"Sempre fomos livres nas profundezas de nosso coração, totalmente livres, homens e mulheres.
Fomos escravos no mundo externo, mas homens e mulheres livres em nossa alma e espírito."
Maharal de Praga (1525-1609)

domingo, 12 de março de 2017

MULHERES: SERES HUMANOS, FEITAS DE OSSO.

Foto: Anatolia Vertadella, mulher italiana de 101 anos, deu á luz um bebe. "Estou muito grata com toda a equipa de médicos que decidiram continuar com a operação”, ela admitiu em lágrimas. “Estou muito grata por ter dado à luz o meu 17ªfilho. Esta é uma verdadeira bênção e um testamento ao poder do criador".

Para a mulher se tornar igual ao homem ela tem antes que se tornar inferior.


No texto bíblico do Gênesis, há o relato que cita a criação da humanidade promovida pelo Ser Divino, com base em Si mesmo (Gênesis 1:26 e 27), em minha opinião, um dos textos mais reveladores sobre a natureza dos seres humanos. Outros textos não menos reveladores chamam a atenção do leitor atento quanto ao tema; o primeiro revela que a matéria prima usada para a formação da humanidade foi o humo e não a areia ou terra como se entende. O “pó da terra” referido no texto sagrado é o humo – uma argila gosmenta e orgânica, a matéria morta mas que torna a viver na existência de outros seres vivos, espécies da flora e da fauna. A forma mais primitiva da vida eterna;

“E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.” Gênesis 2:7

Outro texto que revela a competência do Ente Criador mostra Sua percepção do estado de solidão intrínseco da humanidade. A espécie humana quando ensimesmada torna-se brutalmente egoísta, autossuficiente e mortalmente solitária. Para resolver esse grave problema, o Supremo Criador separou o ser humano de si mesmo, arrancou-o dele mesmo, tirou-o de si mesmo. Diz o texto:

“E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele.” Gênesis 2:18

O que antes fora feito “homem e mulher”, passaria a ser apenas “homem” e apenas “mulher”.

A odisseia Divina continua com a narrativa dessa cirurgia “psico-físico-afetiva”; até aquele momento o texto sugeria que a mulher e o homem estavam juntos em um só ser (1:27), mas profundamente solitários em si mesmos; juntos no mesmo corpo sem pertencerem um ao outro, juntos no mesmo corpo, sem tocarem um no outro, juntos no mesmo corpo, precisando um do outro mas sem se possuírem. Mas a Sabedoria Celeste em um ato Divinamente cirúrgico tirou “do homem “a “sua mulher”; deixou-a fora dele para que nos momentos de solidão “psico-físico-afetiva” eles se reencontrassem e se entranhassem novamente (...).

“Então o SENHOR Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar; E da costela que o SENHOR Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada. Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. Gênesis 2:21 a 24”

Me fascina a riqueza do texto bíblico no relato da “formação” da Mulher. Ambos, Ela e o Homem vieram da mesma matéria prima, o humos, mas só ela foi formada com a rigidez viva do osso. Há no texto sagrado, algumas revelações no tocante ao elemento escolhido pelo Criador para dar forma externa à outra metade do homem, sua costela.

Numa tosca abordagem anatomicamente, o ser humano possui 12 pares de costelas assim classificadas: sete pares de costelas verdadeiras, que se articulam diretamente com o esterno – ligam a coluna vertebral ao esterno; três pares de costelas falsas, por se articularem com o esterno por meio de cartilagens – da mesma forma que as verdadeiras, mas com auxilio de cartilagens; e dois pares de costelas flutuantes, que são costelas livres, não conectadas ao esterno, somente presas à coluna vertebral. As costelas também são os únicos ossos no corpo humano que são naturalmente curvos, eles fazem um arco quase que completo para proteger o coração e os pulmões, nenhum outro osso do corpo, possui tais características. As costelas são flexíveis e rígidas ao mesmo tempo, elas se “contraem” e se “expandem” para garantir o mecanismo da respiração; qualidades que devem-se ao seu formato de arco. Apenas o conjunto de ossos do ouvido se assemelham com as costelas – e por um motivo extraordinário.

Conhecer um pouquinho da anatomia dessa parte do corpo tão especial me deixa em certo ponto, extasiado, com a simbologia bíblica quanto ao relato da “formação” da Mulher. Quero listar sem hierarquizar – para não anarquizar (risos) – o que percebo no relato bíblico.

1) A Mulher foi CRIADA JUNTO com o Homem e não depois dele, como entendem alguns (Gêneses 1:27);

2) A Mulher foi retirada do Homem para que ele necessitasse preencher o vazio de si mesmo, causado pela ausência da mulher dentro de si (Gênesis 2:18);

3) A Mulher foi feita com a parte mais rígida e ao mesmo tempo flexível do corpo humano – a costela (Gênesis 2:21) – seria a “cartilagem” dos cinco pares de “costelas falsas” a “carne” que o Criador enxertou no “esqueleto” humano?

4) A Mulher foi criada da parte óssea que liga a coluna vertebral, centro nervoso do corpo, ao esterno, o osso que protege diretamente o coração – como se numa menção de que a proteção do ser amado originário passa obrigatoriamente pelo sistema nervoso, ação, emoção e razão, tudo em “um só osso”;

5) A retirada da Mulher de dentro do Homem, o deixou “livre de si” e “livre para si” – afirmação que entendo plausível pela existência de um par de “costelas flutuantes”, que aparentemente não possuem objetivo anatômico ou biológico, mas sim, uma grande simbologia espiritual – somos seres incompletos, só nos completamos quando nos entranhamos novamente, homens e mulheres formando o “corpo” perfeito.
(...)
Não há como negar a superioridade feminina. as Mulheres são mais fortes emocionalmente que os Homens – suportam melhor o sofrimento; as Mulheres são mais capazes que os Homens – conseguem realizar várias tarefas ao mesmo tempo; As mulheres suportam mais a dor que os Homens – nós machões não teríamos capacidade de suportar bacia dilatando centímetro a centímetro, ou ter seu abdome aberto para a retirada do rebento tão esperado, e em ambos os casos, chorar de alegria ao amamentar pela primeira vez. Somos uns fracotes; As Fêmeas são os únicos seres no mundo capazes de geram em si mesmas uma outra vida – capacidade que não foi dada aos Homens, nós só “plantamos as sementes” e acreditamos que somos “os caras”, porém, machões, acreditem AS MULHERES NÃO PRECISAM DE NÓS NEM PARA GERAR FILHOS!! (Não cabe falar do assunto agora, mas se estiveres interessado pesquisa.)

A Mulher é perfeita em si mesma, e isso pode ser facilmente identificado quando lemos as definições e explicações do que são o ossos:

“O osso é um tecido vivo, complexo e dinâmico. Uma forma sólida de tecido conjuntivo, altamente especializado que forma a maior parte do esqueleto e é o principal tecido de apoio do corpo. O tecido ósseo participa de um contínuo processo de remodelamento dinâmico, produzindo osso novo e degradando osso velho. O osso é formado por vários tecidos diferentes: tecido ósseo, cartilaginoso, conjuntivo denso, epitelial, adiposo, nervoso e vários tecidos formadores de sangue.”

Um ser completo em si, perfeito em si, mas profundamente dependente de si, de sua outra metade – os homens.

O Homem foi criado de humos, uma matéria morta que tornou-se viva pelas mãos do Criador, basicamente apenas “um monte de terra” mole, que sem o sustento dos ossos fica totalmente disforme. A Mulher, por sua vez é o “osso” que sustenta e dá forma a essa “terra mole e disforme”; as alusões são muitas ao “mole e disforme”.

Sem as Mulheres não somos homens sexuais, nos tornamos homossexuais; sem as Mulheres não possuímos virilidade, temos ereções; sem as Mulheres não desejamos, temos tesão; sem as Mulheres não somos maridos, nos tornamos machos; sem as Mulheres não somos pais, nos tornamos fazedores de filhos; sem as Mulheres não há prazer, só orgasmo; sem as Mulheres não há vida, só a ausência dela.

O mundo precisa da feminilidade da Mulher, precisa da sua leveza, necessita da sua brandura; nossa existência depende da flexibilidade da “costela de Adão”, senão, ficaremos “sem ar”. Precisamos de mulheres de verdade e não de arremedos.

Penso que a maior armadilha à superioridade da Mulher é o infame “conceito de igualdade”. Isso nunca acontecerá! Nunca a mulher será igual ao homem, nunca! Essa política da igualdade quer na verdade REDUZIR O VALOR DA MULHER, quer torna-la medíocre, menor, inferior, pequena, limitada, musculosa, masculina (...). QUANDO UMA MULHER ACEITA SER IGUAL AO HOMEM ELA ESTA ACEITANDO DESCER DA SUA ALTURA, PARA SE IGUALAR AO SER MACHO, INFERIOR A ELA.

