"Sempre fomos livres nas profundezas de nosso coração, totalmente livres, homens e mulheres.
Fomos escravos no mundo externo, mas homens e mulheres livres em nossa alma e espírito."
Maharal de Praga (1525-1609)

segunda-feira, 7 de julho de 2014

O SOFRIMENTO É PARA OS FILHOS

Continuando o estudo dos versos 27 a 33 do capítulo oito de Marcos, passo a você um resumido entendimento do que entendo sobre o texto em destaque. Devido estar em trânsito entre Itacoatiara/Manaus/Itacoatiara, estou postando esse artigo agora. Deus ilumine seu entendimento.

“Jesus e os alunos – discípulos – continuaram percorrendo as cidades de Cesareia de Filipe. No caminho, ele perguntou a eles: ‘Quem as pessoas dizem que eu sou?’. ‘Alguns dizem que você é João, o Imersor’, eles lhe disseram, ‘outros, que é Elias – Eliyahu –, e há quem afirme: um dos profetas’. ‘E vocês’, ele perguntou, ‘quem dizem que eu sou?’. Kefa respondeu: ‘Você é o Machiach – Messias’. Então Jesus os advertiu de que não dissessem nada, a ninguém, a seu respeito. Ele começou a lhes ensinar que o Filho do Homem deveria suportar muitos sofrimentos, ser rejeitado pelos anciãos, principais Sacerdotes e mestres da Torah. Após isso, seria morto, mas, depois de três dias, ressuscitaria. Ele lhes falou claramente sobre o assunto. Pedro o levou para o lado e começou a repreendê-lo. Entretanto, Jesus se virou e, olhando para os alunos – discípulos – repreendeu Pedro: ‘Afaste-se de mim, Satan! Seu raciocínio procede de uma perspectiva humana, e não do ponto de vista de Deus!’.”.
Marcos 8:27 a 33

Após pedir aos seus alunos que guardassem seu segredo como uma pérola preciosa, afirmando que esse “guardar segredo” lhes diferenciaria das demais pessoas, não, pelo que tinham por fora, mas pelo que eram por dentro, o Mestre passou a ensiná-los que o ser, fruto desse segredo, ao invés de se tornar alguém desejado pelas pessoas que esperam mudanças, passaria a ser rejeitado por todos.

Mas como pode ser isso? Como alguém que se tornaria o Messias esperado por todos, seria rejeitado? A resposta parece estar na maneira em que o ser humano, principalmente os religiosos veem ou esperam seus “escolhidos”. Nessa parte do ensino de Jesus ele se identifica como o “Filho do Homem”, no hebraico, “ben-hadam”, filho da humanidade – em tradução livre. Esse fruto da humanidade, que havia de “ser” o que “era”, o Messias prometido e esperado por todos, o agente de mudança social e religiosa tão desejado por todas as gerações, seria rejeitado e isso lhe traria muito sofrimento.

A teologia moderna é minimalista e orgânica. Ela trabalha para satisfazer as firulas, os hedonismos, os egoísmos, os selfs adoecidos. Essa teologia adoecida e adoecedora, tem a intenção de formar somente pessoas felizes, sem sofrimento, sem rejeição; ela prega e ensina uma prática de vida de aceitação popular pelo que se tem e não pelo que se é. As teologias modernas – todas elas – são contrárias ao ensino de Jesus. Elas não aceitam a rejeição, o sofrimento, a pobreza, a simplicidade, o pouco. Para essa teologia satânica o sofrimento é castigo de Deus, é ação do mal nas vidas dos sofridos. Pobreza então, nem se fala. Os enlouquecidos pela religião, agora dizem que os gordos estão possuídos pelo diabo. Quanta ignorância (...).

Mas o ensino de Jesus é diametralmente oposto a tudo isso. Ele diz que os filhos de Deus PRECISAM passar por sofrimentos. É o sofrimento que lapida o caráter, é o sofrimento que nos põe diante do espelho, é o sofrimento que nos mostra quem somos de verdade, é o sofrimento que nos presenteia com o prazer. Não há prazer sem dor, sem sofrimento. Entender isso faz uma grande diferença na forma com que tocamos nossa vida.

Jesus nos mostra de forma clara que todo filho de Deus – e naquele discurso, ele em primeiro lugar –, somos rejeitados pelos “donos da religião”. Os anciãos, os velhos que carregam em si toda a tradição do “pode/não pode”, rejeitam os filhos de Deus por acharem que são moderninhos demais para “cargo de ‘messias’”; Os “Principais Sacerdotes”, aqueles que detêm o “poder da palavra”, que pensam guardar em si o conhecimento das verdades espirituais, também rejeitam os filhos de Deus, porque possuem uma teologia simplista demais; os “mestres da torá”, ou “escribas”, “escritores”, também não querem nada com os filhos de Deus por entenderem que suas práticas de vida não merecem sequer registro (...).

Particularmente entendo perfeitamente o que é isso. Sei o que é sofrer por ser rejeitado por ser diferente. Não sei se isso me faz um filho de Deus, mas é muito dolorido ser rejeitado pela forma que penso, pelo que acredito, da forma que acredito, como vivo minha relação com o ETERNO. O livro que escrevi com a intenção de tirar o véu dos olhos das pessoas quanto ao dízimo, está sendo “mau visto” por todos que querem manter o povo debaixo do “cabresto das maldições” (...). Acredito que nossas escolhas por aquilo que entendemos ser verdade, e quando passamos a viver essas verdades sem sequer ter a necessidade de provar para ninguém que o que vivemos é verdade, faz a diferença em nossas vidas. Essa verdade que nos alimenta, é assim porque é mantida em segredo. Continuo falando, escrevendo, ensinando sobre a verdade porque fui designado por Deus para fazê-lo. Só isso.

Fico por aqui, pedindo que você tente achar nessas linhas algo que lhe permita entender um pouco mais os motivos dos sofrimentos que está passando.


Deus lhe abençoe.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

HOMENAGEM AO MESTRE E AMIGO PAULO ABREU

No meio da década de 80, fui estudar teologia em Mogi das Cruzes, hoje região metropolitana de São Paulo. Lá, em um internato teológico, conheci muita gente boa e outras mais ou menos. O ensino teológico era igual – como sempre é. Porém o ETERNO me presenteou com a mentoria de um sujeito que se tornou especial naquela época e depois.

Quando cheguei, uma semana antes do início das aulas, acabei participando como ouvinte, das aulas de mestrado e em conversas com os já pastores, passei a ser observado por esse amigo que me incentivou a ter coragem naquilo que eu cria.

Além de trabalhar na administração do seminário, ele também era professor de grego, psicologia pastoral, epístolas pastorais e livro de hebreus. Na primeira aula que tive com Paulo Abreu ouvi: “não quero que vocês aceitem, quero que vocês entendam”. Pronto meu cabeção explodiu. Eu só precisava entender as coisas, não tinha mais que aceitar nada.

O tempo passou e eu não voltei mais ao seminário. Desisti de ser pastor. Por diversas questões que estão presas ao passado, desisti mesmo. Porém nunca deixei de por em prática o que aprendi naquela primeira aula de grego, com Paulo Abreu.

Anteontem, quase 30 anos depois, com a ajuda da internet, reencontrei esse grande amigo. Muito tempo passou e DEUS, fez o que quis comigo. Como diz Jó, nenhum de Seus planos pode ser frustrado. O que ELE determina para a vida de suas criaturas se cumprirá e ponto. Agora sou teólogo formado, pastor ordenado, ser humano pecador inconteste e perdoado sempre em nome de Jesus. Minha forma de ver a vida, de compreender as coisas de Deus são todas pautadas naquela primeira aula com Paulo Abreu. No meu ensino, na “Casa de Ensino”, sempre repito a frase desse mestre sem igual para mim.

Concluo esse texto de agradecimento ao amigo Paulo Abreu, dizendo que aprendi direitinho sua mais importante aula de teologia. Entendi tudinho.

Obrigado, amigo.
Deus lhe abençoe imensamente.

Conte comigo.

domingo, 29 de junho de 2014

POR QUE A CASA CAI?

É interessante perceber a expressão das pessoas que momentaneamente se interessam pelo livro, quando leem “O DÍZIMO”, que é parte do título (...). Depois, conversando, quando falo que o livro tem a ver com família e não com dinheiro, eles “perdem” o interesse. Para mim, o motivo é claro: Dinheiro é mais importante que família. Mas não tiro uma vírgula do que escrevi sobre o dízimo. Dízimo tem a ver com família e não com dinheiro ou posses e prosperidade.

