aquele que é ETERNAMENTE O TEMPO DO PERDÃO, para que me ajude a perdoar quem me tem ofendido.

Meu desfio diário é viver sempre o Tempo Sagrado da Vida que Segue.

Deus seja conosco.


Shalon!