Não sei se consegui escrever tudo do respeito que tenho hoje pelas Mulheres, mas tentei dizer o quanto Elas são fundamentais na formação da humanidade. Um mundo menos feminino, se torna mais efeminado e um mundo mais efeminado, se torna mais masculino. Um mundo mais masculino é um inferno!

Mulheres, perdoem-me o atraso na mensagem em homenagem ao “seu dia”. Mas, que seja. FELIZ DIAS DA MULHER.

DEUS SEJA COM TODOS.

COM AS MULHERES, AS MÃES DA VIDA E COM OS HOMENS, OS FILHOS “DA MÃE”.

terça-feira, 7 de março de 2017

UNIFORME É LEGAL, NECESSÁRIO E ELIMINA O OLHAR DA DESIGUALDADE SOCIAL.

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 A celeuma criada devido a obrigatoriedade do uso do uniforme escolar por todos os alunos das escolas públicas aqui em Itacoatiara, sejam eles hipossuficientes ou autossuficientes, tem seguido até agora e me parece ganhado vulto. Acho isso bom, pois mostra que não há unanimidade quanto ao entendimento do tema. Acho ótimo, pois para mim a unanimidade não é muito inteligente, nem visionária; é cega e burra.

Ontem postei um longo texto expondo minha opinião sobre o caso específico das reclamações quanto a obrigatoriedade do uniforme escolar para a assistência às aulas; para alguns leitores foi explicativo, para outros nem tanto (...). Durante todo o dia de ontem, 5 de março, pesquisei sobre o tema, baixei e li algumas monografias, artigos e algumas leis que tratam do assunto, todo esse esforço com o objetivo de alcançar o conhecimento necessário para discutir – caso ainda seja preciso – e defender minha opinião favorável à obrigatoriedade do uso do uniforme, com quem for necessário, claro, dentro da civilidade, cordialidade e respeito.

Nesta nova postagem ainda sobre a questão da obrigatoriedade do uso do uniforme escolar, quero abordar algumas questões que entendo, serem de suma importância para a formação de um entendimento menos politiqueiro e mais sensato, coerente. Vou discorre um pouquinho sobre a história do uniforme escolar no Brasil e a questão dos hipossuficientes, um estado social que aparentemente só cresce.

BREVE HISTÓRIA DO UNIFORME ESCOLAR

Diz-se de forma leviana, penso eu, que o uniforme escolar tem a ver com o regime militar; numa tentativa torpe de desmerecer a vestimenta, ligando-a às forças armadas do País. Essa vinculação descabida, deve-se à mágoa originada da lembrança do momento vivido durante a ditadura militar que em muito foi opressor das liberdades; mas, não é possível negar que deixou dividendos positivos para o Brasil, perdoem-me os discordantes. Porém, a instituição do uso do uniforme nas escolas vem de muito antes desse fatídico e marcante fato da história brasileira.

Segundo Kerin Costa, em monografia quando da defesa para a obtenção do título de Especialista em Educação, “... em se referindo ao âmbito do cenário brasileiro, podemos nos valer de alguns aspectos históricos dos uniformes no século XX, principalmente levando em consideração o posicionamento de Schemes e Thön (2010, p. 05), que apresentam detalhes específicos e descrevem que o uniforme foi instituído pela primeira vez na capital do Império, no Colégio Pedro II, em 1850, uniforme este que mais parecia um fardamento militar. A partir de então, algumas escolas começaram a fazer uso de uniformes, visando alcançar uma forma de padronizar a roupa dos alunos, identificando-os com as instituições de ensino, as quais estavam vinculadas, procurando garantir a segurança e a disciplina, além de possibilitar tratamento igual para todos.
Já, em conformidade com o posicionamento de Marcon (2010, p.17), no Brasil, os uniformes escolares passaram a ser utilizados entre 1800 e 1900, com o advento da Escola Normal, em Niterói – RJ.
Por volta de 1920, ocorreu no Brasil o movimento da Escola Nova, o qual apoiava a universalização da escola pública, laica e gratuita. Foi uma época em que grupos menos privilegiados passaram a freqüentar as escolas. Com isto a uniformização destes novos alunos passou a ser de muita relevância. O movimento da Escola Nova teve grande importância na história da pedagogia e, segundo Aranha (2006, p. 4), evidenciou a conscientização da diferença entre a educação e as exigências do desenvolvimento. Fortalecendo a necessidade do uso do uniforme com a finalidade de tornar todos os estudantes semelhantes, pelo menos na aparência, evitando a diferenciação perante o grupo e a sociedade.”

Como se pode observar, a implementação do uniforme escolar, teve por objetivo proteger os hipossuficientes que estavam naquele momento, ganhando a possibilidade de estudar ao lado dos autossuficientes. Mais adiante, Costa informa que:

“A crise econômica de 1929 e, paralelamente, o fim de uma época liberal, impulsionou o governo a publicar a brochura denominada “Uniformes Escolares – Districto Federal”, o qual tinha como principal preocupação descrever como deveriam ser os uniformes das escolas públicas, apesar de que ainda não os tornava obrigatórios, porém foi o que aconteceu na década seguinte (LONZA, 2005, p. 19).
Conforme afirma Piletti (1997, p. 40), o Brasil teve um considerável avanço na área educacional na chamada “era Vargas” (1930-1945), período em que o novo governo priorizou a educação como instrumento de reconstrução nacional, procurando democratiza cada vez mais o ensino.
Foi isso que aconteceu; o governo Vargas trouxe a democratização do ensino e tornou obrigatório o uso de uniformes escolares no Brasil. Isto fez com que todos (meninos, meninas, ricos, pobres) passassem a fazer parte de uma coletividade, apesar das divergências entre um indivíduo e outro. A democratização levou os estudantes à homogeneização, ou seja, não era mais possível distinguir se cada jovem ou criança pertencia a um determinado grupo social, segundo Silva (2006, p. 16).
Há de se levar em conta o posicionamento de Lonza (2005, p. 04-05), o qual reforça o entendimento de que o uniforme realça uma nova noção de igualdade e identidade, fazendo com que os adultos e educadores percebessem os alunos de uma forma diferente, não ligada à hierarquia sócio-cultural e obrigando-os a ver os indivíduos numa coletividade.”

Faz-se clara, então, que a verdadeira intenção para uso do uniforme nas escolas pública do País não é – e nunca foi – “militarizar” a escola ou tornar os alunos “uni-formes”, dar-lhes uma única forma, como querem alguns, mas, tornar equânime a relação social. Quando um aluno está devidamente uniformizado, ele está protegido, do olhar desigual de qualquer pessoa na sociedade; quando uniformizado, esse aluno não é nem autossuficiente, nem hipossuficiente, ele é ALUNO. E isso basta.

O monógrafo finda assim sua obra:

“O uniforme escolar tem um significado de identificador de grupos e símbolo e das escolas. Algumas vezes podem mostrar o “poder” da escola junto à sociedade, nelas os alunos tem melhor condição financeira e vestem um fardamento mais caro, mais belo, como um troféu.
A utilização do uniforme no Brasil iniciou com o objetivo de identificar alunos de acordo com as suas instituições escolares, garantindo segurança e disciplina, além de contribuir para que todos fossem tratados como membros de uma só instituição.
A relação existente entre uniformes escolares, suas descrições e análises remetem os uniformes como elemento identificador de uma categoria social. O uso deste sempre se deu não exclusivamente para a identificação do aluno, mas também para a sua segurança, seu conforto físico e moral, levando-o para um ar de igualdade para com os educadores, os colegas e à sociedade.
Tanto a moda, como a economia, a política e a educação influenciaram (e influenciam) as transformações destas vestimentas escolares, o que se comprova, principalmente, em períodos de guerras e ditadura no país.
Dessa maneira não há a possibilidade de dúvidas, pois este enfoque pressupõe a existência de múltiplas possibilidades de identificações e, portanto, diferentes construções de identidade, pois os grupos são formados a partir de pontos comuns e distintos ao mesmo tempo.”
KERIN COSTA. QUANDO O UNIFORME ESCOLAR NÃO É O LIMITE. POSSIBILIDADES DE PERTENCIMENTO E DE TRANSFORMAÇÕES, MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO - MEDIANEIRA - 2014

SÃO OU NÃO, HIPOSSUFICIENTES?

Talvez você tenha estranhado o fato de estar usando o termo “hipossuficiente” evitando assim usar o termo “pobre” para me referir às pessoas que alegam não poder adquirir as peças do uniforme escolar. Prefiro o primeiro termo por entender que há uma confusão de conceitos no tocante aos significados dados às pessoas com nenhum ou com pouco poder aquisitivo. Para seguir com este texto, apresento adiante, alguns significados que julgo importantes, extraída do site: significados.com.br.