Família é a célula matriz da sociedade. Família sadia, sociedade sadia. Família enferma, sociedade enferma. Quando não há família, não há sociedade. Simples assim.

Jesus faz um alerta grave em relação a importância da família. Seu alerta tem a ver com ouvir e praticar o que ele ensina – escrevo no presente, pois ele está vivo – durante a vida. Esse comportamento: ouvir e praticar faz da família uma micro sociedade forte, capaz de enfrentar os problemas sérios e graves da vida e sobreviver, saudável e mais forte ainda. Vamos ao texto.

“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; e desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; e desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda." Mateus 7:24 a 27.

Como você pode ler de forma clara, por em prática “estas” palavras de Jesus é o que garante o alicerce da família. No texto, “casa” é família, moradia, lugar de abrigo (...). Quando o que ouvimos do Mestre, nos ensinos servidos nas congregações, (...) e não praticamos, não temos base para suportar as tragédias que irão fortalecer os laços familiares.

“Estas palavras”, a qual o Mestre se refere, é o texto imediatamente anterior:

“NÃO julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós.

E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, estando uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então cuidarás em tirar o argueiro do olho do teu irmão.

Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis aos porcos as vossas pérolas, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem.

Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á. E qual de entre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que lhe pedirem? Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas.

Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.

Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.

Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” Mateus 7:1 a 23.

Perceba que o que deve ser feito é cuidar do “outro”, do “próximo”, do familiar, da mesma forma que queremos ser cuidados, tratados, respeitados (...). Não adianta “cuidar bem dos de fora de casa” e deixar de cuidar dos que estão em casa. Esses que não cuidam dos familiares, mas dizem cuidar dos outros, são os falsos profetas, os falsos filhos de Deus, os falsos cristãos, que são facilmente reconhecidos por aquilo que falam. Fruto é palavra. Quando as palavras são doces para os que estão fora de casa, e azedas para os parentes, existe a falsidade. A esses, nem a realização dos milagres os faz participantes do Reino de Deus.

Reino de Deus é família, é cuidado, é atenção. Se não vivemos esse Reino dentro de casa, não viveremos fora dela.

Por que a casa cai? Por que as famílias se fragmentam cada vez mais rápido? Por que a sociedade está cada vez mais violenta e sem valores? Porque as palavras de Jesus não estão sendo postas em prática na vida de cada uma das pessoas que as ouve.

Pense nisso.
Eu estou pensando e não é pouco.


Deus lhe abençoe.

domingo, 22 de junho de 2014

O SEGREDO PARA UMA VIDA ESPIRITUAL É GUARDAR SEGREDO.



Continuando o estudo dos versos 27 a 33 do capítulo oito de Marcos, ficaremos no trecho em que Jesus pede segredo aos seus alunos.

“Jesus e os alunos – discípulos – continuaram percorrendo as cidades de Cesareia de Filipe. No caminho, ele perguntou a eles: ‘Quem as pessoas dizem que eu sou?’. ‘Alguns dizem que você é João, o Imersor’, eles lhe disseram, ‘outros, que é Elias – Eliyahu –, e há quem afirme: um dos profetas’. ‘E vocês’, ele perguntou, ‘quem dizem que eu sou?’. Kefa respondeu: ‘Você é o Machiach – Messias’. Então Jesus os advertiu de que não dissessem nada, a ninguém, a seu respeito. Ele começou a lhes ensinar que o Filho do Homem deveria suportar muitos sofrimentos, ser rejeitado pelos anciãos, principais Sacerdotes e mestres da Torah. Após isso, seria morto, mas, depois de três dias, ressuscitaria. Ele lhes falou claramente sobre o assunto. Pedro o levou para o lado e começou a repreendê-lo. Entretanto, Jesus se virou e, olhando para os alunos – discípulos – repreendeu Pedro: ‘Afaste-se de mim, Satan! Seu raciocínio procede de uma perspectiva humana, e não do ponto de vista de Deus!’.”.
Marcos 8:27 a 33

É no mínimo estranho aos nossos dias, que alguém tão importante, com uma missão não menos primordial para humanidade, pudesse pedir segredo de quem era. Essa atitude vem na contra mão do que temos visto e até aprendido em séculos de cristianismo. Mas qual seria o motivo que levou Jesus, o filho de Deus, advertir, chamar a atenção ao fato de que seus alunos deveriam, ao invés de alardear que ele, Jesus, seria o Messias que era, teriam de guardar esse fato como um segredo absoluto, pelo menos até sua ressurreição? Para mim, o fato parece simples.

Antes de expor meu entendimento quanto a isso, preciso apresentar outro algo que julgo ser importante a quem está ligado aos estudos que temos feito.

Enquanto estava distribuindo o original do livro “Minha Verdade Sobre o Dízimo”, para que alguns amigos queridos contribuíssem com uma revisão, um acréscimo, (...), algo que pudesse enriquecer o texto, fui abordado por um deles – que por ética não terá seu nome citado – que externou sua preocupação quanto a parte do título do livro. Ele preocupava-se com o termo “verdade”. Sua preocupação é completamente pertinente, até porque o que aprendemos nas escolas religiosas que frequentamos, tanto para aprender quanto para ensinar, nos dá conta de que a “verdade” é Jesus. Em sendo assim, eu, Alexandre Rocha, não “poderia” ter “a minha verdade...”. É realmente pertinente essa preocupação. Porém nesses poucos anos de ministério, e outros mais, numa relação intensa, intima e absoluta com o ETERNO, cheguei a uma conclusão que em nada se difere da afirmação de Jesus encontrada no evangelho de João, capítulo 14, verso seis: “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.”.

Jesus É realmente a verdade da raça humana na relação com Deus, Ele é nossa dízima, nosso maasser; é ele quem dizima, acaba, extermina toda animosidade, toda inimizade, todo estado de guerra entre Deus e nós. É ele com seu sacrifício voluntário e pacífico quem nos devolve o estado de Paz. Sem isso não podemos chegar a Deus, não podemos chegar a ser filhos de Deus.

Esse é o segredo que Jesus pede que seja guardado: SER FILHO DE DEUS. Esse é o segredo.

Quando o Mestre confrontou seus alunos com a questão sobre o que eles pensavam a seu respeito e obtém as mais diversas respostas, entre elas a revelada pelo Espírito Santo ao impetuoso Kefa – Pedro –, e pediu que a resposta verdadeira de Pedro fosse mantida em segredo, ele estava dizendo que todo segredo é sagrado. É sagrado porque é precioso e tudo que é precioso é um tesouro e onde está nosso tesouro, lá está nosso coração.

Porém o mais importante no ensino de Jesus é que quando um segredo é guardado em nós, nos tornamos o que guardamos. Era esse o segredo. GUARDAR O SEGREDO DE QUE JESUS ERA O MESSIAS QUE SERIA, LHES TORNARIA TAMBÉM MESSIAS. OU SEJA, FILHOS DE DEUS.

Esse é o segredo. Quando guardamos para nós, em nossa vida, em nosso coração a verdade de que Jesus é o Filho de Deus, passamos a também ser filhos de Deus. E a mecânica é simples: aquilo que guardamos como algo precioso, gera em nós a vontade de externar o que está escondido em nós, porque temos uma necessidade intrínseca de mostrar para os outros, o que temos. Quando guardamos o segredo sobre o filho de Deus em nós, para externar esse segredo, acabamos por nos transformar nesse filho escondido em nós.

É interessante esse mecanismo usado por Jesus para nos transformar em Filhos de Deus. GUARDANDO O SEGREDO SOBRE ELE, NOS TORNAMOS AQUILO QUE ELE É.

Para saber se o que afirmo é verdade, você tem de fazer a experiência.

Essa é uma das razões que o Mestre adverte seus alunos para não darem suas pérolas aos porcos. Pérola é tesouro, é algo precioso, e o relacionamento íntimo com Deus, é SUA VERDADE e não a minha ou de quem quer que seja.

Nossas verdades são nossas, são individuais, não são coletivas.

Nenhuma verdade coletiva é verdadeira; nenhuma verdade coletiva liberta; nenhuma verdade coletiva se torna instrumento de salvação; nenhuma verdade coletiva se torna pérola; nenhuma verdade coletiva vira tesouro; nenhuma verdade coletiva é segredo. Nenhuma verdade coletiva é sagrada.

Somente as verdades individuais, secretas, íntimas são sagradas. Somente o segredo é sagrado.