Vulnerável – algo ou alguém que está suscetível a ser ferido, ofendido ou tocado. Vulnerável significa uma pessoa frágil e incapaz de algum ato. O termo é geralmente atribuído a mulheres, crianças e idosos, que possuem maior fragilidade perante outros grupos da sociedade.
Na sociedade, um indivíduo vulnerável é aquele que possui condições sociais, culturais, políticas, étnicas, econômicas, educacionais e de saúde diferente de outras pessoas, o que resulta em uma situação desigual.”

Pobre – desprovido ou mal provido do necessário; estéril, que produz pouco; desgraçado, que inspira piedade; pessoa que vive em estado de necessidade.”

Miserável – aquele que carece de recursos, que vive em extrema pobreza; que é digno de piedade, lastimável, miserando; ínfimo, demasiadamente baixo: salário miserável; malvado, perverso; pessoa infeliz, desgraçada; indigente; pessoa infame; pessoa avarenta, sovina, somítica.”

Hipossuficiente – diz-se de pessoa que é economicamente muito humilde; que não é autossuficiente.”

(...)
O Brasil, possui pouco mais de 20 milhões de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza. Segundo definição do Wikipedia, “Linha de pobreza é o termo utilizado para descrever o nível de renda anual com o qual uma pessoa ou uma família não possui condições de obter todos os recursos necessários para viver. A linha de pobreza é, geralmente, medida em termos per capita (expressão latina que significa "por cabeça") e diversos órgãos, sejam eles nacionais ou internacionais, estabelecem índices de linha de pobreza.”

Em 2003, o Governo Federal criou um programa de socorro imediato às pessoas e famílias que viviam abaixo da linha de pobreza ou em pobreza extrema. Em sitio na internet, pertencente ao Governo Federal encontra-se a seguinte explicação para o PBF:

“O Programa Bolsa Família também é um programa criado pelo Governo Federal destinado exclusivamente para famílias em estado de pobreza ou extrema pobreza. Como o objetivo principal do Bolsa Família é melhorar as condições de vida e suprir as necessidades básicas das famílias brasileiras em estados de pobreza ou extrema pobreza, o programa oferece a essas famílias acesso a serviços sociais básicos e além disso, tem um vínculo com outros programas sociais do Governo Federal para melhor atender a essas famílias. O Bolsa Escola, atualmente, é um desses programas sociais vinculados ao Bolsa Família.


Esclarece ainda mais site:

“Para conseguir acesso ao Bolsa Família 2017 é necessário que a família comprove situação de extrema pobreza. Famílias em que a média de renda entre todos os membros da família não ultrapasse os R$170,00 mensais tem direito. Caso a renda mensal da família ainda seja inferior a R$ 85,00 por pessoa, a família poderá receber um auxílio extra, para ajudar a superar a pobreza.

Além disso, é necessário comprovar que as crianças estão estudando, no período apropriado e se estão com a carteira de vacinação em dia. Esses dois critérios são mandatários para que o benefício continue sendo pago, caso uma família não cumpra alguma dessas obrigações, o benefício é cortado até que a situação seja regularizada.
(...)
Um primeiro valor pago é o rendimento de R$ 85,00 para famílias que tenha renda mensal inferior a R$ 85,00 por pessoa. Esse benefício serve para ajudar aquelas famílias que se encontram em situação de pobreza extrema.

Outra variável no valor do benefício é o número de filhos de 0 a 15 matriculados na escola – a cada filho cadastrado, a família recebe um auxílio de R$ 39,00, sendo possível cadastrar no programa até 5 filhos ou dependentes.

Além disso, as famílias recebem mais R$ 46,00 por cada adolescente entre 16 e 17 que esteja em dia com os estudos. Nesse caso, é permitido cadastrar até 2 jovens no programa para receber o auxílio.”

É notório o fato, que em todas as pesquisas feitas as regiões Norte e Nordeste são as que mais possuem pessoas em estado de hipossuficiência, ou seja nessas Regiões do País se encontra o maior número de brasileiros sem condições de autossuficiência; nessas Regiões, os recursos financeiros provenientes do Programa Bolsa Família são uma fonte de renda quase que única.

Itacoatiara faz parte desse cenário de dependência financeira do Governo Federal. Em 2016, o PBF pagou para 12.196 (doze mil, cento e noventa e seis) famílias itacoatiarenses, um total de R$ 25.797.008,00 (vinte e cinco milhões, setecentos e noventa e sete mil e oito reais), em repasses feitos de janeiro a dezembro.

Já em 2017, o número de famílias itacoatiarenses que receberam o benefício do Governo Federal já é de 10.703 famílias, num total de R$ 2.253.172,00 (dois milhões, duzentos e cinquenta e três mim, cento e setenta e dois reais), valores referentes ao mês de janeiro; se os valores se repetirem até dezembro, Itacoatiara receberá mais de R$ 27 milhões.

O investimento feito pelo Governo Federal no município de Itacoatiara – como em todos os municípios do Brasil – por meio do PBF, tem o objetivo de minimizar as diferenças sociais, condicionando o pagamento do benefício, na obrigatoriedade das famílias manterem seus filhos – crianças e adolescentes – estudando.

Confesso que não possuo conhecimento suficiente para discorrer sobre os índices de pobreza do País, mesmo tendo obtido acesso às informações pertinentes. Porém, mesmo assim, quero deixar registrado minha percepção quanto ao que chamo de “política do pires na mão”.

O PBF veio, sem sombra de dúvidas, ajudar às famílias com renda igual ou inferior a R$ 85,00 (oitenta e cinco reais), garantindo-lhes um mínimo de segurança financeira. Mas essa ajuda não foi feita para ser duradoura, ela está condicionada e é finita. Pergunto: será que as duas mil famílias que não estão recebendo o benefício em Itacoatiara conseguiram sair do estado de pobreza em que se encontravam ou foram retiradas do programa por alguma irregularidade? Outro fato importante a ser observado é que todo valor recebido por essas famílias é investido no mercado local, na compra de mantimentos, vestimentas e outros; em sendo assim, no ano de 2016, houve um investimento superior aos 25 milhões de reais no comércio local.

Em uma visita não detalhada ao Portal da Transparência do Governo Federal, pude perceber que os valores pagos às famílias itacoatiarenses no ano de 2016 variam de R$ 78,00 reais até mais de R$ 5.000 reais. Claro que esses valores são cifras anuais, em cada mês as famílias receberam uma fração desse valor. Mas, nos casos daqueles que receberam mais de R$ 3.000 por ano, R$ 300,00 no mínimo foram garantidos para que a família fosse mantida minimamente.
(...)
A questão que não quer calar é: AS FAMÍLIAS QUE ALEGARAM NÃO POSSUIR CONDIÇÕES PARA ADQUIRIR O FARDAMENTO ESCOLAR RECEBEM OS BENEFÍCIOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA?

Se a resposta for afirmativa, esses já podem ser declarados hipossuficientes, e o Estado teria a obrigação de providenciar gratuitamente o fardamento escolar, ou permitir que assistam às aulas sem o uniforme. Porém devo lembrar que, nesse caso, a ausência do uniforme exporia tais alunos ao constrangimento notório de sua hipossuficiência, o que é proibido por lei.

Se a resposta for negativa, se a família de tais alunos não estiver entre os beneficiados pelo PBF, presume-se que não estariam em estado de pobreza, podendo então adquirir as peças do uniforme escolar.

Garantir aos hipossuficientes garantias e regalias extras, direitos a mais e deveres de menos, alimenta, em meu entendimento, (...), providenciando um crescimento desordenado e avassalador, alimentando a ilusão de serem melhores cidadãos que todo os demais, apenas por serem pobres.

Dar aos hipossuficientes brasileiros as mesmas garantias de acesso que aos autossuficientes é atuar com equidade; mas dar-lhes mais garantias e menos obrigações, provoca rasgos irremendáveis no pano social. Infelizmente, é isso que parece estar ocorrendo no Brasil.

Finalizo.

Ontem, segunda-feira, na Escola Estadual Maria Ivone, tive nove tempos de aula, cinco pela manhã e quatro pela tarde, vi alguns alunos assistindo aula usando parte do uniforme – camisa da escola e calça jeans; todos calçados, sapatos com as mais diversas cores, algumas alunas usavam sapatilhas na cor preta (...); se não me falha a memória vi apenas duas crianças sem a camisa azul da escola, mas usavam a camisa branca da SEDUC. Ninguém voltou, segundo informações, os alunos que ainda não possuem o uniforme completo, foram a escola e conversaram com a direção e foram liberados à assistir as aulas.

domingo, 5 de março de 2017

Nascendo de novo. Maravilhoso exemplo.

Esse vídeo é minha reflexão de hoje. Me foi enviado pela mana querida Ana D'Araújo. Creio que é um bom exemplo do que é nascer de novo. Pode chorar, todos choram quando nascem. Deus seja conosco.


sábado, 4 de março de 2017

FALTA DE FARDAMENTO ESCOLAR IMPEDE O ALUNO DE ESTUDAR?


Imagem da WEB


Começo esta reflexão com uma máxima cunhada e adotada por mim, que tem norteado minha vida:

RESPONSABILIDADE SÓ CRESCE NOS CAMPOS DA LIBERDADE.

Não bastasse termos de lecionar diariamente para alunos, uns mal-educados, outros com graves desvios de conduta, todos amontoados em salas superlotadas, o que atrapalha sobremaneira o aproveitamento dos BONS ALUNOS, que são maioria, nós professores da rede pública temos de suportar a tosca fala de pessoas grosseiras, com o palavreado chulo, de parcos entendimento e de outros pávulos que maximizam pequenos problemas rotineiro das escolas, com o fim de usa-los como palanque político para expressarem suas fanfarronices e incompetência.

Criou-se nos últimos dias um espetáculo midiático, aqui, nas terras da Pedra Pintada, com o fato de alguns gestores competentes e obedientes às regras da CREI/SEDUC, terem impedido que certos alunos entrassem nas escolas para assistirem as aulas, por não estarem devidamente fardados. Segundo me consta, essa é a simples questão.

Tal assunto é deveras delicado e mal entendido e precisa urgentemente de uma LEGISLAÇÃO ESTADUAL/MUNICIPAL. Em minha opinião de pai de alunos e professor da rede pública de ensino, OS GESTORES ESTÃO CERTOS! E justifico:

Há no Brasil, salvo engano, uma Lei Federal, datada de julho de 1994, assinada pelo Presidente Itamar Franco, que fala sobre o fardamento escolar. Segue o texto legal:

“LEI Nº 8.907, DE 6 DE JULHO DE 1994.

Determina que o modelo de fardamento escolar adotado nas escolas públicas e privadas não possa ser alterado antes de transcorrido cinco anos.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1º As escolas públicas e privadas, da rede de ensino do País, que obrigam o uso de uniformes aos seus alunos, não podem alterar o modelo de fardamento antes de transcorridos cinco anos de sua adoção.
Art. 2º Os critérios para a escolha do uniforme escolar levarão em conta as condições econômicas do estudante e de sua família, bem como as condições de clima da localidade em que a escola funciona.
1º O uniforme a que se refere o caput só poderá conter, como inscrição gravada no tecido, o nome do estabelecimento.
2º O programa de fardamento escolar limita-se a alunos de turnos letivos diurnos.
Art. 3º O descumprimento ao preceituado no art. 1º desta lei será punido com multas em valor correspondente a no mínimo trezentas Unidades Fiscais de Referência (Ufir) ou índice equivalente que venha a substituí-la.
Parágrafo único. O procedimento administrativo da cobrança de multas observará o disposto no art. 57, e parágrafo, da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990.
Art. 4º Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 6 de julho de 1994; 173º da Independência e 106º da República.

ITAMAR FRANCO”

Notem que no artigo 1º, há um texto que é revelador: “...que obrigam o uso de uniformes aos seus alunos...”; ou seja O USO DO UNIFORME É OBRIGADO DEPENDENDO DA ESCOLA, então, entendo que torna-se facultativo à escola o uso do uniforme. A lei porém, não deixa clara que a obrigação é impeditiva, ou seja a falta de uniforme impediria a assistência às aulas.

Mas, cada escola possui um regimento interno, que é aprovado pela SEDUC-AM e posteriormente apresentado aos pais na hora da matrícula. Todos dizemos “SIM” às regras da escola e entre elas está o “uso obrigatório do uniforme”. Então, O UNIFORME DEVE SER USADO DE FORMA OBRIGATÓRIA PELOS ALUNOS.

Claro que também há uma lei, o conhecido “Estatuto da Criança e do Adolescentes” que protege, ou tem a intenção de normatizar uma rede de possível proteção aos menores, onde em seu texto diz:

“Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:
I – ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;”

Nesse momento, em que argumento em favor da OBRIGATORIEDADE DO USO DO UNIFORME NAS ESCOLAS PÚBLICAS, você poderia contra argumentar dizendo que “a escola, por ser pública, não poderia impedir os alunos não fardados de assistirem as aulas”. Ao que eu contra argumento.

É clara a determinação legal, que O LIVRE “IR”, “VIR” E “ESTAR” NOS LUGARES PÚBLICOS DEPENDE DE LEI, PORTANTO, SE HÁ UMA LEI QUE FOI ACEITA POR TODOS OS RESPONSÁVEIS NA HORA DE MATRICULAREM SEUS FILHOS EM UMA ESCOLA PÚBLICA, ELA TEM DE SER OBEDECIDA TAL LEI É O ESTATUTO DA ESCOLA. Neste primeiro ponto do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, resta claro, em meu entendimento, o apoio legal ao uso do uniforme escolar para assistir aula.

Em nossa Carta Magna, a Constituição da República, outro refúgio de muitos para nossa execração como defensores do fardamento escolar, encontramos:

“Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
(...)
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.”

Novamente, em minha opinião, o texto acima corrobora para a obrigatoriedade do uniforme escolar para a assistência às aulas. Vejamos:

O artigo 205 da CF diz que: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” Fica clara a intenção de educar:
1) o pleno desenvolvimento da pessoa;
2) preparar para exercer a cidadania;
3) qualificar para o mercado de trabalho;

Então, seguindo a diretriz máxima da Legislação Federal, as regras impostas nas escolas públicas também possuem subjetivamente as mesmas intenções; ou seja, não somente o ensino de matérias como por exemplo “língua portuguesa”, “matemática”, “ciências”, “física”, (...) carregam o objetivo de desenvolver, preparar para a cidadania e qualificar para o mercado de trabalho, como as diretrizes da escola atuam concomitantemente para que a escola alcance plenamente sua obrigação legal.

Pergunto aos revoltosos:
COMO UMA PESSOA PODE DESENVOLVER-SE SEM REGRAS?
COMO PODE EXERCER A CIDADANIA SEM ELAS?
COMO SE QUALIFICARIA PARA O CADA VEZ MAIS EXIGENTE MERCADO DE TRABALHO SEM SABER CUMPRIR ESSAS REGRAS?

Não pode! Nunca se desenvolverá, ficará sempre à margem de um sociedade cada vez mais competitiva. As regras são necessárias, fundamentalmente necessárias.

Seguindo minha reflexão sobre a CR, sito o inciso I do artigo 206:

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

Ressalto que equalizar as condições para o acesso e a permanência na escola, conforme se lê acima, não é somente promover um meio de acesso, mas também – e está no texto legal – condicionar esse acesso e essa permanência; tanto um quanto outro devem ser igualitários, ou seja: TODOS ESTARÃO, SERÃO, FICARÃO, ACESSARÃO O AMBIENTE ESCOLAR – LUGAR ONDE SERÁ MINISTRADO O ENSINO – IGUAIS. Me atrevo dizer que essa igualdade, transcende o trato interpessoal e alcança a uniformização, seja ela comportamental, seja ela vestimental.

Porém, como escrevi no início deste texto, o teme carece de uma urgente e responsável legislação. Apelo aos vereadores, competentes, que não se façam de rogados e promovam uma audiência pública para tratar do tema, e nos chamem para o debate.

Finalizando, afirmo categoricamente que nenhum “pai de baixa renda”, faz um barrado desses na mídia ou na escola, todos entendem a necessidade, os que não entendem possuem recursos – para além da crise – e compram bons celulares, boa roupa, (...), para os mesmos filhos que teimam em não usar a farda da escola.

Há também, reclamantes pávulos, um fato totalmente desconhecido por vocês: nenhum responsável, verdadeiramente responsável expõe seu filho ao constrangimento de não poder entrar na escola, esse responsável vai com seu filho até a escola e conversa com a direção da escola, expondo o problema e o resolve de forma tranquila, assinando um termo de responsabilidade pelo ocorrido. Já os irresponsáveis, mandam os filhos de qualquer jeito, sequer comparecem às reuniões de pais e mestres. Não há desculpa, nenhuma.

Peço ao professor Reinaldo Souza que não permita que as regras da obrigatoriedade do uso do fardamento seja violada, nós que lecionamos todos os dias, sabemos da importância dela na identificação de nossos alunos – dos filhos de você, reclamantes.

Minha preocupação com esse sensacionalismo que estão fazendo, é que a “força política” dos reclamantes irresponsáveis, provoque uma mal maior. O índice de criminalidade infantil em idade escolar é grande aqui em Itacoatiara, sem as mínimas regras, podemos nos tornar completamente reféns dessa criminalidade infantil – atestada por mim e por outros professores, em sala de aula – crescente. Se liberarmos agora, cedendo ao confronto midiático e sensacionalista, teremos que liberar o uso do cigarro, da bebida, das drogas, do sexo, (...), na escola para podermos “respeitar” o desejo dos alunos e de seus pais. Tolice.


Deixo aqui o meu total e irrestrito apoio aos gestores que usam de suas atribuições para proibir o desrespeito às lei que se inicia com o desrespeito ao estatuto da escola, onde diz que O UNIFORME É OBRIGATÓRIO PARA A ASSISTÊNCIA ÀS AULAS.

quarta-feira, 1 de março de 2017

É PRECISO NASCER DE NOVO!
(se não entendes o que é terreno, como entenderás o divino?)