São seus segredos com o Senhor que lhe tornam sagrado, santo, diferente das demais pessoas, dos demais filhos. Somente seus segredos é que fazem a diferença na sua vida.

Pense nisso. Guarde segredo disso.


Deus lhe abençoe.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

AMAR O “PRÓXIMO” BONZINHO É FÁCIL...

É realmente desconcertante quando nos deparamos com as verdades simples de uma vida espiritual autêntica. Como pastor, vejo que muitos de meus amigos de ministério, parecem fazer vista grossa aos ensinos simples de Jesus, preferindo o rebuscado teológico, como se desejassem fugir da simplicidade do ensino do Mestre. Quando nós pastores negamos tal simplicidade, passamos a ensinar as dificuldades, que geram uma impossibilidade de vida.

Itacoatiara foi abalada com a notícia de que uma adolescente, ou mocinha – não sei a idade dela –, abandonou seu bebê, recém-nascido, em um terreno. Descoberto o bebê foi salvo e com o trabalho de investigação da polícia, a mãe que abandonou a criança foi encontrada e está presa. Até ai, “tudo bem”. Porém o que me chocou – honestamente falando – foi ler postagens de pessoas que se identificam como cristãs, evangélicas ou católicas, tratando tal moça como um verdadeiro monstro.

Não estou defendendo a moça que abandonou seu filho recém-nascido, estou chamando a atenção para o comportamento não natural daqueles que se dizem “filhos de Deus”. Será que se esses acusadores, pudessem por 60 segundos, um minuto, se verem como Deus os vê, sem máscaras, sem cenas, sem escamas (...), será que se perdoariam pelo que fazem, pensam, dizem? Não sei. Julgar os outros é muito fácil. Eu não abandonaria um filho recém-nascido, mas na minha juventude impedi que eles viessem a nascer (...), nunca ninguém descobriu – porque nunca contei (...) até agora, em parte. (...). Meu divórcio deixou meus filhos sem pai, muito cedo (...). Mas não fui preso por isso. Então, eu, pastor, servo de Deus, conhecedor da verdade que liberta, um ser sedento pelas revelações Divinas, não tenho capacidade nenhuma, moral nenhuma de condenar essa moça, mais do que ela mesma se condenou, quando abandonou o filho de suas entranhas.

A foto dela, com o número de seu celular estão sendo expostos nas redes sociais, como se fossem um troféu. Quanta covardia, quanta falta de misericórdia. É o que penso. Antes de julgarmos, de agirmos como juízes de nossos semelhantes, devemos pensar no sentimento desses. Mesmo que pareçam monstros, muitas vezes são vítimas. Não pensem que sou um doce de pessoa, não sou, eu mataria qualquer um para defender minha família, meus filhos, meus pais. Sem sombra de dúvida eu defendo os meus com minha vida. Precisamos pensar na hora de execrar alguém pela internet.

Quantos dos cristãos que estão revoltados com o que essa menina fez, teriam a coragem de seguir o simples conselho de Jesus, exercerem a misericórdia para com essa menina que, penso eu, num momento de desespero abandonou o “objeto” de sua angústia? Quantos dos que se dizem cristãos seriam capazes de ir visitar essa menina na cadeia para tentar minimizar o sofrimento dela?

Permitam-me lembra-los o que Jesus disse:
"E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.
Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes. Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim. E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna." Mateus 25:31 a 46.

Se você se diz cristão, pare de veicular a foto dessa pobre garota, respeitem tudo que a envolve. Ponham-se no lugar dela. Pelo menos tentem.

É mais fácil ser religioso que ser Filho de Deus.


Pense nisso.

terça-feira, 17 de junho de 2014

HOJE É DIA DE NATH CARVALHO



Hoje minha primogênita completa 20 anos. Sou apaixonado por ela – como sou por todos os filhos que tenho. Por culpa minha, somente minha, não participei de sua história como gostaria de ter feito, e como deveria ter feito. Mas isso levarei para o túmulo comigo, afinal, a vida não é um mar de rosas.

Nath não gosta muito de se expor, nem de ser exposta, por isso resumirei tudo em respeito a ela. Mas tenho muito orgulho dessa mulher que é minha filha. Uma excelente profissional, fotógrafa de mão cheia, trilha seu caminho sem usar o nome profissional do pai. Isso me orgulha, pois mostra o quanto ela busca seu espaço profissional. O irmão Thiago da mesma forma. Excelentes profissionais independentes do pai deles.

Minha filha é Nathalia de Carvalho Rocha, minha primogênita, minha linda, meu orgulho.

Não tenho do que reclamar de meus filhos. Só tenho a agradecer ao ETERNO por sua misericórdia infinita – eterna como Ele é Eterno. Tenho quatro filhos maravilhosos, Thiago de Carvalho Rocha que completou no dia 8 de maio, 22 anos; Nathalia de Carvalho Rocha, que hoje completa 20 anos – esses presentes de Lilian Regina. Milena da Silva Rocha, que completará 15 anos em setembro e Guilherme da Silva Rocha que completará 13 em novembro – esses presentes de Marilena de Araújo. Sou grato a Deus por meus filhos e por suas mães. Só eu e DEUS sabemos o quanto você são importantes para mim. Mas hoje... Hoje é dia de NATH CARVALHO.

Te amo filha.

Deus seja contigo sempre.

domingo, 15 de junho de 2014

AMOR... ATÉ O MUNDO ACABAR...


Na noite de lançamento do livro "Minha Verdade Sobre o Dízimo", na companhia da filha Milena Rocha. Foi muito bom.

O livro já está à venda, basta pedir pelo fones: (92) 9202-4186, (92)8255-1463, ou pelos emails: pr.alexandrerocha@gmail.com e casadensino@gmail.com.

Valor R$ 20,00 mais despesas de correio (para fora de Itacoatiara);
Forma de pagamento: depósito em conta.

Favorecido: Alexandre de Oliveira Rocha
Agência: 1548 (Caixa Econômica); Conta: 031219-8; Operação: 013 (Poupança).

domingo, 1 de junho de 2014

QUEM VOCÊ ESTÁ VENDO EM JESUS



Estudando sobre o texto abaixo, me deparei com uma série de notícias, comentários, posts (...), em fim, uma diversidade enorme de fontes que notificam a tentativa de exterminar os valores familiares com a imposição de uma cultura sócio-política homo-afetivizante, ao mesmo tempo que prega abertamente o racismo contra os homossexuais. Não obstante tudo isso, também me deparei com a não novidade dos grupos religiosos que se arvoram a “dominadores de Deus”. Estes, “mandam” e “desmandam”, determinam que o Eterno, o Criador de tudo que existe, tudo que é visível e invisível, lhes atenda os desejos. Diante disso tudo o estudo de hoje ganhou novas cores. Vamos ao texto de hoje:

“Jesus e os alunos – discípulos – continuaram percorrendo as cidades de Cesareia de Filipe. No caminho, ele perguntou a eles: ‘Quem as pessoas dizem que eu sou?’. ‘Alguns dizem que você é João, o Imersor’, eles lhe disseram, ‘outros, que é Elias – Eliyahu –, e há quem afirme: um dos profetas’. ‘E vocês’, ele perguntou, ‘quem dizem que eu sou?’. Kefa respondeu: ‘Você é o Machiach – Messias’. Então Jesus os advertiu de que não dissessem nada, a ninguém, a seu respeito. Ele começou a lhes ensinar que o Filho do Homem deveria suportar muitos sofrimentos, ser rejeitado pelos anciãos, principais Sacerdotes e mestres da Torah. Após isso, seria morto, mas, depois de três dias, ressuscitaria. Ele lhes falou claramente sobre o assunto. Pedro o levou para o lado e começou a repreendê-lo. Entretanto, Jesus se virou e, olhando para os alunos – discípulos – repreendeu Pedro: ‘Afaste-se de mim, Satan! Seu raciocínio procede de uma perspectiva humana, e não do ponto de vista de Deus!’.”.
Marcos 8:27 a 33

A pergunta de Jesus é perfeita para definir o que a sociedade mundial pensa hoje: “QUEM as pessoas dizem que eu sou?” É perfeita porque essa sociedade adoecida está perdendo sua identidade, está perdendo de vista quem ela é realmente. No mundo globalizante, ter uma máscara, uma “nova” cara, um “novo” jeito, uma “nova” forma, um perfil, é mais importante que ser quem se é. Tem sido preferível agir de forma aparente e politicamente correta, que agir simples e corretamente. A pergunta de Jesus é perfeita porque expõe o verdadeiro sentimento e a verdadeira crença daqueles que se dizem seus alunos.