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“Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. (...) Se vos falei de coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?” Evangelho de João 3:3 e 12

A conversa do Messias com Nicodemos é completamente terrena. Trata de coisas da terra, da rotina das pessoas, das angustias diárias, dos desassossegos causados pela vontade de mudar. Nicodemos afirma que Jesus só fazia aqueles milagres porque DEUS estava com ele. A resposta de Jesus parece completamente sem nexo para olhos e ouvidos repletos de religião; e foi dessa forma repleta de religião que o velho Rabino a ouviu. Sua resposta irreflexiva mostra isso.

Nicodemos, igual a todos os demais religiosos de sua época, estava questionando o discurso de Jesus e seus atos milagrosos. Porém, diferente dos demais rabinos, ele foi encontrar-se com Jesus – mesmo que de forma secreta, escondido dos olhos do clero – para apresentar sua resposta às próprias questões. No texto Nicodemos não pergunta, ele responde a si mesmo na presença do Mestre. Na verdade é um pergunta disfarçada de resposta.

Jesus devolve o velho rabino à estaca zero quanto aos seus questionamentos ao responder sua resposta: “sim, mas para que ELE esteja, é necessário nascer de novo”. Acho que essa teria sido a forma respondida por Jesus.

Claro que para ensinar daquela forma, Jesus precisava da presença de DEUS; claro que para realizar os milagres que realizava, Jesus precisava da presença DIVINA. Mas para que essa PRESENÇA ocorresse foi necessário primeiro NASCER DE NOVO.

JESUS NASCEU DE NOVO!! ELE AFIRMA ISSO A NICODEMOS. ESTÁ ESCRITO!

Mas o que seria “esse” novo nascimento?

O tema tem sido debatido por diversos teólogos em todo o mundo, mas nenhuma definição tocou meu coração. Todas as definições e certezas apresentadas me parecem estranhas, divinas demais para serem alcançadas. O “novo nascimento” o qual Jesus se refere na conversa com o velho rabino é algo completamente terreno, físico, Inteligível, palpável. Então, o que seria esse “novo nascimento”?

Em uma pequena reflexão, nascemos quando estamos maduros; quando nos desconfortáveis dentro do ventre materno. Enquanto o útero não nos aperta, não nos incomoda, não temos motivos para nascer. Estamos em nossa zona de conforto. Mas quando dentro do ventre materno nossa respiração fica ofegante pelo pouco espaço; quando esse lugar de conforto se torna estreito, incômodo, nascemos. Nos acomodamos, nos retorcemos, nos esforçamos e nascemos. Há medo em nascer, não sabíamos o que havia fora da casa/útero, não fazíamos ideia que nossos pulmões iriam queimar com o ar tomando o lugar da “água”; Mas nascemos assim mesmo. Era necessário. Se não nascêssemos, morreríamos.

Nascer para não morrer.

Reproduzirei uma parte de um texto escrito pelo rabino Nilton Bonder, que deixa claro as etapas desse processo de novo nascimento.

“É fundamental mencionar que o Egito é, acima de tudo, um símbolo, por representar um lugar que ‘já foi bom’ e deixou de ser. As analogias se tornam mais interessantes ainda se reconhecermos que a etimologia hebraica da palavra Egito – mitsraim – quer dizer ‘lugar estreito’.

Todos nós deparamos com lugares que se tornam estreitos em determinado momento. Estes lugares, que outrora serviram para nosso desenvolvimento e crescimento, se tornam apenados e limitadores.

No processo de saída de um lugar estreito, temos uma descrição interessante dos fatos históricos ocorridos no relato bíblico. Segundo o mesmo, o processo de saída esbarra num limite tão real e profundo como o mar. Arrependido por ter permitido a saída dos hebreus após sofrer dez pragas diferentes, o faraó os encurrala junto ao mar. Entre o exército mais poderoso do mundo de então e o mar, os hebreus se voltam ao líder Moisés em desespero. O que fazer?

Quando resolvemos sair do lugar estreito, ocorre um processo semelhante com o corpo. O corpo não gosta de sair, de mudar. São a estreiteza e o desconforto que o convencem de que não existe outra saída. Mas para onde ir se o corpo não conhece nada diferente de si mesmo? A alma, imoral em sua proposta de desalojamento do corpo, impõe uma caminhada que para o corpo acaba por ser um enfrentamento com uma barreira aparentemente intransponível.

Como seguir rumo à ‘terra prometida’, ao futuro, se entre o presente e ela existe um fosso, um mar, absoluto. O corpo então questiona a sensatez da alma. Os portões do passado se fecham, os do futuro não estão abertos e o corpo experimenta a mais temida das sensações – o pânico de se extinguir.

Encurralados diante do mar, o povo, representativo do corpo, assume algumas posturas possíveis. De acordo com o ensinamento chassídico, existem quatro comportamentos clássicos mencionados como quatro acampamentos. Sem saber como proceder, o povo se divide em quatro acampamentos. O primeiro quer voltar, o segundo quer lutar, o terceiro quer jogar-se ao mar, o quarto se mobiliza em oração.

Como leituras da alma, essas quatro posturas representam resistências do corpo. A própria ideia de acampar é, em si, uma forma de “empacar”. Aquele que propõe o retorno reconhece o poder do lugar estreito. Esse lugar do hábito é tão poderoso que foi uma ilusão se deixar levar pelo sonho de sair. Tudo estava errado desde o início e a proposta de voltar pressupõe uma vida estreita e em conformidade com a realidade e as limitações que esta impõe.

Lutar, por sua vez, é a crença de que se poderá fazer do próprio lugar estreito um lugar mais amplo. Se o lugar estreito é poderoso para impor-se como realidade, o que resta é desafiá-lo, como se a estreiteza fosse externa e não um processo de relação entre o mundo externo e o interno. Jamais devemos esquecer que o lugar estreito um dia não o foi.

Jogar-se ao mar é a atitude do desespero. É a entrega do corpo na descoberta de que a alma propiciou um limbo insuportável em que não há mais o passado que o definia nem lhe é permitido um novo futuro que o redefina. Na busca de um novo ‘bom’, não se encontra um novo ‘correto’ e a única saída é pagar o preço de não se ter bancado o ‘correto’ do passado mesmo que o ‘bom’ fosse inadequado. Desse desespero surge a resignação de que, apesar de não se voltar ao lugar estreito, jamais se poderá atingir um novo lugar amplo.

Orar é um recurso de fazer da situação do ‘novo’ uma reprodução do lugar estreito. Numa aparente resolução das demandas da alma, o corpo exige que a realidade seja ‘compassiva’ com ele, permitindo que o novo lugar não exija dele uma nova definição de si. O novo lugar é o velho sem parecer-lhe estreito. Muitos de nossos sonhos do pós-vida se classificam nessa categoria.

A beleza da interpretação chassídica está na utilização do versículo (Ex. 14:13), que esboça a reação de Moisés, o líder e representante dos interesses da alma (o empreendedor da saída do lugar estreito): ‘E disse Moisés ao povo: (1) Não temais, ficai e vede a salvação do Eterno; (2) porque os egípcios que vedes hoje não volvereis a vê-los nunca mais; (3) o Eterno lutará por vós e (4) vós vos calareis.’

Segundo essa interpretação, temos aqui uma resposta aos quatro acampamentos. Aos que queriam se jogar no mar: ‘Não temais, ficai.’ Aos que desejavam voltar: ‘Não volvereis a vê-los nunca mais.’ Aos que se propunham a lutar: ‘O Eterno lutará por vós.’ E aos que oram: ‘Vós vos calareis.’ Nenhum dos acampamentos representa o futuro e a saída. Todos eles são variações sobre a hesitação e a vacilação. São, na realidade, a fronteira onde um corpo morre para renascer com uma mesma alma em outro corpo – do outro lado da margem.

Mas, se nenhuma dessas condutas é apropriada, qual é o caminho então? Não nos esqueçamos da realidade que interpõe um mar entre um corpo e outro. A resposta de D’us às vacilações do corpo, ou seja, resposta proveniente da fonte de toda alma e todo futuro, é igualmente decisiva e intrigante (Ex. 14:15): ‘Diga a Israel que marche.’”
Rabino Nilton Bonder - Processos de traição, A alma Imoral

É isso. “marche!”. Nasça de novo.

Para nascer de novo não precisamos voltar ao útero, e sim, deixar o lugar estreito onde estamos. Seja ele qual for.

Então, tenha coragem de deixar “seu” lugar estreito para NASCER DE NOVO, QUANTAS VEZES FOREM NECESSÁRIAS.

No próximo texto tratarei dos quatro comportamentos da vida no lugar estreito.


Deus seja conosco.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

PREFIRO CONFIAR A TER FÉ.

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É isso mesmo, prefiro CONFIAR a ter Fé. Poucas pessoas nesse universo religioso querem saber de fato a origem daquilo que creem; menos ainda, os líderes que ensinam invencionices ancestrais. Isso porque mudar dá trabalho, leva tempo, é desgastante e muitas vezes frustrante; é preciso “passar o atestado” de herege, de desviado, de blasfemo, de louco.
(...)
No entanto, outras pessoas, indo na direção contrária ao fluxo da ignorância religiosa questionam tudo lhes causa incômodo, toda e qualquer informação que lhes traga dúvida. Esses recebem a pecha de “Tomé”, os eternos duvidantes, aqueles que foram possuídos pelo “espírito maligno da dúvida”. Mas eu “pago o preço” com muito prazer.

Em 2004 escrevi um ensaio sobre a “fé”, chamado “Água da Pedra”, um trabalho que tentava mostrar que o “caminho da fé” seria feito em algumas etapas e para isso evoquei o patriarca Abraão e seu caminho, da promessa feita por DEUS até a concretizada em Jacó e seus filhos. Mas por razões que pertencem somente ao TODO PODEROSO, esse ensaio nunca saiu de uma das prateleiras da minha biblioteca – ainda em sua forma original, impresso e encadernado artesanalmente. Muito anos depois, resolvi rever o que havia escrito e percebi o quanto eu havia torcido fatos bíblicos por desconhecer a história. Então retornei aos estudos sobre a “fé”. Ei um resumo do que encontrei.

EM 300 E.C, UMA MENINA CHAMADA FÉ.
No ano de 303, aproximadamente, o imperador romano Diocleciano, em sua cruzada contra os seguidores dos ensinos de Jesus, teria invadido uma pequena vila francesa conhecida hoje por Conques. Lá, segundo relatos, os soldados do imperador teriam estuprado, torturado e assassinado uma menina de aproximadamente 13 anos, que segundo registros históricos, mesmo diante de tanta crueldade não teria negado sua confiança nos ensinos do Messias; seu nome, segundo esses mesmos relatos, era Fé. A morte da garota Fé, teria se dado em outubro daquele ano.

Outro registro sobre a menina Fé pode ser encontrado em um sitio na internet dedicado à devoção aos mártires da igreja católica, que assim relata:
“A pequena Fé, nascida em uma rica família de Agen, foi convertida ao catolicismo pelo bispo São Caprasio. Tinha 12 anos quando eclodiu a perseguição de Diocleciano. O prefeito Daciano mandou prendê-la e não conseguindo convencê-la a sacrificar aos ídolos, fez com que ela fosse colocada sobre uma chapa de ferro em brasa. Uma tempestade providencial apagou o fogo, e finalmente a pequena Fé foi decapitada. Sua vida está relatada em um poema do século XII, conhecido como “A Canção de Santa Fé”.

* O segundo relato me parece estranho, pois o catolicismo só existiu depois da unificação entre religião e estado promovida por Constantino I, depois de se fazer imperador romano.

O episódio atroz teria sido mais um entre os milhares promovidos pelos perseguidores dos discípulos de Jesus, se alguns anos depois, por meio de um édito, Constantino I decretou que todos os atos de devoção extrema seriam chamados de “FÉ”, em homenagem a menina de Conques; fato plenamente conhecido por ele, já que servira a Diocleciano como um de seus oficiais.

Depois que Constantino tornou-se imperador e afirmara ter-se convertido a religião do profeta Jesus, passou a ditar as regras religiosas e doutrinárias; Os livros Bíblicos, principalmente os compunham o Novo Testamente sofreram a interferências do imperador, possivelmente a principal delas foi que passaram a possuir em seu corpo textual o termo “fé”, no lugar do verbo confiar.

Um estudo acadêmico profundo da historicidade do Livro “Aos Hebreus” – a conhecida epístola de Hebreus –, revela que o capítulo 11 – o capítulo da fé – pode ter sido inserido depois de sua compilação final. Esse o motivo de existirem 13 capítulos e não 12.

Os relatos acima podem parecer heréticos para você, mas são verdadeiros. Fé realmente foi uma garota de 12 anos que morreu de forma brutal por sua crença nos ensinos do Messias. Hoje em Conques existe uma abadia em homenagem a ela, a Abadia de Santa Fé.

ANTES, NO DESERTO, “EMUNAH”, CONFIANÇA EM DEUS.
Não há como dissociar a crença que a religiosidade ocidental possui no Divino, dos relatos hebreus registrados no TaNaK – conhecido por nós como o Antigo Testamento – em especial os ensinos da TORAH – os cinco primeiros livros da Bíblia ocidental conhecidos como “Pentateuco”. É nesse momento histórico iniciático, no livro de Shemot – “Os Nomes” –, conhecido como o livro de Êxodos, que se encontra pela primeira vez o verbo “confiar” ou sua ação, a “confiança” – Êxodo 17:12.

O episódio relatado dos versos 8 até o 16, mostra uma batalha campal entre um rei chamado Ameleque e os hebreus. Diz o Shemot, que Moisés, o levita libertador do povo hebreu, subiu a um lugar alto de onde pudesse ser visto por todos que pelejavam; diz o texto:

“Então veio Amaleque, e pelejou contra Israel em Refidim. Por isso disse Moisés a Josué: Escolhe-nos homens, e sai, peleja contra Amaleque; amanhã eu estarei sobre o cume do outeiro, e a vara de Deus estará na minha mão. E fez Josué como Moisés lhe dissera, pelejando contra Amaleque; mas Moisés, Arão, e Hur subiram ao cume do outeiro. E acontecia que, quando Moisés levantava a sua mão, Israel prevalecia; mas quando ele abaixava a sua mão, Amaleque prevalecia. Porém as mãos de Moisés eram pesadas, por isso tomaram uma pedra, e a puseram debaixo dele, para assentar-se sobre ela; e Arão e Hur sustentaram as suas mãos, um de um lado e o outro do outro; assim ficaram as suas mãos firmes até que o sol se pôs. E assim Josué desfez a Amaleque e a seu povo, ao fio da espada.” Êxodos 17:8 a 13 (Destaque meu no verso 12)

O verso em destaque contém, na versão hebraica, a primeira referência clara do verbo “emunah”, CONFIAR. Nele, no verbo, estão registrados os atos de confiança:
a) de Moisés que obedeceu a ordem Divina;
b) de Josué, que seguiu suas ordens, e
c) do povo que confiava nele, Moisés, por ver que ele estava intercedendo por eles naquela batalha.
d) Além desses, Arão e Hur que viram a necessidade de socorrer Moisés na hora do cansaço, providenciando um assento e apoiando seus braços para que o povo continuasse vendo o ato de seu líder.

Mesmo que “emunah” – CONFIAR, tenha sido traduzida pelos primeiros teólogos como “apoiar”, essa tradução não carrega o profundo significado do verbo. “Emunah” não é apoiar , é confiar o que se faz, é: demostrar confiança tendo como base a experiência proveniente de conhecimento.

O verbo “emunah” carrega consigo a necessidade da experimentação, do conhecimento; ou seja: SÓ CONFIA, QUEM EXPERIMENTA; SÓ CONFIA QUEM CONHECE. É exatamente essa a afirmação do Apóstolo Paulo, quando estimula essa atitude aos seguidores do Messias em Roma:

“Portanto, pelo fato de sermos considerados justos diante de DEUS por causa de nossa confiança; continuamos a ter shalom com DEUS por meio de nosso senhor Jesus, o Messias. Também por meio dele, e com base em nossa confiança, obtivemos acesso à sua graça, na qual permanecemos; dessa forma, alegramo-nos com a esperança de experimentar a glória de DEUS. Mas não apenas isso: alegremo-nos também por nossas dificuldades, porque sabemos que as dificuldades produzem resistência, resistência produz caráter, e caráter produz esperança; e essa esperança não nos decepciona, porque o amor de DEUS por nós já foi derramado em nosso coração, pelo Ruach HaKodesh que nos foi outorgado.” Romanos 5:1 a 5 – Bíblia Judaica Completa.

O Apóstolo sabia do que falava.

Pena que o clero constantiniano acrescentou termos novos e mudou propositalmente muitos dos termos originais para fazer valer seus éditos, palavras gregas e latinas foram cunhadas na tentativa de santificar seu ato torpe de adulterar a Palavra. Dois dos mais comuns são os neologismos: “cristo”, originado no termo grego “cresto”, que significa “uma boa pessoa”, e “pisteus”, termo cunhado com a intenção de enraizar nas Sagradas Escrituras o nome da menina Fé, morta por seu antecessor no comando de Roma.

Tais afirmações podem ser estranhas para você, mas são verdades que modificaram totalmente minha forma de ler e observar o mover de DEUS na história.

Mas, caso você ainda esteja em dúvida quando agir com CONFIANÇA em DEUS a ter fé n’Ele, lhe proponho um teste.