No texto, aqueles alunos dão a outras pessoas, a autoria do que eles mesmos acreditam: “uns dizem que és João, outros dizem que és Elias; outros dizem que és qualquer dos profetas”. Dar aos outros de nós o “mérito” pelo que cremos em nós, é prática milenar como se pode observar. Mas nem por isso é uma prática correta. “Quem sou eu?” Jesus pergunta! “Quem sou eu para você?”.

Quando o Mestre faz essa pergunta, ele nos questiona quem estamos vendo nele, quem achamos que ele é, quem pensamos que ele seja. Quando Jesus perguntou isso aos seus alunos – da mesma maneira que pergunta hoje – ele quer saber quem estamos vendo nele.

Para o povo Judeu, o Messias é uma pessoa especial, que “surge” em uma ocasião especial, com uma função especial e com aptidões especiais, para dizer o mínimo. O Messias é também o próprio Eterno, pois ele carrega em si, resposta as preces feitas ao Pai. Sendo então o representante da vontade misericordiosa do Eterno Misericordioso e Justo, o Messias torna-se filho legítimo de ADONAI – Bendito seja ELE. É isso que Jesus pergunta aos seus alunos, ontem e hoje.

“Quem dizem que eu sou?”, “Quem, vêm em mim?”

Quem você diz que Jesus é? Quem você vê em Jesus? Um homem bom, que lhe socorre nos momentos de angustia e dor?; Um profeta vociferante, a quem você busca para “apanhar” como forma de penitência por seus erros crônicos?; Um homem justo que dá a devida paga aos que merecem?; Um garoto de recados, de seres humanos recalcados que esbravejam suas determinações imbecis usando seu nome?;Quem é Jesus para você? Quem é que você vê em Jesus?

Em meio aos alunos, que naquele dia – a mais de dois mil anos atrás – estavam batendo cabeça para identificar teologicamente, filosoficamente, religiosamente, quem era Jesus; Pedro, o afoito de todos, identificou seu mestre em si mesmo. Ele enxergou o PAI, o Eterno, no Filho limitado. Ele viu ADONAI em Yeshua. Benditos sejam. Sem titubear ele afirmou: “Tu és o Messias.” No relato escrito pelo levita Mateus, no capítulo 16, existe o acréscimo: “... o filho vivo de Deus ...”, ou como conhecemos comumente, “... o filho do Deus vivo...”. Pedro identificou o Santo dentro do ser humano, identificou o sopro primordial, identificou o dito Divino do princípio de tudo: “... e sejam eles, nossa imagem e semelhança...”. Foi “isso” que Pedro viu. É nessa absoluta revelação espiritual, condensada na fração dos segundos eternos das palavras pronunciadas por aquele pescador, que está à verdade absoluta da resposta desejada por Jesus. TU ÉS AQUILO QUE SERÁS!

Ninguém “será” nada, se não “já for”, antes que “se torne”, aquilo que é.

Pedro, por revelação do Espírito Santo, vê o que Jesus é, antes que ele se torne. E é em Romanos, capítulo um, verso quatro, que encontramos essa desconcertante verdade: “... declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito Santo, por meio da ressurreição dos mortos, Jesus, O Messias, nosso Senhor...”. Essa estonteante e desconcertante verdade assusta e ao mesmo tempo alegra o coração deste pecador que escreve este artigo. PEDRO VIU EM JESUS, QUEM ELE SERIA. Paulo confirma essa declaração alguns anos depois.

Mas por que Pedro viu em Jesus, aquilo que ele seria?

Toda revelação é um contexto futuro, embutido em um pedaço do presente. Sem a observação da totalidade da realidade, essa revelação se perde ou vira premonição. Naquele momento, o Eterno, revelou pelo Espírito Santo, que Jesus cumpriria a principal das profecias para se tornar filho de Deus, o Messias: BeRêSHIT (bereshit).

Esse termo hebraico que se tornou uma das mais mal traduzidas palavras da Bíblia, é na verdade a primeira profecia sobre o Messias. “Com (Be), [o] Cabeça (Rosh), [no] madeiro (IT – redução de IaTeD)” Deus criou seus filhos.

Acredito que você possa nunca ter recebido essa informação, da maneira que está recebendo agora. E acredite, por mais estranha que ela pareça, é assim que é. Entrarei em detalhes em outras publicações, ainda com base nesse trecho de Marcos.

Aceitando você ou não, Pedro viu, identificou Jesus como sendo o Messias, mas não entendeu o que era necessário Jesus fazer para ser de fato o Messias, o filho da raça humana. O filho do homem, prometido como Salvador.

Termino essa primeira parte do estudo perguntando: Quem é Jesus para você? Quem você está vendo em Jesus?

Pense nisso.

Deus lhe abençoe.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

BENDITO SEJA ELE

Ter o ETERNO, como Senhor da existência pode até parecer fácil, e até o é. Mas para que esse comportamento se torne fácil, como deve ser, se faz necessário uma certeza absoluta, e essa sim, só é fácil para quem sabe de onde vem o socorro, para quem realmente sabe que ELE existe e é recompensador de quem tem medo d’Ele.

Não tenho muito a falar hoje, quero apenas repartir com você um dos Salmos da leitura diária, o de número 146. Ao ler esse Salmo, minha alma se encheu do silencioso som que somente a verdade pode produzir dentro de quem a busca e a encontra. Um barulho ensurdecedor, tão grande que fica difícil desdobra-lo em palavras. Mas é um barulho silente, íntimo, absurdamente quieto.

Deixo o Salmo para sua meditação.
Com as Bênçãos do ETERNO.

“Halleluyah! (Bendito sela ELE!)

Louve a ADONAI, minha alma!
Louvarei ADONAI enquanto eu viver.
Cantarei louvores a meu Deus toda a minha vida.

Não ponha sua confiança em príncipes ou em mortais, que não podem socorrer.
Quando dão seu último suspiro, voltam ao pó, e naquele mesmo momento todos os seus planos se vão.

Feliz aquele cujo socorro é o Deus de Ya’akov, cuja esperança está em ADONAI, seu Deus.
Ele fez o céu e a terra, o mar e todas as coisas nele, e mantém Sua fidelidade para sempre.

Assegura a justiça para o oprimido e dá alimento ao faminto.
ADONAI liberta os prisioneiros.
ADONAI abre os olhos dos cegos.
ADONAI levanta os que estão desfalecidos.
ADONAI ama o justo.
ADONAI protege os estrangeiros e sustenta o órfão e a viúva, mas o caminho do ímpio, ele transtorna.

ADONAI reinará para sempre; seu Deus, Tziyon, por todas as gerações.

Halleluyah! (Bendito sela ELE!)”


domingo, 18 de maio de 2014

CEGO, É QUEM NÃO QUER ENXERGAR.



“Eles chegaram a Beit-Tzaidah. Algumas pessoas lhe trouxeram um cego e imploraram que Yeshua tocasse nele. 23 Tomando o cego pela mão, ele o levou para fora da cidade. Cuspiu em seus olhos, pôs as mãos sobre o homem e lhe perguntou: ‘Você vê algo?’. O homem olhou para cima e disse: ‘Vejo pessoas, mas elas se parecem com árvores em movimento’. 25 Então Jesus colocou as mãos sobre os olhos do homem outra vez. Ele fixou os olhos, e sua visão foi restaurada, podendo enxergar tudo com nitidez. Jesus o mandou para casa com as seguintes palavras: ‘Não vá à cidade’. Marcos 8:22 a 26

Depois do episódio do “fermento”, todos chegaram à “Casa da Provisão” – Beit-Tzaidah – e logo que Jesus desembarcou, as pessoas lhe apresentaram um cego. Queriam que Jesus lhe tocasse para que ficasse curado. Mas ao contrário do desejo popular, Ele arrasta o cego pela mão, o leva para fora da cidade e cospe-lhe na cara. Ou como preferem alguns, nos olhos.

O relato é no mínimo interessante, pois o diálogo é singular e no mínimo estranho. Depois de cuspir na cara de um cego, aparentemente desconhecido, Jesus parece limpar a saliva com a mão e perguntar se ele, o cego, estava vendo algo. Para a surpresa de quem lê o texto, o enfermo visual “enxerga pouco”, “... homens parecendo árvores andando ...”. É estranho perceber que aquele cego sabia o que era uma árvore e o que era uma pessoa andando. Entendo que tudo indica, que ele, o cego, era um pilantra. Sua cegueira era moral, não física.

O termo hebraico usado para o momento que Jesus o “leva” para fora da cidade é “ferir”. Parece que ele foi arrastado com força por Jesus para fora do convívio das pessoas.

Depois de curar o “cego”, Jesus o manda pra casa, e diz para que ele não voltasse para a cidade. Esse fato reforça a ideia de que ele não era realmente cego, e que estava usando a credulidade e a misericórdia das pessoas que por ali passavam, para “ganhar dinheiro ilicitamente”, se fazendo de cego.

Cuspir na cara de alguém, em qualquer tempo, é ato de ofensa, e de desprezo pelo ato cometido pela pessoa que recebeu a cusparada. Acredito que distante de ser um ritual de cura, Jesus estava repreendendo o mentiroso que se fazia de cego. Porém, cheio de Graça e de Sabedoria, o Mestre Supremo, o Conselheiro Maravilhoso não expôs o enganador. Ele o curou de sua enfermidade moral, de sua cegueira moral, ele o fez ver a verdade. “Volte para sua casa, para sua família” disse Jesus.

Quantas vezes estamos diante da verdade, diante do que nos livra do mal, diante da bondade a ser feita, diante do respeito a ser exercido, diante do livramento a ser assumido, mas não enxergamos? Quantas vezes estamos cegos para a verdade, nos escondendo atrás de nossos desejos, de nossas manias, de nossos vícios, de nossas religiosidades, de nós mesmos. Quantas vezes estamos cegos para os caminhos alternativos que se apresentam diante dos nossos olhos, mas não conseguimos enxerga-los porque estamos com o olhar fixo em um determinado ponto, a ponto de nos cegarmos para tudo mais, que está ao nosso redor.

Não voltar para a “cidade”, é não voltar a praticar o que praticávamos antes de olhar e ver a verdade. Pessoas não são árvores, são pessoas. Árvores são árvores e pessoas são pessoas. Não tente enganar ninguém, dizendo pra si mesmo, ou pra seu Salvador que está vendo pessoas como se fossem árvores andando. Não seja tolo. Enxergue a verdade e volte para sua família.

Não pense que sou perfeito, que não tenho cometido pecados, que não tenho me cegado para as verdades bíblicas. Tenho feito isso, mas me sinto incomodado, me perturba a falta de dor que certos comportamentos me proporcionam. Peço todos os dias, muitas vezes em lágrimas, que o Eterno, o Deus de toda a terra, não me cegue, não me torne surdo, não me endureça o coração. Isso seria o meu fim, a maior de todas as tragédias familiares que eu poderia promover.

Nós, cegos morais, emocionais, e intelectuais, precisamos receber todos os dias, cusparadas em nossa cara, para sabermos que Jesus é o salvador, que Ele é quem nos garante uma vida eterna com o Pai Eterno.


Pense nisso. Enxergue. Volte pra casa, não para a cidade.

VEJAM, ESCUTEM E COMPREENDAM: LEVEM SEMPRE O MILAGRE NA VIAGEM.



“Os alunos – discípulos – esqueceram de trazer pães consigo, e no barco havia apenas um pão. Então Jesus lhes disse: ‘Cuidado! Evitem o hametz dos p'rushim – fariseus – e o hametz de Herodes’. Eles pensaram que Jesus lhes dissera isso por não terem pães. Sabendo, porém, o que pensavam, disse-Ihes: ‘Por que vocês estão falando entre si que não têm pães? Ainda não percebem nem compreendem? O coração de vocês está empedernido? Têm olhos, mas não vêem? Têm ouvidos, mas não ouvem? Vocês não se lembram? Quando reparti os cinco pães para os cinco mil, quantos cestos cheios de sobras vocês recolheram?’. ‘Doze’, eles responderam. ‘E quando reparti os sete pães para os quatro mil, vocês recolheram quantos cestos cheios de sobras?’. ‘Sete’, responderam. Jesus lhes disse: ‘E vocês ainda não compreendem?’. Marcos 8:14 a 21

“Hametz” não é fermento, é massa já fermentada, matéria já contaminada. É contra isso que Jesus fala com severidade aos seus alunos, novamente em um barco, viajando para o outro lado da existência. Aqueles homens estavam preocupados com o que iriam comer, já que, por desatenção, haviam esquecido os pães do milagre. Com sete cestos cheios de pães e peixes milagrosamente divididos, eles não levaram consigo “umzinho” sequer. Deixaram todo o milagre pra trás. No barco da vida, eles estavam conjecturando entre si, o que comeriam na “viagem”.

Se você parar para pensar no que esta sendo relatado no texto de Marcos, verá que é um contrassenso, comum a todos que põem em primeiro lugar as dificuldades e os desejos, esquecendo dos milagres. Fazer a viagem da vida sem tem na mente os milagres que nos levaram até o ponto em que estamos é perder – ou não ter – a confiança no Deus Eterno e em sua Providência Divina. Ficar preocupado com o que “comer” e o que “vestir” é perder de vista que valemos mais que passarinhos e flores. Manter viva a lembrança dos milagres, na mente e no coração, é tarefa diária.

Quando Jesus repreende seus alunos para não “comerem” do “pão contaminado”, pela massa já fermentada, pelos fariseus, ele estava dizendo que não devemos cair na tentação de “pedir um sinal” para sabermos que somos mais importantes que passarinhos e flores. Ele estava dizendo que não podemos lançar mão da religiosidade insana, não aceitando o estado em que estamos, nem propagarmos em “microfones”, que “não aceitamos esse estado, ó senhor....”. Isso é uma grande tolice e mostra o quanto não conhecemos a Verdade Celestial. Não comer “pão contaminado” pela religião – fariseus – é dizer a todos que o pão que nos alimenta é fruto de milagre.

Quanto ao “pão contaminado” pelo “fermento de Herodes”, tem haver com a segurança que o prazer físico nos proporciona. Se lembrarmos do episódio, em que Herodes é mencionado, no livro de Marcos, veremos que ele, usou do seu poder para presentear a filha de sua amante com a vida de um profeta. Ele, Herodes, desejou possuir sexualmente a jovem Herodias, sua sobrinha, e todo desejo sexual não satisfeito, cega e mata. Foi o que aconteceu. Herodes, contaminado por um desejo sexual incontrolável, e cheio de poder, mandou matar para satisfazer tais desejos.

Jesus alerta a todos que querem lhe seguir que devemos carregar o que nos mata, seja religião, sexo ou poder. Naquele momento o Mestre disse que seus discípulos não poderiam, de maneira nenhuma, “comer” do “pão contaminado” com o poder e com o sexo descontrolado. Simples assim.

Nenhum Filho de Deus pode ser controlado pelo sentimento de poder, nem pelo desejo sexual desenfreado, muito menos por uma religiosidade sem a Verdade. Na caminhada da existência temos de carregar, principalmente os milagres eu nos alimentam. Os problemas, já estão conosco.

Termino esse artigo com um texto do rabino Bonder:

‘Certa vez um homem procurou o Rabino Itschak laakov de Lublin, o vidente de Lublin, suplicando que o ajudasse a se ver livre de pensamentos estranhos que, como intrusos, atrapalhavam sua meditação e oração. Não importa o quanto tentasse ter apenas pensamentos puros e sagrados, era invadido por pensamentos de inveja, ganância, fome e sexo que o distraíam.

‘Sábio, de onde esses pensamentos surgem? Quem os está colocando em minha mente? Que força perversa está tentando atrapalhar minhas orações e enganar meu coração?’

O sábio tomou o homem pelos ombros e ordenou que se tranquilizasse.

‘Não acredito que estes sejam ‘pensamentos estranhos’. Talvez existam algumas poucas almas sagradas para quem pensamentos como os seus sejam estranhos. Mas seus pensamentos nada mais são do que seus pensamentos; nada diferente dos meus e em nada especiais. A quem você deseja atribuir esses pensamentos?’

O Rabino Rami Shapiro faz uma magistral interpretação dessa história:

Imaginamos que exista algo sagrado que seja diferente das coisas ordinárias, mundanas. Fantasiamos que exista uma outra maneira de pensar diferente da que praticamos a todo o momento e que nos eleva para além de nossa vida ordinária. Mas isso não existe; apenas pensamentos mundanos que vão e vêm, surgem e desaparecem a cada momento.