Saiba que tudo que tem envolve os atos do SENHOR, é VERBO. Exemplo: ELE identifica-se a Moisés como “EU SOU ...” (verbo ser); o Messias é declarado por João como SENDO o Palavra (verbo ser); (...). Confiar é um verbo que pode ser conjugado em qualquer tempo, de qualquer modo, e por todos as pessoas. Agora, tente conjugar fé. Impossível. Fé não é conjugável por que não é verbo é nome próprio, identifica alguém e não um sentimento, uma atitude, um comportamento.

Por isso, dentre tantos outros fatores que não foram mencionados neste texto, que eu PREFIRO CONFIAR A TER FÉ.

“Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia.” (II Timóteo 1:12)

Boa reflexão.

Deus seja conosco.

domingo, 26 de fevereiro de 2017

“NASCEMOS PARA MUDAR O MUNDO”

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“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados; Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Evangelho de Mateus, 5:3 a 12

A maldade humana me agride, me incomoda, me fere, me angustia. Fico admirado como tanta gente gasta tempo assistindo filmes de terror, e/ou filmes que mostram a maldade humana com tanta naturalidade. O mal existe e não preciso de filmes ou documentários para saber disso – ele vive em mim.

Sofro com a desumanidade que causa tanta desgraça aos seres da terra; me incomoda a frieza dos políticos, que sequer pensam além de seus gabinetes e/ou casas luxuosas, quando roubam descaradamente recursos públicos destinados ao bem comum; me sinto agredido pelo cinismo dos religiosos criadores de fantasias e doutrinas humanas, que se aproveitam desse povo cansado de tanto engano e que busca em congregações religiosas um refrigério e só encontra mais engano, mais desassossego, mais frustração; me revolta o sentimento de impotência diante do quadro educacional brasileiro que fecha os olhos para a realidade de uma multidão de analfabetos funcionais e abraça as estatísticas ilusórias que “mostram”, sermos um País educado. Essas mentiras me agridem.

E nesses momentos em que me sinto agredido por tanta maldade externa, me percebo odiando meus agressores e me reconheço tão desumano quanto eles. É assim que sei do mal que vive em mim (...), da mesma forma que vive em qualquer outra pessoa.
(...)
Me agarro à Palavra quase que desesperadamente e permito que Ela me abrace e me sustente com a Bondade do Eterno. Procuro transformar toda essa inquietação em criatividade, em produção do bem, em vida. Por vezes não consigo, outras vezes consigo realizar algumas coisas produtivas para a humanidade que me cerca.

Um dia, conversando com Mamãe Ruth, expus à ela esses meus momentos de angustia e ela me disse calma e segura: “filho, eu também me sinto assim as vezes, mas nascemos para mudar o mundo e sem essa angustia não saberíamos o que mudar.”. Nunca esqueci, e quando me sinto assim, como hoje, incomodado com a desumanidade, eu lembro do dito da minha sábia Mãe: “nascemos para mudar o mundo.”

É isso.

Deus seja com todos nós.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

CADA UM ORE SOZINHO, EM SI MESMO.

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O dilema do sofrimento humano tem levado muitas pessoas aos extremos. Umas revoltam-se contra DEUS por não aceitarem que ELE, sendo bom, permita que “coisas ruins aflijam pessoas boas” se posicionam-se num extremo de desilusão e de revolta; manifestam esses sentimentos entregando-se ao estado de degradação; muitas vezes violentos ou extremamente debochados, distanciam-se da Paz. Outras, pelo mesmo motivo, enterram-se em afazeres religiosos penitentes como se soubessem que a “coisa ruim” que lhes causa o sofrimento é merecida; passam a viver uma vida sôfrega e desgostosa, insípida, insignificante, (...), distanciam-se também da Paz.
(...)
A Paz está no meio do caminho, longe dos extremos, pois neles, estão as multidões de revoltados certinhos e de devotos erradinhos. A Paz é o ponto de equilíbrio entre esses sentimentos/comportamentos extremos. É o que nos ensina o Livro Eclesiastes (7:16 a 18).
(...)
JESUS, no capítulo 6 do Evangelho de Mateus, nos versos 5 a 7 diz que a prece, a reza, a oração, a conversa com o PAI deve ser solitária, quieta, sem alardes, sem plateia; uma prática “mano-a-mano” com DEUS; você e ELE somente. Mas qual o motivo?

Acho que a razão para o MESTRE ter aplicado esse ensinamento está intimamente relacionada com os Livros da VERDADE – EMeT – , Jó, Provérbios e Salmos (nessa ordem de leitura, como já expliquei em publicação anterior), mais precisamente relacionada com o Livro do Jó. O início da caminhada/leitura em busca da VERDADE.

“1 HAVIA um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal.
2 E nasceram-lhe sete filhos e três filhas.
3 E o seu gado era de sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas; eram também muitíssimos os servos a seu serviço, de maneira que este homem era maior do que todos os do oriente.
4 E iam seus filhos à casa uns dos outros e faziam banquetes cada um por sua vez; e mandavam convidar as suas três irmãs a comerem e beberem com eles.
5 Sucedia, pois, que, decorrido o turno de dias de seus banquetes, enviava Jó, e os santificava, e se levantava de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles; porque dizia Jó: Talvez pecaram meus filhos, e amaldiçoaram a Deus no seu coração. Assim fazia Jó continuamente.”
Jó 1:1 a 5

A firmeza sutil da afirmação encontrada nesse texto me assusta: JÓ NÃO PERMITIA QUE SEUS FILHOS PEDISSEM PERDÃO POR POSSÍVEIS PECADOS CONTRA O TODO PODEROSO. Ele fazia sacrifícios em lugar dos filhos, como se num ato de superproteção, JÓ ORAVA AO DEUS SUPREMO EM LUGAR DOS FILHOS.

Nos diálogos entre DEUS e Satan, esse fato fica aparentemente escondido dos olhos desatentos das teologias e religiões (...), mas, parece ser o centro da conversa entre PAI e filho (Jó 1:6). Outro fato que confunde e torna ignorante o entendimento sobre as tragédias ocorridas com Jó e seu sequente sofrimento é a falta de conhecimento do termo “justo” – Tzadik – , na afirmação DIVINA:

“Não há ninguém na terra é semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal.”,

Parece-me estar declarada a falha de Jó. Apesar de ser reconhecidamente um homem “integro porque temia a DEUS” e “reto por desviar-se do mal”, Jó não era justo. Não deixava as coisas seguirem seu curso natural.

Mas se Jó era um homem íntegro, temente a DEUS e reto, desviava-se do mal, porque sofreu tanto? A resposta é óbvia – aos que encontram a verdade: ELE COLOCOU-SE EM LUGAR DOS FILHOS. ELE OROU EM LUGAR DOS FILHOS, ELE SACRIFICOU EM LUGAR DOS FILHOS, ELE TORNOU-SE PECADOR EM LUGAR DOS FILHOS. Sofreu por não ter sido vocacionado para MESSIAS, sofreu tanto por não ter permitido que seus filhos pagassem pelos erros possivelmente cometidos (Jó 1:5). Ninguém, senão o ESCOLHIDO DE DEUS poderia ser o Salvador de outros semelhantes.

Me parece que essa teria sido a razão ou uma das razões, para que JESUS, milhares de anos depois de Jó ensinasse aos seus alunos que NINGUÉM DEVE ORAR EM LUGAR DE ALGUÉM, NEM EM LUGAR PÚBLICO. Não devemos porque não podemos, somos únicos, somos individuais, nosso coração é nosso, nossa alma é nossa, nosso espírito é nosso, simples assim. Não posso orar em lugar de quem quer que seja pois o PAI estará julgado a mim e não meus familiares, meus amigos, (...).

Minha oração é minha autenticação, minha impressão digital diante do DIVINO.

Mas história de Jó que se inicia com um erro: ORAR EM LUGAR DE..., termina com a orientação DIVINA para o acerto: ORAR POR... (Jó. 42:8). Assim devemos fazer, Orar pelas pessoas, nunca em lugar delas.

O sofrimento de Jó se encerra quando ele entende, em seu íntimo essa questão e diz ao TODO PODEROSO: “Agora meu testemunho está no céu; meu advogado está lá no alto.” (Jó 16:19). A afirmação de Jó é clara “MEU” testemunho, “MEU” advogado. Um individualismo grave e poderoso; agride os que estão as superficialidade da vida – não importando o tempo e a idade que possuam, envolvidos com a religião e/ou práticas religiosas.

Então não posso orar por meus filhos? Não posso interceder pelos enfermos? Não posso orar por ninguém? NÃO SÓ POSSO, COMO DEVO. Mas, orar “POR” e não “EM LUGAR DE”. Gostaria que você refletisse sobre isso.