O sagrado não tem a ver com a eliminação de pensamentos e, sim, com a clarificação de visões. Certamente, não tem a ver com a busca de um culpado externo que possamos acusar por nossos pensamentos. Infelizmente, muitas formas religiosas em nosso tempo buscam ‘demônios’ e forças externas para culpá-los por nossos ‘pensamentos estranhos’. Isso não é ir ao encontro do sagrado, muito pelo contrário, é seu oposto. A busca do sagrado se encontra em assumirmos a responsabilidade por quem somos, por nossos atos e nossos pensamentos.

É comum acreditarmos que, se pudermos ‘exorcizar’ certos pensamentos, seremos imediatamente preenchidos pelo sagrado e pela graça divina. Muitas vezes nos comportamos como esse homem da história, que culpa os nossos desejos pelos nossos sofrimentos e fracassos. Mas isso não é real. O desejo é apenas um sentimento como outros que acreditamos ‘puros’, como o amor e a compaixão. O desejo é um sentimento e, como tal, não pode ser controlado. Os sentimentos não podem ser eliminados e muito menos percebidos como ‘estranhos’. É claro que não precisamos fazer dos sentimentos os únicos determinantes de nosso comportamento. Devemos buscar fazer de nossos “valores” os determinantes de nosso comportamento.

O que vemos na história é que o sábio alerta para o fato de que não são os sentimentos que controlamos, mas nossa conduta. Não existe nenhuma forma de pensamento que seja ‘estranha’. Se ele foi pensado, ele é seu. Algo promoveu este pensamento e assumi-lo é sinal de maturidade. Ele revela algo, mas não necessariamente dita o que devemos fazer. Entre o pensamento e a ação, há a decisão, o livre-arbítrio.”

Fronteiras da Inteligência,
Senso de autovalor - Somos melhores e piores do que nos imaginamos.

Pense, medite. Veja, ouça e compreenda. Leve sempre na viagem da existência, os milagres.


Deus abençoe.

domingo, 4 de maio de 2014

NEM SINAL.

“Os p'rushim – fariseus – vieram e começaram a discutir com ele. Queriam que lhes desse um sinal do céu, por desejarem pô-lo à prova. Suspirando profundamente, Yeshua – Jesus – respondeu: ‘Por que esta geração deseja um sinal? Sim! Eu lhes digo, nenhum sinal lhe será dado!’. Logo após, ele os deixou, entrou novamente no barco e partiu para a outra margem do lago.” – Marcos 8:11 a 13.

No episódio imediatamente anterior, Jesus havia dividido poucos pães com uma multidão de mais de quatro mil pessoas. Ao contrário da “outra multiplicação de pães”, nessa, Ele havia provocado o milagre da divisão por entender que não havia realmente comida. Maior sinal que esse? Não era preciso.

Mas a religião e os religiosos não catalogaram e classificaram o que é e o que não é milagre. Para todos os meramente religiosos, alimentar famintos, dividir o pão com quem tem fome não é milagre. Nunca foi e nunca será. Para a religião o milagre seria se os próprios anjos de Deus viessem com cestos de ouro ornados com pedras preciosas e entupidos de maná celeste e servissem somente aos aptos para receber o milagre. Religioso pede sinal porque não enxerga o milagre que está na sua cara, na sua frente, diante de seus olhos. Mas ele, o religioso, não enxerga. Não enxerga porque não vê. Tem o coração endurecido pelo cimento da religião, está empedernido, petrificado.

A religião nos ensina que precisamos por o Eterno à prova, a religião ensina que precisamos duvidar de tudo e de todos; a religião nos ensina que as ações do Espírito Santo devem ser precedidas de algum “toque especial”. Tudo mentira.

A religião provoca em seus seguidores o fanatismo. Rabi Bonder diz que:

O fanatismo e o consumismo são lados de uma mesma moeda (...). A fonte do desejo de poder é o controle. Precisamos de controle para deter a morte. Este é o sonho messiânico de tantas correntes que expressam ignorância espiritual. A espera de que a realidade se resuma um dia às certezas é o desejo mais cruel com que convivemos. (...) O fanatismo e o consumo querem ‘colocar para dentro’ o que é externo, o primeiro pela certeza e o segundo pela posse. (...) O fanatismo privilegia a resposta, até porque se esqueceu da pergunta ou porque deliberadamente quer se ver livre da pergunta. O fanatismo quer por outra via da certeza fazer o que a ciência acalenta como agenda oculta: o controle.” 1

Foi por isso que aqueles religiosos conhecidos por nós como Fariseus pediam um sinal. Eles queriam controlar o milagre. Eles queriam controlar o “fazedor de milagres”.

Nós também agimos assim quando nos prendemos na religião para credenciar nossos milagres. Também queremos que nossas crenças nos conceitos religiosos credenciem os milagres que buscamos receber. Nossa falta de visão espiritual nos impede de enxergar o que está diante dos nossos olhos.

Quantas vezes uma enfermidade é o milagre? Quantas vezes a dor é o milagre? Quantas vezes a ausência é o milagre? Quantas vezes a perda é o milagre? Mas nosso olhar religioso não nos permite ver o MILAGRE quando ele está diante de nós, queremos um sinal, uma mostra de que aquele milagre é certamente um milagre.

Os sinais que se procuram não veem do Céu, nem de Deus, eles são provenientes da intelectualidade, da reles intelectualidade – seja ela em qualquer nível – humana. Queremos entender os mecanismos do milagre e o sinal, é esse mecanismo, que transforma o Divino em humano, o Incontrolável e controlado. O sinal que se procura pode estar na forma de um diploma, de carteira, de um título, de poder, do dinheiro, dos elogios (...).

A NECESSIDADE DE UM SINAL É PRODUTO DA FALTA DE CONFIANÇA EM DEUS. É PRODUTO DO TOTAL DESCONHECIMENTO DE QUEM É O CRIADOR DE TUDO.

Termino este texto reproduzindo trechos do Rebe Bonder:

“Em vez de um processo de vida que oferte gradativamente medos, desconfianças e confusões em altares, seus conceitos se baseiam em banir, suprimir ou exorcizar. O extremo oposto da espiritualidade não é o materialismo ou a ciência, mas o fanatismo. Como o Haf etz Chaim afirmou: ‘Com fé, não há perguntas; sem fé não há respostas.’ Há um paradoxo que, existindo sob tensão, é talvez o mais importante instrumento para lermos a realidade. A perda dessa tensão, no entanto, produz as respostas sem perguntas que a fé do fanático institui, ou as perguntas sem respostas que a ausência de fé da ciência institui. As dúvidas aplicadas às dúvidas geram verdades que são imprescindíveis às respostas, mas produzem também o efeito maligno das certezas.

As certezas, ao contrário das verdades, são um truque. E, como todo truque, não funciona na realidade, apenas aparenta funcionar. Seu funcionamento é simples, como já identificamos. Absorvem-se as respostas e descartam-se as perguntas, destruindo-se as evidências que poderiam questionar essas respostas no futuro. (...).

A resposta sem sua pergunta é fechada e intolerante; é a concretização de uma vontade.

A intolerância é a reação do amedrontado, do desconfiado e do confuso, cuja função maior é ocultar perguntas e essências.

Certa vez, um homem procurou o Rabino de Kotzk e disse-lhe que estava com problemas:
‘As pessoas me chamam de fanático. Por que me atribuem essa enfermidade? Por que não me reconhecem como uma pessoa piedosa?’O rabino respondeu: ‘Um fanático converte questões essenciais em questões marginais e questões marginais em questões essenciais’. (...).” 2

A resposta de Jesus aos fanáticos que pedem um sinal para poder acreditar na verdade foi, é e sempre será, simples direta e objetiva:

“nenhum sinal lhes será dado!”.

Pense nisso.

“O fanatismo consiste no ato de redobrar esforços por conta de se ter esquecido dos objetivos.” 3

_________
1. Fronteiras da Inteligência, Senso de tolerância. pgs. 116 e 117.
2. Fronteiras da Inteligência, Senso de tolerância. pgs. 117 e 118.

3. George Santayana.

DIVIDINDO O MILAGRE

Terminada a primeira parte do processo de finalização do livro “Minha verdade sobre o dízimo”, estou retomando aos artigos dos estudos do livro de Marcos. Vamos ao texto.

“Durante aqueles dias, outra grande multidão se reuniu, e as pessoas não tinham nada para comer. Yeshua – Jesus – reuniu os alunos – discípulos – e lhes disse: ‘Sinto pena dessas pessoas porque elas têm estado comigo há três dias, e agora não possuem nada para comer. Se eu as mandar de volta para casa com fome, cairão durante o trajeto de volta; algumas delas percorreram uma longa distância’. Os alunos – discípulos – lhe disseram: ‘Como é possível encontrar pães suficientes para saciar a fome das pessoas em um lugar afastado como este?’. ‘Quantos pães vocês têm?’, ele perguntou. A resposta foi: ‘Sete’. Yeshua – Jesus –, então, disse à multidão que se assentasse, pegou os sete pães, disse uma b'rakhah a, partiu-os e os deu aos alunos – discípulos – para servir ao povo. Também possuíam alguns peixes; dizendo outra b'rakhah b por estes, também ordenou que fossem servidos. As pessoas comeram até ficar satisfeitas; os alunos – discípulos – recolheram as sobras — sete cestos cheios. Cerca de quatro mil pessoas estiveram ali. Depois de despedi-las, Yeshua – Jesus – entrou no barco com os alunos – discípulos – e partiu para o distrito de Dammesek – Damasco.” Marcos 8:1 a 10.

Ao contrário da primeira “multiplicação” de pães e peixes, onde Jesus estimulou a divisão dos alimentos, neste episódio, é o Mestre quem identifica que as pessoas “... não possuem nada para comer...”. Reconhecer a diferença entre os dois milagres pode trazer a todos que identificam essa diferença, um conhecimento melhor quanto ao que Jesus está ensinando.

Diferente, porém igual em sua essência, este segundo momento de divisão de alimentos, conta com um tempero especial. O MILAGRE DIVINO!

Esse tempero milagroso é a diferença entre “um” e “outro” milagre de divisão. No primeiro, o milagre foi humano; todos agiram em misericórdia com o outro e dividiram com todos o que tinham. No segundo, existe a ação direta do Santo em consubstanciar fome em comida.

Porém, a didática é a mesma: DIVIDIR COM O PRÓXIMO O QUE SE TEM.

Se temos comida proveniente dos nossos esforços, fruto do nosso trabalho, temos de dividir com quem não tem – ou não quer ter – condições de trabalhar para obter essa comida. Por sua vez, quem recebe de nós esse alimento humano, deve também repartir com outro, o que recebeu de nós. Mas se nosso alimento é proveniente do Santo que nos envia Seu maná, transformando nossa fome em alimento, enchendo miraculosamente nossa despensa com mantimento, também devemos dividir esse milagre com quem não acredita nele. O Milagre só se efetiva em nossa vida quando é dividido, compartilhado, repartido.

Não importa se o milagre é humano ou divino, ele só se materializa em nossa vida como fruto modificador que nos adoça a boca, quando é dividido com quem tem fome. Simples assim.

***
O termo hebraico b'rakhah, que tem sua raiz no termo berekh refere-se ao ato de abençoar com os joelhos, ou “de joelhos”. Mas distante de ser um ritual ridiculamente imaginado como pondo os alimentos debaixo dos joelhos ou na altura dos joelhos, a “benção de joelhos”, está na ORDEM DAS COISAS.

Quando oramos em qualquer posição que não a de “joelhos com o rosto em terra”, nosso intelecto está acima do coração. A leitura para o penitente é: “minha razão primeiro, meu sentimento depois”. Quando nos ajoelhamos, essa ordem se modifica e a leitura passa a ser: “meu coração primeiro, minha razão depois”. É nesta inversão de valores que está a origem do milagre. No texto encontramos “...Sinto pena dessas pessoas...”. Para abençoar precisamos equilibrar e igualar nossas três dimensões humanas, a intelectual, a emocional e a física.

Ao se emocionar com a situação dos famintos, Jesus colocou o coração na mesma altura da cabeça. Ao recitar a bênção sobre os alimentos, ele trouxe a cabeça para o nível do coração. Ao dividir o que possuía ele manifestou fisicamente o milagre.

Pense nisso.
Deus lhe abençoe.

_________

a, b. b'rakhah – Bênção. A palavra tem origem em berekh (joelho) e apresenta a ligação entre a adoração e o ato de ajoelhar-se. Dizer uma b'rakhah significa abençoar. (Glossário da Bíblia Judaica, editora Vida, 2009).

segunda-feira, 21 de abril de 2014

OUVIDO PRENHE DE SALVAÇÃO, LÍNGUA LIVRE PRA SALVAR.



Esse espaço tem sido nosso meio de encontro. Você no seu lugar e eu no meu.

As semanas anteriores foram muito proveitosas e singulares. Com a graça de Deus, terminei o livro Minha verdade sobre o dízimo”. Agora e seguir a programação de fazer a paginação, diagramação e impressão. Nesse primeiro momento de forma artesanal, pois os recursos para bancar uma impressão gráfica industrial, inexistem. Mas tudo corre dentro do caminho traçado pelo Senhor de toda a terra. Quando tudo estiver pronto, anunciarei a data de lançamento.

O artigo sobre a “Mãe impura, filha possessa”, foi postado com muita dificuldade, devido ao péssimo serviço de internet aqui na Região Norte do País, principalmente na cidade de Itacoatiara. Mas, hoje quero tratar de um assunto não menos interessante que os anteriores, e que carrega a mesma carga de pessoalidade. Vamos ao texto:

“Depois disso, ele deixou o distrito de Tzor (Tiro) e, atravessando Tzidon (Sidon) e o lago Kinneret (Genezaré), chegou à região das Dez Cidades. Trouxeram-lhe um homem surdo e que não conseguia falar, e pediram a Jesus que lhe impusesse as mãos. Levando-o consigo para longe da multidão, Jesus pôs os dedos nos ouvidos do homem, cuspiu e tocou em sua língua; então, olhando em direção ao céu, suspirou fortemente e lhe disse: ‘Hippatach!’ (isto é, ‘abra-se’). Os ouvidos do homem foram abertos, sua língua se moveu livremente, e ele começou a falar com clareza. Jesus ordenou às pessoas que não dissessem nada a ninguém; quanto mais ele insistia, mais zelosamente elas espalhavam as notícias. As pessoas foram tomadas de espanto e diziam: ‘Tudo o que ele executa, faz muito bem’. ‘Faz até mesmo o surdo ouvir e o mudo falar!’. Marcos 7:31 a 37

Resolvida, a questão da impureza da grega, siro-fenícia e de sua filha, Jesus retorna ao outro lado do lago de Genezaré, desta vez para encontrar os frutos do trabalho de “Legião”. Como já estudamos anteriormente, o homem possesso pela loucura das múltiplas vozes, doutrinas e costumes, foi liberto por Jesus de seus demônios e ordenado pelo Mestre a voltar para casa, enfrentar quem o demonizava. Ele fez o que Jesus ordenara e ainda passou a espalhar as boas notícias de salvação pelas Dez Cidades – Decápolis. É para esse lugar que Jesus vai com seus alunos.

Ao chegar, trazem-lhe um homem surdo-mudo. O interessante, é que no texto não é atribuída ao homem surdo, nenhuma mazela espiritual, ele não está possuído por nenhum espírito impuro. É somente um doente comum, um surdo com dificuldades de falar. O desejo das pessoas era assistir um ritual religioso de cura, notem que no texto se destaca: “...e pediram a Jesus que lhe impusesse as mãos...”. Todos queriam ver o milagre, não como um Milagre, mas sim, como técnica humana para “realizar” milagres.

Percebendo isso, Jesus leva o surdo para longe dos olhares de todos e realiza um ritual ímpar. Estranho e extravagante. Um choque para todos que leem com a atenção devida.

A imaginação coletiva é que Jesus teria posto seus dedos – temporariamente – em cada um dos ouvidos, cuspido e com o dedo tocado a língua do enfermo. Mas não creio que tenha sido assim, acho que foi algo mais escandaloso. Porquê então, teria sido necessário retirar o enfermo do meio do povo?

Seja como for, a questão é que Jesus provoca naquele homem um verdadeiro choque emocional. Ao “tapar” seus ouvidos com os dedos, Jesus deu ao surdo a sensação física da surdez, já que a emocional ele já possuía. Ele não ouvia e sabia disso, ele tinha toda a sensação do que era ser surdo. Mas não possuía uma sensação física que o impedisse de ouvir. No momento em que Jesus “tapou-lhe” os ouvidos, as sensações se unirão e a surdez parecia ser completa.

No momento seguinte, Jesus “cuspiu e tocou em sua língua”. Tocar na língua com o que? COM A LÍNGUA! Língua tocando em língua. Uma língua Santa, desprovida de preconceitos, objetivada em somente anunciar as Boas Notícias do Reino do Céu e uma língua enferma, travada, calada, in-falante, impedida de falar pelo que não podia ouvir.