Quando oramos “em lugar de”, estamos retirando a pessoa do alvo de nossa prece, estamos retirando da própria pessoa a responsabilidade de nutrir uma relação viva com o TODO PODEROSO; Quando ficamos “em lugar de” seria como se DEUS olhasse para ela através de nós. Isso está errado, não pode ser, somente JESUS tem esse poder de “servir de identidade” perante o PAI, só ele pode realizar esse papel, só JESUS pode “emprestar” sua “impressão digital” para que as “portas dos ouvidos” do PAI se abram para nós. Por isso, entramos na presença de DEUS “em nome de Jesus”; Ele é nosso “avalista”. Nossa relação com aqueles a quem amamos deve ser a de ensino, a de instrução, devemos deixar que construam seus relacionamentos com o DEUS SUPREMO sozinhos, mesmo que sofram, mesmo que chorem, mesmo que adoeçam, mesmo que percam (...), devemos pedir por eles mas nunca em lugar deles. Não sei se me faço entender...

Devemos orar em praça pública? Nunca! Devemos orar nas congregações em voz alta? Nunca! Devemos mostrar aos outros que oramos? Nunca! Isso, para que ninguém jogue sobre nós a própria responsabilidade de construir sua própria relacionamento com o PAI.

Devemos nos fechar, nos trancar, fugir das multidões, fugir das câmeras, rejeitar o exibicionismo, abandonar os ritos de popularidade e buscar ao SENHOR no silêncio da solidão. Uma solidão íntima, tranquila, quieta; indolor. Não dói, pois é o lugar onde DEUS está, o que dói é o sentimento; e se estiver doendo, chore sozinho diante DELE, para que sua relação com ELE se construa de forma sincera, honesta e inabalável, sem nenhuma interferência externa. Só você e seu DEUS, mano-a mano.

Estou aberto aos questionamentos, por meio dos “comentários”, no privado e por e-mail: pr.alexandrerocha@outlook.com.


Deus seja conosco.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

UM DELES É MEU ALUNO...



Ontem foi um daqueles dias nos quais me senti derrotado.
Ontem à tarde recebi a notícia que os marginais que depredaram e assaltaram a Escola Estadual Maria Ivone Leite, foram descobertos e capturados; para minha tristeza, três desses marginais são crianças, duas de 14 anos e uma de 12 anos. Mais triste fiquei quando me foi informado que um deles, de 14 anos, estudou na Escola ano passado e foi matriculado esse ano. Aparentemente, “um garoto gente boa”. Uma confusão de imagens e sentimentos me vieram a mente (...), foi ai que me senti um derrotado.

Hoje, me sinto derrotado por um sistema político corrupto e inoperante composto em sua maioria por pessoas despreparadas e desumanas que só pensam em se locupletar com o dinheiro fácil dos nossos impostos – o famoso e pouco entendido “dinheiro público”; um sistema que não funciona mais, e está desmoronando a cada dia exposto aos esguichos de um simples “lava jato”;

Me sinto derrotado pelo sistema social colapsado que precisa de “pulissa” para se manter controlado. Sem os “homens da lei” e suas ameaças a urbanidade desaparece completamente – vide as cidades do Espírito Santo. Praças de guerra, cenas de filmes apocalípticos (...);

Me sinto derrotado pelo sistema educacional despreparado, ignorante e idólatra – ADORA OS NÚMEROS ESTATISTÍCOS, EM SUA MAIORIA FABRICADOS –, um sistema que não possui uma rede de diagnóstico precoce de alunos com índole criminosa – teríamos mais controle com um diagnóstico psicossocial eficiente. Mas não há interesse político de contratar mais psicólogos e assistentes sociais competentes para atender uma demanda cada vez maior de crianças marginais e ou em processo de marginalização (será que sabem o que significa o termo “marginal”?); O sistema educacional brasileiro tem formado péssimos profissionais, muitos desses “professores” tão marginais quanto seus alunos – vide os muitos relatos sobre professores que estupram (mesmo que consensualmente) alunos: meninas e meninos; Nós, Professores, também precisariam passar por exames psicológicos semestrais – no mínimo – para que a integridade nossa, dos alunos e das instituições seja mantida a Escola se torne realmente um lugar de preparo para o futuro;
(...)
Me sinto derrotado pelos sistemas religiosos alienados e desumanizados por Mamon – o deus do dinheiro. É triste admitir isso pois além de professor também sou pastor, acredito na salvação da humanidade, creio no amor como remédio milagroso, vivo a esperança de poder curar milagrosamente a mim e aos meus com atitudes e gestos de amor; talvez esse fato esteja me causando maior dor pois não vejo por perto nenhuma congregação da Grande Igreja de Jesus fazer trabalhos de apoio às escolas no tocante aos “alunos problema”, estão encastelados em seus templos, protegidos do fedor das gentes, tranquilamente acomodados em seus lugares – cativos – refrescando-se na potente central de ar-condicionado, (...);

Me sinto derrotado pelo sistema familiar fracassado que ainda tenta, de forma agoniada, se impor como o único modelo correto: pai, mãe e filhos. Esse modelo não existe mais! Mais da metade dos alunos da rede pública são filhos só de mãe, não conhecem seu genitor, ou foram paridos e dados para a vó, ou para a tia, ou para outra pessoa que os cria e trata como “filhos”, e que nos momentos de raiva, lançam no rosto desse, seu abandono; outro fato que é jogado pra baixo do tapete social é a violência sexual que nossas crianças sofrem dentro e fora casa. São meninas e meninos violentados sexualmente por seus genitores e/ou parentes (...), NÃO HÁ COMO UMA CRIANÇA VIOLENTADA SEXUALMENTE APRENDER MATEMÁTICA, PORTUGUÊS, HISTÓRIA, GEOGRAFIA (...), SABENDO QUE EM CASA HÁ UM TARADO DE PAU DURO LHE ESPERANDO. Não é ofensivo o que escrevo, é a verdade. E NÃO HÁ QUEM PROTEJA ESSAS CRIANÇAS! O sistema familiar tradicional não existe mais e isso precisa ser entendido. Os sistemas sociais, religiosos, educacionais e governamentais precisam sentar, conversar e achar uma solução para tratar o assunto sem exacerbações de qualquer dos lados.

Me sinto derrotado por minhas limitações, que são muitas. Poderia me acalmar com a justificativa que no ano passado dei aula para quase 1.000 alunos por semana e não havia, humanamente falando, a menor possibilidade de eu diagnosticar alguma personalidade marginal em meus alunos, mesmo buscando atentamente e empregando todo o conhecimento que “ser pastor” e o “mundo espiritual” me proporcionam; poderia me acalmar com esse fato, mas não posso. Não faz parte da minha índole “me entregar de mão beijada” para as situações adversas da vida. Creio que 90% das crianças da Rede pública podem ser salvas com mais atenção, mais amor e acima de tudo uma política educacional eficiente. Mas há os 10% (ou mais) que nunca serão alcançados por esse amor, por essa atenção, por esse bem; são crianças totalmente destruídas pelo vício em drogas – pasmem, pelas influências marginais existentes dentro do ambiente onde moram (...) e nas redondezas. Essas, INFELIZMENTE, precisam ser descartadas para que eu possa dar atenção aos que se querem salvar. É duro, mas é verdade, não sofro da síndrome de messias. NÃO QUERO SALVAR A TODOS, QUERO SALVAR AQUELES QUE QUEREM SER SALVOS. E por mais que isso me corte a alma e me perturbe o espírito. É assim que é, simples assim.
(...)
Não pense você que sou um ser humano perfeito (feito por completo); não sou. Acho que estou muito distante da perfeição predita nos Livros Sagrados e em especial na BÍBLIA. Sou impaciente, as vezes intolerante, outras vezes até irascível (...); não me engano. Sei exatamente quem e como sou. Mas nessa caminhada de vida a Misericórdia do Deus Supremo tem feito seu trabalho e muitas “falhas de sistema”, em mim, têm sido resolvidas, algumas que ainda não foram parecem estar sob controle, outras nem tanto, mas a vida segue e eu sigo com ela buscando diariamente melhorar minha existência como ser humano e salvar aqueles que comigo caminham seu caminho.
(...)
Oro para que mais pessoas se desassosseguem, se incomodem, e juntos possamos criar uma solução para o problema da marginalidade infantil aqui em Itacoatiara. É possível, isso já acontece em muitos interiores do Brasil, onde os professores resolveram “sair da caixa” e mandaram os sistemas educacional, religioso e político pra “tonga da mironga do caburetê”, fizeram a mudança acontecer.
Não acreditas!? Use a internet para o bem, deixe de assistir as novelas emburrecentes da Globo e seus BBBs idiotizantes, vá procurar solução para esse problema ele também é seu – ou será.
(...)
Que o SENHOR de MISERICÓRDIA atue no coração das mães, pais e familiares verdadeira enlutados por terem seus filhinhos presos por já serem assaltantes, por verem seus queridos – espero que realmente sejam – estarem à margem da sociedade, sendo marginais.


DEUS SEJA COM TODOS NÓS!