Falar é resultado do esforço emocional do intelecto. Esse esforço conjunto produz a fala, que é a ação – física – de falar. Em minha opinião, o que Jesus fez foi provocar naquele homem um choque emocional-intelectual, quando lhe invadiu a boca com Sua língua sagrada.

ABRE-TE!

Não há como não abrir a boca e destampar os ouvidos diante da ordem do Messias, que nos escolhe para ouvi-Lo e falar n’Ele, por onde quer que andemos. Não existe nenhuma possibilidade de impedir que essa língua que nos contamina com santidade invada nossa boca e nos abençoe com esse toque mágico e inimaginável.

Não podemos sair por ai falando “de” Jesus, temos de falar “em” Jesus. Devemos estar Nele, fomos possuídos por Ele com seu beijo santo, seus dedos em nossos ouvidos nos fazem entender que só podemos dar os ouvidos para Ele. Nossos ouvidos só podem ser “emprenhados” pelo que for Sagrado, pelo que vem do Santo, por meio de Jesus, o Messias. O Salvador.

Com os ouvidos prenhes de salvação, precisamos fecundar, semear, emprenhar outros ouvidos com a mesma mensagem salvadora, agora com nossa língua santa. Língua que foi santificada pelo toque sobrenatural da língua de Jesus.


Reflita. Deus lhe abençoe.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

MÃE IMPURA, FILHA POSSESSA.

Oxana Malaya foi encontrada na Ucrânia em 1991.


Continuando o estudo no livro de Marcos ...

“A seguir, Jesus saiu daquele distrito e se dirigiu à circunvizinhança de Tzor (Tiro) e Tzidon (Sidon). Lá ele encontrou uma casa para ficar e desejava permanecer no anonimato, mas isso foi impossível. Aproximou-se dele uma mulher cuja filhinha tinha um espírito impuro, e ela se prostrou a seus pés. A mulher era grega, siro-fenícia de nascimento, e lhe implorou que expulsasse o demônio de sua filha. Jesus disse: ‘Em primeiro lugar, alimentam-se os filhos; não é certo tirar a comida das crianças e lançá-la aos cachorrinhos de estimação’. Ela respondeu: ‘Isso é verdade, senhor; contudo, mesmo os cachorrinhos debaixo da mesa comem as sobras das crianças’. Então Jesus lhe disse: ‘Por causa dessa resposta, você pode ir para casa; o demônio já deixou sua filha’. Ela voltou para casa e encontrou a filha deitada na cama, livre do demônio.” Marcos 7:24 a 30

Depois de ter mostrado de forma prática e insofismável aos alunos, aos religiosos e ao povo que o que nos torna pessoas impuras é o que falamos, e que nossas palavras são nascidas envoltas pelos sentimentos do coração, Jesus tentou descansar em lugar distante da multidão. Porém, uma mulher que possivelmente o seguia e havia entendido o que ele dissera sobre comida e palavras, disse-lhe em tom de questão, que sua filha estava com um espírito impuro. Notem que o ensino de Jesus estava em sentido contrário ao questionamento daquela mãe. Jesus afirmara que o que nos torna impuros é o que falamos, mas também o que ouvimos.

Se ouvirmos palavras provenientes de um coração impuro, podemos também nos tornar impuros, se essas palavras forem se acomodando em nossas emoções – no coração. Falar e ouvir estão intimamente ligados no ensino de Jesus. Aquela mãe, que no texto original em hebraico é identificada como uma mulher envergonhada pelo que havia ouvido de Jesus apresentou ao mestre uma questão, que ela já havia resolvido em seu coração. Sua filha estava impura, por qual motivo?

O texto de Marcos mostra uma estranha identificação da mulher. Ela não tem nome, mas tem endereço, ela é grega, porém siro-fenícia de nascimento. Ou seja, há importância nessa revelação da identidade da mulher. E isso tem haver com a resposta aparentemente estapafúrdia que Jesus deu a ela. Ele sabia com quem estava falando e ela sabia o que ele estava dizendo. A conversa entre eles está em um nível fora do alcance do simples leitor. Em sendo uma mulher de cultura grega, ela deveria ser idólatra, deveria servir a algum deus; sendo siro-fenícia pode ter sido educada a cultivar deuses domésticos, entidades que são cultuadas em altares dentro das casas ou em uma dependência dela.

Ao me deparar com essa possibilidade pesquisei sobre o tema e encontrei um dado interessante. Havia na cultura grega, uma deusa familiar, que era venerada com muita devoção por todos os gregos prosélitos. Na mitologia grega, Héstia era essa deusa familiar que protegia as famílias. Sua história mitológica é interessante. Ela era irmã de Zeus, que a proibira de casar, mas permitiu que ela fosse adorada como deusa familiar, uma espécie de deusa menor. Tal fato é interessante e pouco se encontra sobre tal divindade nos dicionários de mitologia grega. O sincretismo grego-siro-fenício, deu a essa deusa uma característica interessante. Seu culto era realizado, oferecendo o melhor dos alimentos, principalmente leite, bolos e biscoitos para ela, na figura de animais de estimação, principalmente cachorrinhos.

Não é difícil imaginar que aquela mulher, cheia de impureza, deve ter falado muitas coisas desagradáveis para a filha, que por ser uma criança, deve ter crido nas besteiras faladas pela mãe e se “transformado” em uma cachorrinha, comendo a comida dos cachorrinhos de estimação, que era depositada religiosamente por ela. Isso não é difícil de crer, tendo em vista os diversos casos – mostrados em documentários – de crianças que viveram com animais, e debilitadas mentalmente acreditavam ser da família desses animais. O caso mais famoso é de uma menina ucraniana que fora criada pelos cachorros da família, pois seus pais a alimentavam junto com eles; segundo o documentário, ela se “transformou” em um cachorro. Outro caso famoso é o de um garoto africano criado com galinhas, na medida em que cresceu acreditou que era uma galinha. Tudo por causa do espírito impuro que saiu da boca dos pais.

Tudo indica que o caso daquela mulher siro-fenícia, poderia ser um desses. Ela acreditara – por ser idólatra – que sua filha estava com um demônio, ou um “espírito de cachorro”. Isso não consta no texto, mas é identificado por Jesus logo de primeira. A resposta do mestre mostra essa identificação: ‘Em primeiro lugar, alimentam-se os filhos; não é certo tirar a comida das crianças e lançá-la aos cachorrinhos de estimação’, disse ele. A mãe já sabia que era dela, a culpa pelo estado “demoníaco” da filha. Quando Jesus identificou a questão, ela imediatamente retomou o controle de sua vida, afirmando que a deusa Héstia nãos seria mais importante que seus filhos: ‘Isso é verdade, senhor; contudo, mesmo os cachorrinhos debaixo da mesa comem as sobras das crianças’. Tudo resolvido. A mãe sabia que se ela tratasse os filhos como filhos e os animais como animais tudo se reequilibraria.

Mas a menina pensava ser um cachorro. Ela comia com eles e dormia com eles. O milagre da transformação da cachorrinha em gente dependia de Jesus. Milagres só dependem dele.

Porém a transformação de animal em filha já havia acontecido no coração daquela mãe. Filhos comem à mesa, animais comem das sobras que os filhos eventualmente deixam cair. Isso ela disse ao Senhor e ele apaixonou-se pela confiança da mulher: ‘Por causa dessa resposta, você pode ir para casa; o demônio já deixou sua filha’. Não havia o que duvidar, a confiança daquela mãe contagiara ao mestre Jesus, aquela aluna havia aprendido tudo direitinho. Sem titubear ela voltou pra casa “...e encontrou a filha deitada na cama, livre do demônio” cachorro. A prova disso é que ela estava deitada na cama, feita gente e não entre os animais feita bicho.

O que podemos aprender com essa lição um tanto estranha? Creio que essas histórias nos alerta para a importância que há naquilo que falamos para os nossos filhos. Muitos chamam seus filhos de “tudo que não presta”, e quando eles se transformam no que lhes foi profetizado, culpam o demônio pelo estado animal dos filhos. Porém esquecem que eles mesmos fizeram dos filhos os “demônios” que são hoje. Esses pais de espíritos impuros, vomitam sua impureza em forma de palavras como se fossem alimento, aos filhos, que por não terem outra referência de vida se transformam nos animais preditos por seus pais.


Pense nisso. Como você alimenta as emoções dos seus, sejam eles quem forem.